Café da Manhã
Cresce o medo!

Café da Manhã Cresce o medo!

Os mercados estão cada vez mais preocupados com a possibilidade de um incumprimento dos Estados Unidos e os índices do medo aumentam.

Num dia em que os mercados accionistas mostraram perdas da Ásia até aos Estados Unidos, os índices do medo registaram forte crescimento.
O VSTOXX EUR subiu ontem cerca de 18,5% terminando o dia em máximos deste mês de Maio. O S&P 500 VIX subiu mais de 8% e atingiu o nível 20 pela primeira vez desde o início do mês.

Depois do fecho dos mercados nos Estados Unidos, e de quatro horas de negociações, o líder do republicano do Congresso, Kevin McCarthy, disse que é possível um acordo neste fim-de-semana, a tempo de evitar um incumprimento.

Entretanto, a agência de classificação de risco Fitch colocou em observação “negativa” a classificação soberana dos Estados Unidos de AAA, apontando que o partidarismo político está a impedir um acordo para o aumento do limite da dívida está a levar a riscos negativos para a qualidade do crédito norte-americano.

As minutas da última reunião da Reserva Federal, divulgadas ontem, mostraram que os membros do FOMC estiveram de acordo para o aumento de 25 pontos anunciado, mas divergiram relativamente à decisão sobre futuros aumentos. Houve elementos que apontaram como desnecessário mais qualquer aumento de taxas, enquanto outros continuam a apontar a necessidade de mais subidas de taxas de juro. Foram unânimes na necessidade de não haver qualquer corte antes de 2024.

Os mercados accionistas norte-americanos voltaram a terminar em perdas, com os investidores cada vez mais preocupados com a falta de entendimento entre a Casa Branca e os Republicanos do Congresso para aumentarem o limite da dívida dos Estados Unidos, de forma a evitarem um desastroso incumprimento.
O índice Dow Jones perdeu 0,77%, o S&P 500 0,73% e o Nasdaq 0,61%.

Os futuros sobre os índices de Wall Street seguem positivos, com o Nasdaq a ganhar mais de 1%, depois dos resultados apresentados ontem, após o fecho de mercado, da NVIDIA terem mostrado uma forte procura de chips, levando a NVIDIA a ganhar cerca de 30% no after-hours.

Isto não entusiasmou os mercados na Ásia, nem está a entusiasmar os da Europa.

Os mercados accionistas asiáticos terminaram a sessão de hoje em perdas, tendo como excepção os mercados nipónicos.
O índice Nikkei, do Japão, negociou em contraciclo avançando 0,39% na sessão de hoje, enquanto o Topix recuou 0,29%.
Na Austrália, o índice ASX 200 caiu 1,05%, enquanto o Kospi, da Coreia do Sul, recuou 0,50%.
Na China, o índice Shanghai Composite recuou 0,11%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, liderou as perdas ao cair 1,82%.

Na Europa, as acções estão também a começar o dia em terreno negativo, depois da segunda estimativa do PIB alemão ter mostrado esta manhã que a economia contraiu 0,3% no primeiro trimestre deste ano, colocando a Alemanha numa recessão técnica, com dois trimestres consecutivos de crescimento económico negativo.
O índice Euro Stoxx 600 e Euro Stoxx 50 seguem de momento a recuar 0,15%.
Na Alemanha, o índice DAX recua 0,57% e o CAC 40, de França, 0,63%.
No Reino Unido, o índice FTSE 100 recua 0,60%.

No mercado cambial o dólar continua a negociar em ganhos, registando novos máximos de mais de dois meses. O índice DXY segue agora a negociar em torno de 104,00 e o EUR/USD negocia a registar novos recentes mínimos abaixo de 1,0720.
A libra segue a negociar em perdas ligeiras, com o GBP/USD a negociar a 1,2350 e o EUR/GBP a continuar em torno de 0,8680.
O iene japonês continua a negociar em torno dos recentes mínimos, entre o suporte dado pelo seu papel de moeda de refúgio e as pressões exercidas pela subida geral das yields obrigacionistas. O USD/JPY segue de momento a negociar a 139,40 e o EUR/JPY a 149,50.

Os preços do petróleo continuam a negociar em alta, entre receios de novo corte na produção por parte dos países da OPEP+. Os preços foram ainda impulsionados pela forte redução mostrada no relatório da EIA dos inventários semanais de crude norte-americano, de 12,5 milhões de barris, face a um aumento esperado em torno de 2 milhões.
Os preços estão a abrir o dia de hoje a recuar dos máximos desta semana, com o Brent a negociar a $78,00 por barril e o WTI a $73,90.


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