Amanhã destacamos
A Reserva Federal dos Estados Unidos

Sem surpresa, o destaque desta quarta-feira não poderia deixar de ser a decisão de taxas do banco central norte-americano, assim como as suas projecções económicas e de taxas de juro para os próximos meses
No final desta quarta-feira, iremos ter a decisão de política monetária da Reserva Federal dos Estados Unidos, onde, segundo opinião unânime nos mercados, deverá, pela primeira vez este ano, reduzir a sua taxa de juro em 25 pontos-base, onde alguns investidores e analistas não descartam mesmo um corte maior de 50 pontos-base.
As atenções do mercado irão estar ainda na actualização do relatório “Summary of Economic Projections”, em especial na projecção dos cortes futuros na taxa de juro, os “dot plot”, e ainda na conferência de imprensa de Jerome Powell.
Os mercados descontam 75 pontos-base até ao final do ano com o intervalo de taxas a cair dos actuais 4,25/4,50% para os 3,50-3,75%.
No início da tarde teremos outra decisão de taxas, a do Banco do Canadá, onde as opiniões se dividem entre um corte de 25 pontos-base ou a manutenção do actual nível de taxas nos 2,75%.
Os dados económicos no Canadá deterioraram-se, mas não significativamente mais do que o esperado pelo banco central. Uma queda de 1,6% no PIB do segundo trimestre ficou bem em linha com a queda de 1,5% presumida no Relatório de Política Monetária de julho. Os dados iniciais do terceiro trimestre sugerem que a queda do segundo trimestre dificilmente se repetirá.
Os dados de Agosto sobre os preços no consumidor mostraram uma subida na inflação de 1,7% para 1,9%, ficando abaixo das expectativas de 2,0%. Mesmo com a medida seguida mais de perto pelo BoC acima da meta de 2% (3%), a porta continua aberta para uma redução de taxas.
Relativamente à agenda de dados macroeconómicos:
Esta noite, na Nova Zelândia, teremos a divulgação do índice de confiança do consumidor Westpac que, segundo as estimativas, deverá subir de 91,2 para 93.
No Japão, a balança comercial de Agosto deverá apresentar um défice de 360 mil milhões de ienes, ligeiramente acima dos 300 mil milhões mostrados no mês de Julho.
Pela manhã, as atenções irão estar colocadas nos dados da inflação no Reino Unido. Na véspera da reunião do Banco de Inglaterra, os preços no mês de Agosto deverão mostrar um aumento de 0,3%, com a inflação total a subir de 3,8% para 3,9%, a inflação subjacente a cair de 3,8% para 3,7% e a inflação nos serviços a reduzir de 5% para 4,8%.
Na Zona Euro, teremos também dados da inflação, no caso os números finais, que deverão manter o valor mostrado nas leituras preliminares de 2,1% na inflação total e 2,3% na inflação subjacente.
À tarde, nos Estados Unidos teremos mais alguns dados do mercado imobiliário. Os números das licenças de construção, segundo as previsões, deverão aumentar 0,6% (face a uma queda de 2,2% no mês anterior) e o número de início de construções em Agosto deverá mostrar uma redução de 3,4%, após o aumento de 5,2% em Julho.
Ainda, logo pela manhã, em Frankfurt, iremos ter a abertura da 10ª Conferência Anual de Investigação do Banco Central Europeu, com um discurso de Christine Lagarde.
Ao final da tarde, também em Frankfurt, no Harvard Club de Rhein Main, Joachim Nagel, presidente do Bundesbank, irá proferir um discurso intitulado “Economia exportadora sobre pressão: Porque é que a Alemanha precisa de agir já”.