EUR/USD
Semanal

EUR/USD Semanal

O EUR/USD continua a negociar em volatilidade relativamente contida, apesar do aumento de expectativas de cortes de taxas de juro nos EUA e de um BCE que “terminou o processo de desinflação”

Na semana passada, o Banco Central Europeu manteve as suas taxas de juro inalteradas, mas mostrou sinais de que o ciclo de redução de taxas chegou ao seu término. Na mesma altura, as expectativas de redução de taxas de juro nos Estados Unidos aumentaram, com os mercados a apontarem agora para cortes sucessivos de 25 pontos-base até ao final do ano, levando a taxa dos “Fed funds” do actual intervalo 4,25-4,50% até 3,50-3,75%.

A isto podemos juntar as várias tensões políticas e geopolíticas.
Em França, tal como previsto, o governo liderado por François Bayrou caiu, após o chumbo da moção de confiança no Parlamento.
Israel atacou líderes do Hamas no Qatar, inflamando ainda mais as tensões já existentes no Médio Oriente e na Europa, drones russos foram abatidos na Polónia por jactos da NATO.

Uma semana vazia de dados macroeconómicos de primeira linha na Zona Euro, mas bem cheia (de surpresas) nos Estados Unidos. A revisão dos números dos nonfarm payrolls de Abril de 2024 a Março de 2025 mostraram 911 mil menos postos de trabalho, mostrando afinal uma economia bem mais frágil do que pensado anteriormente. Os dados da inflação saíram ligeiramente acima das estimativas, enquanto os preços à porta das fábricas surpreenderam ao mostrarem contracção. A confiança do consumidor, segundo dados da Universidade de Michigan, continua a cair mais do que o estimado, com as expectativas de inflação a manterem-se elevadas. Os números semanais de novos pedidos de subsídio de desemprego surpreenderam ao subir para níveis máximos dos últimos anos.
Foi este último número que trouxe ainda algum aumento na volatilidade ao par, que apesar de todo este cenário de expectativas, de tensões e de “quase surpresa” macroeconómica, se manteve durante toda a semana num intervalo relativamente curto, entre um mínimo de 1,1660 e um máximo de 1,1780.

O evento desta semana é a reunião da Reserva Federal dos Estados Unidos, onde mercados e analistas estão unanimemente de acordo num corte de 25 pontos-base, se bem que a hipótese de um corte maior de 50 pontos não esteja completamente descartada. Os mercados esperam agora da Fed três cortes sucessivos de 25 pontos-base e estarão bem atentos ao relatório de “Summary of Economic Projections” e em especial às projecções para as taxas de juro, assim como à comunicação de Jerome Powell na Conferência de Imprensa que se segue ao anúncio da decisão da Fed.

Em minha opinião, caso o Fed não ratifique as expectativas do mercado, o EUR/USD poderá recuar dos actuais 1,1600/1,1700 para visitar mínimos em torno de 1,1500. Já a sua confirmação poderá levar, certamente, a novos máximos do ano.
O recente downgrade da dívida francesa pesará no euro, assim como a instabilidade governativa francesa, tal como pesará no dólar uma renovada onda de interferência da Casa Branca na Reserva Federal, que poderá dar rapidamente um maior impulso ao EUR/USD.



Tecnicamente

Gráfico EUR/USD semanal

Fonte XTB xStation 5


O EUR/USD voltou a registar um novo máximo das últimas sete semanas, continuando em tendência ascendente, mas a volatilidade continua a manter-se contida, com o preço a ficar entre um mínimo de 1,1660 e um máximo de 1,1880.

No gráfico semanal, o RSI e o MACD, continuam a mostrar um momentum positivo no par, mas as suas leituras “flat” favorecem a continuação da consolidação em torno dos recentes níveis.

O máximo do ano (1,1830) será a próxima resistência a ter de ser ultrapassada, para o par ganhar força para atingir o primeiro objectivo a 1,1928, dado pela projecção Fibonacci do movimento mínimo 2025 (1,0177) / máximo de Abril a 1,1573 / mínimo de Maio a 1,1065 (61,8%), antes da referência psicológica dos 1,2000.

O quebrar do mínimo das últimas duas semanas (1,1573) poderá levar o EUR/USD de novo a um teste ao suporte dado pela média móvel das 21 semanas, de momento a 1,1550, antes do nível psicológico 1,1500, área esta que se quebrada irá expor o mínimo de Agosto a 1,1391 e a possibilidade de um teste a 1,1357 (61,8% Fibonacci retracement do movimento mínimo de Maio / máximo do ano). Este nível se ultrapassado, poderá encontrar novo objectivo a 1,1198 (38,2% Fibonacci retracement do movimento mínimo/máximo deste ano).

Gráfico EUR/USD diário

Fonte XTB xStation 5

Pode acompanhar diariamente os comentários/análises ao EUR/USD no nosso canal YouTube clicando aqui .
O comentário é disponibilizado todas as manhãs, tentativamente entre as 10h00 e as 10h30.

O EUR/USD registou um novo máximo de quase dois meses, alimentando mais uma tendência ascendente de curto prazo, com o mínimo da semana a 1,1660.

No gráfico diário, os indicadores de momentum MACD e RSI aumentam os sinais da tendência ascendente, com a linha do MACD acima da linha de SINAL, ambas positivas, e o RSI a terminar a semana passada a 56.

O EUR/USD negocia acima das médias móveis 21 e 55 dias e da nuvem de Ichimoku diária, e ainda de uma linha de tendência que vem desde o mínimo de Agosto a 1,1391, definida pelos três mínimos atingidos nas três últimas semanas.

O ultrapassar do máximo 1,1780, atingido na semana passada, poderá dar força ao par para um teste ao actual máximo do ano a 1,1830, onde, se ultrapassado, levará a colocar o mercado de olhos postos no nível psicológico de 1,2000.

O quebrar da área de suporte dada pelas médias móveis 21 e 55 dias (de momento a 1,1685 e 1,1658, respectivamente) e da linha de tendência ascendente (actualmente a 1,1670), poderá levar o preço a testar o suporte dado pela Nuvem de Ichimoku (1,1610). O break deste último suporte irá expor o mínimo de Agosto a 1,1391, tendo pelo meio que quebrar suportes a 1,1573, 1,1527 e 1,1453. O quebrar dos 1,1391 irá expor o mínimo relevante de finais de Maio a 1,1210 e o forte suporte dado pela média móvel dos 200 dias, actualmente nos 1,1229.


Resistências - Suportes

1,1830 - 1,1660

1,1909 - 1,1573

1,2000 - 1,1453


O que pensa sobre este tema?