EUR/USD
Semanal

Numa semana quente em comentários dos diversos responsáveis da Reserva Federal e sem acordo para aumento do limite da dívida, o EUR/USD pode agradecer a J.Powell a recuperação do final da semana.
Mais uma semana e novo mínimo para o EUR/USD, depois de recuar do máximo do ano registado há menos de um mês.
Depois de uma breve correcção do movimento que levou o EUR/USD do mínimo de mais de vinte anos a 0,9535, até 1,1033, o “primeiro máximo” do ano, o par voltou a navegar na forte tendência ascendente até um novo máximo a 1,1095 registado a finais de Abril. Desde então tem vindo a corrigir, com o par a registar três semanas consecutivas em perdas.
As tensões em torno do limite da dívida norte-americana e a falta de entendimento entre a Casa Branca e os republicanos do Congresso para chegarem a um acordo, deu o pontapé de saída para uma valorização do dólar, com uma primeira abordagem dos mercados a correrem para activos de refúgio, onde o dólar se insere.
A queda dos preços das obrigações e a respectiva subida das yields deu mais um importante suporte ao dólar e pressionou o EUR/USD.
Mas esta semana um conjunto alargado de responsáveis do banco central norte-americano “apostou” em afastar qualquer ideia de que pudesse haver, tão cedo, cortes de taxa de juro nos Estados Unidos. Alguns, plantaram mesmo a ideia de que antes desses cortes ainda poderíamos ter mais aumentos de taxas de juro. Tais comentários levaram os mercados a descontar, em mais de 30%, a probabilidade de uma subida de taxa no próximo mês de Junho, isto quando ainda há cerca de duas semanas, essa probabilidade estava muito perto de zero.
Mas curiosamente foi Jerome Powell que uma vez mais surpreendeu (pelo menos a mim) quando veio trazer a lume que o stress em torno da banca vinha ajudar o Fed, fazendo com que não tenha necessidade de subir as taxas da mesma forma que teria se tal stress não tivesse existido.
As palavras de Powell colocaram lume na fervura de um mercado que começava a colocar cada vez mais a possibilidade de uma subida de taxas, o que levou a uma recuperação do EUR/USD no final da semana.
Essa recuperação foi também ajudada pela presidente do outro banco central, o BCE, que mostrou de novo a sua face mais hawkish, reiterando a firme intenção de continuar a subir taxas de juro, isto depois de durante a semana termos também assistido aquilo que os membros do BCE já nos habituaram. Uma ala mais hawkish a puxar por mais subidas e mais rápidas, e uma ala mais dovish alinhados no aumento de taxas mas avaliando-as em função dos dados que irão sendo disponibilizados.
Na próxima semana teremos os PMIs que têm tido maior impacto na Zona Euro. Um arrefecimento destes PMIs, principalmente no sector de serviços, poderá abrandar a agressividade do BCE, já que daria sinais de que as pressões inflacionistas poderiam estar a recuar. Mas uma aceleração na actividade comercial poderá dar ainda mais combustível aos hawks do BCE.
Nos Estados Unidos iremos ter a medida de inflação preferida do Fed. Creio que estamos no ponto em que uma leitura mais alta do que o esperado do core PCE price index poderá levar a nova onda de expectativa de aumento de taxas.
Teremos mais um número elevado de intervenções verbais por parte de elementos do Fed, que não me parece que vão desistir de bater na tecla de “taxas mais altas durante mais tempo”, mas Christine Lagarde vai fazer o discurso inaugural do 25º aniversário do Banco Central Europeu e poderá subir também o tom mais
A falta de acordo para o aumento do tecto da dívida poderá levar a uma nova onda de aversão ao risco, com os mercados a preferirem de novo activos de refúgio, mas não estou tão seguro que o dólar nesta altura seja refúgio. Afinal é o “quintal” do dólar que está a arder!
O que for bom para a economia, provavelmente será bom para o dólar e irá pesar no EUR/USD já que muita coisa má (entenda-se cortes de taxas de juro do dólar) está descontada no preço neste momento e o desfazer dessas expectativas (de corte) continuará a pesar no EUR/USD.
Por outro lado, o mercado conta já com mais dois aumentos de taxas de juro no euro e não parece fácil empurrar já o mercado para descontar uma outra, pelo que por aqui o euro já subiu o que tinha para subir.
A actual correcção poderá ainda ter mais caminho a percorrer antes de deixar voltar o EUR/USD à tendência ascendente em que negocia nos últimos oito meses.
Tecnicamente
Gráfico EUR/USD semanal
Fonte XTB xStation 5
O EUR/USD voltou a negociar em tendência descendente, continuando a correcção iniciada há duas semanas. O par registou um novo mínimo de perto de dois meses e fechou a semana a recuperar desse mínimo, mas com o fecho semanal mais baixo desde o da última semana de Março.
O RSI continua acima da linha de 50 mantendo o momentum positivo do EUR/USD, embora esteja cada vez mais perto da linha de 50. O MACD continua com uma leitura neutra.
O preço encontra-se a testar o suporte dado pela linha de tendência ascendente deste ano, e ainda o suporte dado pela MMS das 21 semanas, que de momento se encontra a 1,0797.
O fecho desta semana abaixo deste nível poderá dar a confirmação do break desta área de suporte forte, colocando o par para uma correcção mais ampla, alterando o cenário bulish que o EUR/USD tem mostrado.
A próxima forte área de suporte é dada pela “grande” Nuvem de Ichimoku (1,0085/1,0515 de momento), onde podemos encontrar a referência dada pelo mínimo de Março a 1,0516 e o deste ano a 1,0481.
O máximo da semana passada a 1,0904 é a primeira resistência a observar. O ultrapassar desta resistência poderá indicar que a correcção iniciada há três semanas poderá ter terminado, com o preço a voltar para a forte tendência ascendente deste ano. O máximo do ano a 1,1095 é a resistência seguinte, antes da referência de 1,1185, dado pelo máximo de Março de 2022.
Gráfico EUR/USD diário
Fonte XTB xStation 5
O EUR/USD continuou na semana passada a negociar em correcção e o preço conseguiu mesmo vir a negociar abaixo do importante suporte dado pela Nuvem de Ichimoku, tendo no último dia da semana recuperado e terminado dentro da nuvem.
O preço ficou a poucos pontos do objectivo dado pelos 61,8% Fibonnaci retracement do movimento mínimo 15 de Março (1,0516)/ máximo do ano (1,1095), a 1,0737, quando atingiu um mínimo a 1,0759.
O MACD continua a apontar a possibilidade de mais perdas para o par, enquanto o RSI continua abaixo da linha de 50, dando um momentum negativo ao par.
O quebrar dos 61,8% Fibonnaci retracement do movimento mencionado acima, irá expor o importante suporte (e referência) que é a MMS dos 200 dias (de momento a 1,0555), antes do mínimo de Março (1,0516) e do não menos importante nível psicológico 1,0500.
A “larga” Nuvem de Ichimoku será agora provavelmente uma resistência dura de roer (1,0796/1,0921 de momento), que se ultrapassada, poderá indicar que a correcção das últimas semanas chegou ao fim, com o EUR/USD a retomar a tendência ascendente que vem a seguir nos últimos meses.
Resistências - Suportes
1,0874 - 1,0737
1,0948 - 1,0640
1,1095 - 1,0555
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