EUR/USD
Semanal

EUR/USD Semanal

Depois do Banco Central Europeu é a vez da Reserva Federal dos Estados Unidos mostrar o que se vai seguir daqui para a frente.

Na semana passada o Banco Central Europeu surpreendeu os mercados com uma comunicação bastante mais dovish do que seria de esperar, transformando um momento hawkish dado por um novo aumento de taxas de juro, num evento dovish onde, as acções subiram e a moeda única perdeu, mesmo com a subida que se verificou das yields obrigacionistas.

Os mercados estavam bastante divididos relativamente à decisão que o BCE iria tomar nesta reunião de Setembro. As hipóteses para um novo aumento de taxas, que se veio a verificar, estavam abaixo dos 40%. Mas uma notícia da Reuters nos dias que precederam a reunião, dizendo que o conselho do BCE iria mostrar uma previsão da inflação mais elevada do que a previsão anterior alterou essas probabilidades, com os mercados a chegarem à reunião do banco central acreditando mais no aumento de taxas. Na notícia o EUR/USD acabou por ganhar, tendo mesmo registado o nível mais alto da semana.
Quando no comunicado do BCE se viu o aumento de taxas de 25 pontos base, levando as taxas de juro para o nível mais elevado desde a criação do euro, vimos também que o conselho de governadores anunciava, de certa forma, o fim deste ciclo de subida de taxas, o mais agressivo de sempre, que desde Julho de 2022 até ao momento presente aumentou as taxas dez vezes consecutivas num total de 450 pontos base.

“ Com base na sua actual avaliação, o Conselho do BCE considera que as taxas de juro directoras atingiram os níveis que – se forem mantidos durante um período suficientemente longo – darão um contributo substancial para o retorno atempado da inflação ao objectivo. As futuras decisões do Conselho do BCE assegurarão que as taxas de juro directoras sejam fixadas em níveis suficientemente restritivos, durante o tempo que for necessário. O Conselho do BCE continuará a seguir uma abordagem dependente dos dados na determinação do nível e da duração adequados da restritividade.” podemos ler no comunicado.

Provavelmente a partir deste momento os mercados irão olhar para os dados, não numa perspectiva de novo aumento da taxa de juro, mas sim para quando o primeiro corte nas taxas de juro, aliviando o seu nível restritivo.

Mas chega de BCE que já pertence ao passado e voltemo-nos para a Reserva Federal que irá reunir esta semana e onde o mercado não espera algo diferente que não seja a manutenção do actual nível de taxas dos Fed funds no intervalo 5,25%-5,50%. As atenções irão estar voltadas uma vez mais para as projecções da FOMC, onde o mercado irá verificar se continuam a apontar para mais um aumento de 25 pontos base até ao final do ano, ou se pelo contrário, à semelhança do BCE, as taxas já se encontram a um nível suficientemente restritivo que se mantidas durante tempo suficiente levarão também a inflação para o objectivo apontado pelo banco central. Neste momento a FedWatch Tool da CME mostra que o mercado não está a mais a descontar qualquer aumento de taxa de juro neste ciclo de subida de taxas, e aponta como o próximo movimento um corte de 25 pontos base na reunião de Junho do próximo ano.

Na semana passada, a subida de taxas de juro do euro não o levou a ganhos, provavelmente o manter as taxas de juro esta semana por parte da Reserva Federal, não irá levar o dólar a perdas.
Só uma alteração por parte da Reserva Federal da posição mais para uma mais dovish poderia levar a um recuo no dólar, mas a probabilidade de continuarmos com uma comunicação agressiva, depois de dados da inflação no limite mais “quente”, ajudado ainda por dados económicos que continuam a mostrar a resiliência da economia norte-americana deverão manter os ganhos do dólar.

Por outro lado, esta semana os PMIs irão provavelmente mostrar as dificuldades que a economia europeia continua a enfrentar, maiores do que a norte-americana, levando a que o EUR/USD mantenha a tendência descendente dos últimos meses.
O nível psicológico 1,0500 segue de momento exposto, com a área dada pelos mínimos deste ano 1,0480/1,0515 a poder ser testado esta semana.


Tecnicamente

Gráfico EUR/USD semanal

Fonte XTB xStation 5


O EUR/USD voltou na semana passada a negociar em perdas, registando a nona semana consecutiva de perdas, a mais longa série de semanas consecutivas em perdas desde a criação do euro, com o preço a registar um primeiro teste ao mínimo do passado mês de Maio a 1,0635, terminando ligeiramente acima do mesmo a 1,0660.

O MACD e o RSI no gráfico semanal continuam a mostrar um momentum negativo no par.

O preço fez um primeiro teste ao suporte dado pelo mínimo do passado mês de Maio a 1,0635. A forte tendência descendente leva à possibilidade de um teste mais sério a esse suporte, que se quebrado, irá expor o nível psicológico 1,0500, protegido pela área de suporte 1,0481/1,0516, dada pelos mínimos deste ano e do passado mês de Março respectivamente.

Com esta área de suporte (1,0481/1,0516) a parar o movimento descendente dos últimos meses, poderá indiciar que o EUR/USD comece um padrão alargado de consolidação, entre os níveis psicológicos 1,0500/1,1000.
Já o quebrar deste suporte poderá estar a indicar que o par, ao continuar a tendência destes últimos meses, está de volta à tendência descendente secular, onde o objectivo poderá voltar num primeiro momento para a paridade.

Uma inversão da actual tendência descendente poderá encontrar resistência na anterior linha de tendência ascendente ultrapassada, que de momento se encontra a 1,0840, com a MMS das 21 semanas, de momento a 1,0890, como resistência mais forte, antes do nível psicológico 1,1000.


Gráfico EUR/USD diário

Fonte XTB xStation 5

Na semana passada o EUR/USD voltou a negociar na forte tendência descendente, testando o mínimo de Maio deste ano, negociando por breves instantes (e pips) abaixo do mesmo, em níveis que não se registavam desde Março.

No gráfico diário, o MACD continua a dar novo sinal de entrada curta no par e o RSI continua a mostrar o momentum negativo do par.

O preço segue a registar novos mínimos, abaixo das MMS dos 21, 55 e 200 dias, mantendo viva a forte tendência descendente. O mínimo de Maio a 1,0635 continua a ser testado e se quebrado irá expor os níveis mínimos do ano em torno do nível psicológico 1,0500.

O quebrar do suporte dado pela área 1,0481/1,0500 (actual mínimo do ano e nível psicológico, respectivamente) irá certamente levar os mercados de novo a colocar os olhos na paridade como possível objectivo.

Uma inversão da actual tendência descendente do par irá encontrar uma primeira resistência a nível da MMS dos 21 dias, de momento a 1,0770, que se ultrapassada encontra resistência mais forte na MMS dos 200 dias, de momento a 1,0854.


Resistências - Suportes

1,0770 - 1,0635

1,0840 - 1,0515

1,1000 - 1,0480



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