Café da Manhã
Abrandou mas não terminou

A confusão criada pela falência do Silicon Valley Bank e do Signature Bank continua a ter impacto nos mercados financeiros com o preço das acções a cair tal como caem os juros.
Os mercados no final do dia de ontem reduziram em 50 pontos a sua expectativa da taxa máxima do Banco Central Europeu situando-a agora em torno dos 3,3%, enquanto reavaliaram as expectativas do Fed para um pico de 4,75% a atingir na reunião de Maio. As yields das Bund alemãs a 10 anos seguem de momento a 2,30%, recuperando dos mínimos de ontem a 2,17%, mas bem longe dos níveis a 2,63% onde negociava antes da crise do SVB. As yields de 2 anos alemãs registaram ontem a maior queda diária de sempre e as norte-americanas a maior queda de décadas. As yields do tesouro a 2 anos caíram de um máximo de há uma semana atrás a 5,08% para atingirem um mínimo ontem a 3,94%.
Ontem, as acções em Wall Street terminaram o dia sem uma direcção definida, depois de uma sessão com volatilidade acrescida e depois das perdas registadas nos mercados europeus, pressionados pelo sector bancário que negociou em fortes perdas.
O mercado inverteu as expectativas relativamente aos aumentos de taxas de juro por parte do Fed. A probabilidade vista pelo mercado para um aumento de 50 pontos desapareceu de um dia para o outro, enquanto para uma manutenção do nível actual segue agora em torno de 40%.
O índice Dow Jones terminou a sessão a recuar 0,28% e o S&P 500 0,13%, enquanto o índice Nasdaq avançou 0,45%.
O índice de volatilidade VIX terminou a sessão de ontem a subir cerca de 7%, a 26,5 pontos, recuando do máximo do dia que chegou a atingir 30,8, nível que não se registava desde Outubro de 2022.
Na Ásia, os receios de contágio ao sector financeiro da crise originada pelo SVB continuou hoje, com os mercados a terminarem a sessão em perdas significativas.
No Japão o índice Nikkei terminou a cair 2,19% e o ASX 200, da Austrália, 1,41%.
Na China, o índice Shanghai Composite recuou 0,72% e o Hang Seng, de Hong Kong, caiu 2,27%.
A liderar as perdas esteve o índice Kospi, da Coreia do Sul, perdendo 2,56%.
Os mercados accionistas europeus estão a começar hoje o dia sem uma direcção bem definida.
O índice Euro Stoxx 600 avança de momento 0,15% e o Euro Stoxx 50 0,33%.
O índice DAX, da Alemanha, avança 0,59% e o CAC 40, de França, 0,24%.
No Reino Unido, depois de sólidos dados do emprego com a taxa de desemprego a manter-se nos 3,7%, o índice FTSE 100 recua 0,26%.
No mercado cambial o dólar continua a deslizar dos recentes ganhos, perdendo o suporte da taxa de juro, já que as yields obrigacionistas continuam a cair, e a incerteza no sistema financeiro norte-americano retira o dólar como moeda de refúgio, com este a papel a ser dividido entre o franco suíço e o iene japonês.
O índice do dólar DXY continua a cair e negocia agora em torno de 103,45, e o EUR/USD acima de 1,0700.
O USD/JPY, depois de chegar ontem a negociar a 132,38, segue de momento a 134,15, longe dos recentes máximos em torno de 138,00, e o EUR/JPY a 143,50 depois de ter chegado a negociar ontem num mínimo a 141,37.
O USD/CHF negociou ontem abaixo de 0,9100 e segue de momento a 0,9130, enquanto o EUR/CHF negocia a 0,9770, recuperando do mínimo de ontem a 0,9714.
Os preços do petróleo registaram ontem fortes perdas, com a confiança dos mercados abalada pela recente instabilidade financeira que pode levar a uma redução da procura por petróleo.
O Brent, que chegou ontem a um mínimo de $78,35 por barril, segue de momento a negociar a $79,30, enquanto o WTI negocia a $73,10, recuperando do mínimo de ontem a $72,30.
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