Semana Revista
Inflação e taxas de juro

Uma semana onde a inflação nos Estados Unidos moveu o mercado, alterando a convicção de “taxas de juro mais altas durante mais tempo” por “para quando os primeiros cortes de taxas de juro” por parte dos bancos centrais.
Até há cerca de um mês, a dinâmica do mercado para o caminho das yields em dias sem notícias relevantes para o mercado era, “por defeito”, subir. Uma série de dados mais brandos desde então desencadeou uma alteração na dinâmica do mercado. O tema relativo às taxas de juro “mais altas por mais tempo” foi alterado para “para quando a primeira redução de juros”.
Os mercados contam agora com um corte de pelo menos 25 pontos base durante o primeiro semestre deste ano por parte da Reserva Federal, do Banco Central Europeu e do Banco de Inglaterra. Os comentários dos diversos banqueiros centrais que vão contra as actuais perspectivas dos mercados são desvalorizados e ignorados.
O grande impulsionador do mercado esta semana foi a inflação norte-americana, que surpreendeu com um aumento da inflação mensal subjacente de 0,2% face a uma estimativa de 0,3%. Este número alimentou a perspectiva de que as pressões inflacionárias estão a diminuir. A leitura da inflação de Outubro na área do euro mostrou uma evolução semelhante no início deste mês.
Embora os preços dos bens tenham mostrado um notável arrefecimento, o preço dos serviços continua bastante elevado, com o mercado de trabalho ainda forte, sustentando o crescimento salarial.
Alguns banqueiros centrais alertaram para o perigo de se declarar vitória sobre a inflação, dizendo que ainda poderiam ser necessárias taxas de juro mais elevadas.
Da Reserva Federal dos Estados Unidos:
A presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, disse o Fed não está confiante sobre se a inflação está "no caminho certo" para atingir a meta de 2%. Austan Goolsbee, presidente do Fed de Chicago, disse que "a inflação está a melhorar, mas ainda está muito alta". A presidente do Fed de Boston, Susan Collins, disse à CNBC que não descarta a possibilidade de um maior aperto monetário, sublinhando que é prematuro declarar vitória sobre a inflação, apesar das recentes "boas notícias".
Do Banco Central Europeu:
Martins Kazaks, do Banco Central da Letónia, disse que era prematuro dizer que atingimos a taxa terminal, dizendo ainda não houve um pico claro no crescimento salarial, tal como disse Joachim Nagel que é incerto se a taxa de juro terminal já foi alcançada e que "seria imprudente começar a cortar as taxas de juro demasiado cedo". Luis Guindos, Vice-Presidente do BCE, disse que não julgaria antecipadamente futuros movimentos nas taxas de juro e que as decisões futuras irão depender dos dados, enquanto Mário Centeno fez comentários mais brandos, dizendo que a inflação recuou mais rapidamente do que subiu e que as taxas reais continuam a subir à medida que a inflação desce.
Joe Biden e Xi Jinping, os presidentes dos Estados Unidos e da China, tiveram o seu primeiro encontro presencial num ano. Os dois chefes de país concordaram em retomar a colaboração na comunicação militar, na prevenção do tráfico de drogas e nos progressos da Inteligência Artificial. Foi também discutida a questão de Taiwan com ambas as partes a manifestarem o desejo de manter a paz.
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos chegou esta semana a um acordo sobre um projecto de lei orçamentária temporário evitando assim uma paralisação do governo. O acordo, que dura apenas até Janeiro do próximo ano, foi aprovado por uma maioria de republicanos e democratas. O acordo foi levado ao Senado aprovando o mesmo e enviou-o ao presidente Joe Biden que então o sancionou.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) afirmou no seu relatório de Novembro divulgado na passada segunda-feira que a sua estimativa para o crescimento da procura global de petróleo em 2023 foi revista ligeiramente em alta em relação ao mês anterior, com a nova previsão a subir para 2,5 milhões de barris por dia (bpd) em nível anual. Para 2024, as expectativas permaneceram as mesmas em 2,2 milhões de bpd na comparação anual.
A OPEP sublinhou que os fundamentos do mercado petrolífero global permanecem fortes, qualificando o recente sentimento negativo de “exagerado”. O lado da procura inclui o forte crescimento dos Estados Unidos e a saudável procura/importações de petróleo da China e da Índia. Do lado da oferta, o relatório menciona uma forte oferta não pertencente à OPEP, impulsionada principalmente pela produção dos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, a produção global da OPEP em Outubro permaneceu bastante abaixo dos níveis acordados. O recente aumento no fornecimento do Médio Oriente reflecte padrões sazonais normais. A OPEP também disse que os inventários de petróleo permanecem bem abaixo dos níveis médios. O relatório atribui a recente tendência de descida dos preços do petróleo aos especuladores do mercado financeiro, “uma vez que reduziram drasticamente as suas posições longas líquidas durante o mês de Outubro”. O relatório conclui que os compromissos para reduzir a produção contribuirão significativamente para alcançar e sustentar a estabilidade do mercado petrolífero global.
O preço do petróleo recuperou momentaneamente com a divulgação deste relatório, para voltar a registar fortes quedas, recuperando parte dessa queda nas últimas horas desta semana.
A próxima reunião da OPEP terá lugar no próximo dia 26 deste mês.
Dados Económicos
Nos Estados Unidos todas as atenções estavam voltadas para os dados da inflação do mês de Outubro. O Índice de Preços do Consumidor mostrou que os preços se mantiveram estáveis, face às estimativas de um ligeiro aumento de 0,1%, com a inflação anual a cair de 3,7% para 3,2%, abaixo dos 3,3% estimados pelo mercado. O preço da energia caiu 2,5% em termos mensais, com a gasolina a cair 5% em relação a Setembro. A inflação subjacente aumentou no mês 0,2%, face a previsões de 0,3%, com o valor anual a cair de 4,1% para 4%, ficando abaixo dos 4,1% estimados, correspondendo aos níveis mais baixos desde Agosto e Setembro de 2021.
A queda da inflação foi ainda reforçada pela queda do Índice de Preços no Produtor de 0,5%, a maior desde Abril de 2020, face a estimativas que apontavam para um abrandamento nos preços de 0,1%. Se excluídos os preços da energia e alimentação, o índice permanece inalterado, depois do aumento de 0,3% no mês anterior e face a previsões de um aumento nos preços de 0,3%.
Ainda a prender a atenção dos mercados estiveram os dados das vendas a retalho que mostraram uma redução menor (-0,1%) do que o apontado pelas estimativas (-0,3%), depois do aumento de 0,7% do mês anterior, revisto em alta para 0,9%.
O número semanal de novos pedidos de subsídio de desemprego aumentou para 231 mil, o valor mais elevado em cerca de três meses, bem acima das estimativas de 220 mil.
A produção industrial contraiu 0,6% em Outubro, a maior queda em quatro meses, contra previsões que apontavam para uma queda de 0,4% e depois de um aumento de 0,3% revisto em baixa para 0,1% no mês anterior.
Tivemos também o Índice Manufactureiro de Nova Iorque que mostrou uma subida surpreendente de -4,6 para 9,1, bem acima das previsões de -3,3, e o Índice Industrial do Fed de Filadélfia continuou negativo em -5,9, mas ficando acima da leitura do mês passado e das previsões de -9.
O índice de confiança NFIB, que avalia o sentimento entre as pequenas empresas norte-americanas continua em queda. O indicador principal da Federação Nacional de Empresas Independentes (National Federation of Independent Business - NFIB), caiu de 90,8 para 90,7, ainda assim acima das previsões que apontavam para 90,6.
No mercado imobiliário, o índice de confiança NAHB (National Association of Home Builders) caiu de 40 para 34, a leitura mais baixa deste ano, enquanto o Início de Construção de Imóveis aumentou 1,9% e o número de licenças de construção 1,1%.
Na Zona do Euro foi uma semana mais calma relativamente a dados económicos.
As atenções começaram por ir para o indicador alemão de confiança económica ZEW que mostrou inesperadamente uma subida na Zona Euro de 2,3 para 13,8, bem acima das previsões de 6,1, e com o indicador na Alemanha a subir de -1,1 para 9,8, também bastante acima das estimativas que apontavam para 5,0.
Os mercados estavam também atentos à divulgação dos dados da produção industrial que desiludiu analistas e investidores ao mostrar uma queda de 1,1%, maior do que a esperada de 0,9%, depois do aumento de 0,6% no mês anterior.
A balança comercial do mês de Setembro mostrou um saldo positivo de 9,2 mil milhões de euros, caindo dos 11,1 mil milhões revistos em baixo do mês anterior, enquanto a conta corrente surpreendeu ao mostrar um aumento dos 30,8 mil milhões de euros revistos em alta do mês anterior, para 31,2 mil milhões, ficando bem acima dos 20,3 mil milhões estimados pelos mercados.
A segunda estimativa do PIB do terceiro trimestre confirmou a contracção de 0,1% da economia da Zona Euro, da mesma maneira que a leitura final da inflação, confirmou a primeira leitura de uma inflação nos 2,9% e a inflação subjacente nos 4,2%.
A nível regional, a taxa de desemprego em França aumentou para 7,4% no terceiro trimestre de 2023, face aos 7,2% do trimestre anterior, ligeiramente superior às expectativas do mercado de 7,3%.
Os preços grossistas da Alemanha registaram uma queda mensal de 0,7% no mês de Outubro, ficando bem abaixo de um aumento estimado de 0,3%, caindo 4,2% em termos anuais, o sétimo mês consecutivo de queda e a mais acentuada desde Maio de 2020.
No Reino Unido tivemos mais uma semana de dados importantes, números do mercado de trabalho, da evolução dos preços no consumidor e das vendas a retalho.
O número de novos postos de trabalho aumentou em 33 mil, enquanto o número de pedidos de subsídio de desemprego aumentou de 9 mil do mês passado (revisto em baixa de 20,4 mil), para 17,8 mil, ficando acima das previsões de 15 mil. O aumento médio salarial incluindo bónus subiu 7,9% em termos anuais, o mais baixo em quatro meses e caindo dos 8,2% do mês anterior mas ficando acima dos 7,4% estimados. A taxa de desemprego (experimental) manteve-se inalterada nos 4,2% como esperado pelos mercados.
O mercado esteve muito atento à taxa de inflação de Outubro que mostrou uma queda surpreendente de 6,7% dos dois últimos meses, para 4,6% em Outubro, a taxa de inflação mais baixa desde Outubro de 2021. A taxa de inflação subjacente, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, baixou de 6,1% para 5,7%, ficando abaixo das previsões que apontavam para 5,8%.
As vendas a retalho, depois da queda de 1,1% (revista de 0,9%) no mês de Setembro, voltaram a cair em Outubro, desta vez em 0,3% em relação ao mês anterior, ficando abaixo da estimativa de mercado de um crescimento de 0,3%.
No Canadá, as vendas grossistas aumentaram no mês de Setembro 0,4% em relação ao mês anterior, após um aumento revisto de 1,8% em Agosto, acima das estimativas de uma leitura estável.
As vendas industriais aumentaram 0,4% em relação ao mês anterior, após uma subida revista para cima de 1% em Agosto e face a estimativas de uma queda de 0,1%.
O Início de Construção de Imóveis aumentou de 271 mil para 275 mil, face a previsões que apontavam para uma queda para os 255 mil.
Na Suíça, o Índice de Preços no Produtor aumentaram mensalmente, em Outubro, 0,2%, ficando acima dos 0,1% estimados pelo mercado e da queda nos preços de 0,1% no mês anterior.
Na China, os dados que foram sendo divulgados esta semana foram de uma maneira geral acima das estimativas dos mercados.
Os bancos chineses concederam em Outubro cerca de 738,4 mil milhões de yuans em novos empréstimos face a 2.310 mil milhões no mês de Setembro, ficando acima das estimativas de 660 mil milhões de yuans.
As vendas a retalho recuperaram mais do que o previsto, subindo de 5,5% em Setembro, para 7,6% em Outubro e acima dos 7,1% esperados. As vendas a retalho no acumulado do ano estão 6,9% acima relativamente ao mesmo período do ano passado. Os dados de produção industrial também superaram ligeiramente as estimativas, ganhando 4,6% face a 4,5% esperados e do mês anterior. Já o investimento imobiliário continua a ser um enorme factor negativo para a economia, e um grande obstáculo ao desempenho do investimento fixo que aumentou 2,9%, desacelerando dos 3,1% do mês anterior e ficou abaixo dos também 3,1% esperados. A taxa de desemprego manteve-se estável nos 5%, em linha com o esperado.
No Japão as atenções estiveram voltadas principalmente para a divulgação dos dados do PIB do terceiro trimestre que mostraram uma contracção maior do que o esperado. Depois do crescimento registado no segundo trimestre de 1,1%, no terceiro trimestre a economia contraiu 0,5%, face a uma contracção estimada pelo mercado de 0,1%.
O foco esteve também nos números de Outubro da balança comercial. O défice aumentou de 420 mil milhões de ienes, para 460 mil milhões, ficando bem abaixo da previsão de 690 mil milhões de ienes, com as exportações a aumentarem 1,6% em termos homólogos e as importações a diminuírem 12,5%.
As principais encomendas de maquinaria, que excluem as de navios e empresas de energia eléctrica, aumentaram 1,4% em Setembro, depois uma queda de 0,5% no mês anterior, ultrapassando as estimativas do mercado para um aumento de 0,9%.
O Índice de Preços no Produtor, em Outubro, aumentou 0,8% em relação ao ano anterior, desacelerando de um ganho revisto em alta de 2,2% no mês anterior, ficando um pouco abaixo das previsões do mercado de 0,9%.
Na Nova Zelândia o Índice de Serviços BusinessNZ caiu para 48,9 de 50,6, revistos em baixo de 50,7, enquanto os dados relativos à chegada de visitantes mostrou um aumento de 2,4%, depois da redução de 3% do mês anterior (número revisto em baixa de uma queda de 4,1%).
Na Austrália o destaque da semana esteve nos dados do emprego que mostraram um aumento de 55 mil novos postos de trabalho, bem acima dos 21 mil esperados pelo mercado. A taxa de desemprego subiu de 3,6% para 3,7%, em linha com as estimativas, com a taxa de participação a subir de 66,8% para 67%.
O índice de preços salariais subiu 1,3% no terceiro trimestre deste ano, em linha com as estimativas do mercado, depois do aumento de 0,9% do trimestre anterior, revisto em alta de 0,8%. Foi o maior aumento trimestral desde o terceiro trimestre de 1997.
As expectativas de inflação do consumidor do Melbourne Institute subiram de 4,8% para 4,9%.
O Índice de Confiança do Consumidor Westpac caiu 2,6%, depois do aumento de 2,9% no mês anterior, e o indicador de confiança empresarial NAB caiu para -2, depois de no mês anterior ter sido revisto em baixa de 1 para 0.
Os Bancos Centrais
O Banco Popular da China (PBoC) lançou esta semana um total de 1,45 triliões de yuans através do mecanismo de empréstimo de médio prazo (MLF) de um ano para o sistema bancário e manteve a taxa de juro inalterada nos 2,50%. Com 850 mil milhões de yuans em empréstimos do MLF previstos para expirar este mês, a operação resultou numa nova injecção líquida de fundos de 600 mil milhões de yuans no sistema bancário, a maior injecção de liquidez a médio prazo desde 2016.
O Banco Central das Filipinas manteve inalterada esta semana a sua taxa de juro de referência em 6,50%, em linha com as expectativas do mercado, após um aumento de surpresa de 25 pontos base em Setembro.
Mercados accionistas
A inflação na Europa, nos Estados Unidos e no Reino Unido a surpreender os mercados caindo mais do que o estimado pelos mesmos, levou a uma alteração na dinâmica dos mercados financeiros.
As preocupações geoestratégicas e geopolíticas foram “esquecidas” pelos investidores, as yields obrigacionistas recuaram em força, quebrando importantes níveis técnicos de suporte e o dólar cedeu, criando as condições para uma recuperação dos mercados accionistas a nível global.
Na Ásia, dados acima do esperado na economia chinesa, um iene cada vez mais desvalorizado e preços do petróleo em queda, levaram a uma semana com os mercados accionistas asiáticos em ganhos.
No Japão, o índice Nikkei liderou os ganhos na Ásia ao subir esta semana 3,12%, enquanto o Topix ganhou 2,33%.
Na Austrália, o índice ASX 200 avançou 1,04%, enquanto na Coreia do Sul, o índice Kospi registou o segundo melhor desempenho ao subir 2,50%.
Na China, o índice Shanghai Composite foi o que menos ganhou, avançando 0,51%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, ganhou 1,56%.
Na Europa foi uma semana de sólidos ganhos.
O índice Euro Stoxx 600 ganhou 2,82% e o Euro Stoxx 50 3,38%.
Na Alemanha, o índice DAX liderou os ganhos a nível global disparando esta semana 4,49%, desempenho semanal só superado este ano pela primeira semana do ano.
O índice CAC 40, de França, subiu 2,68%, enquanto o índice FTSE 100, do Reino Unido, foi o que teve um desempenho mais fraco, ganhando 1,95%.
Nos Estados Unidos, apesar de dados económicos mais fracos do que o estimado pelos mercados, tivemos também uma semana em ganhos significativos.
O índice Dow Jones voltou a ser o que menos ganhou, terminando a semana a avançar 1,94%, o índice S&P ganhou 2,24%, enquanto o índice Nasdaq liderou os ganhos ao avançar 2,37%.
Os índices de volatilidade voltaram a cair esta semana, com o VSTOXX EUR a afundar 13,6% e o S&P 500 VIX a cair 2,6%, terminando a semana abaixo de 14.
Gráfico Fonte XTB xStation 5
Mercado cambial
A semana foi dominada principalmente pela forte queda do dólar norte-americano, que deixou “respirar” divisas que tem vindo a sofrer fortes desvalorizações como são o caso das moedas nórdicas e ainda de outras cíclicas como o dólar australiano e ainda por moedas emergentes como é o caso do peso mexicano.
O dólar registou forte desvalorização durante esta semana. A forte queda das yields obrigacionistas, assim como as expectativas crescentes em torno de cortes de taxas de juro por parte da Reserva Federal, retiraram o apoio ao dólar, levando-o a perdas significativas.
O índice DXY teve esta semana um sentido único, o descendente, começando a semana em máximos a 105,70, para a terminar em mínimos a 103,65.
O EUR/USD voltou esta semana a negociar em fortes ganhos, com o segundo melhor desempenho semanal deste ano, impulsionado principalmente pela forte queda do dólar.
O EUR/USD começou a negociar a 1,0685, tendo ainda registado um mínimo próximo deste nível a 1,0665, para terminar a semana a negociar em máximos da semana, acima de 1,0900 (1,0916).
A libra negociou esta semana em perdas, depois dos dados económicos divulgados durante esta semana, terem levado a um aumento das perspectivas de corte de taxa de juro por parte do Banco de Inglaterra, nomeadamente com a inflação a surpreender, caindo abaixo do estimado pelo mercado.
Face ao dólar, a libra acompanhou parte dos ganhos do EUR/USD, com o GBP/USD a começar a semana a negociar em mínimos a 1,2218, atingindo um máximo a 1,2506, para terminar a 1,2461.
Face ao euro, a libra terminou a semana a negociar perto dos mínimos dos últimos seis meses. O EUR/GBP iniciou a semana a negociar a 0,8747, registou um mínimo a 0,8689, para terminar a negociar a 0,8758, recuando de um máximo de 0,8767.
O iene japonês continua a negociar em desvalorizações, e nem mesmo a queda do dólar e das yields obrigacionistas, conseguiram alterar o rumo do iene japonês.
O USD/JPY recuou dos ganhos da semana passada, depois de esta semana ter atingido um máximo a 151,95, em linha com o máximo registado em Outubro de 2022, terminando a 149,59.
O EUR/JPY voltou esta semana a registar novo máximo de mais de quinze anos, desta vez a 164,30, depois de iniciar a semana a negociar em torno do mínimo da mesma a 161,92 terminando-a a negociar a 163,31.
A coroa norueguesa terminou a semana a negociar em ganhos, ajudada pelo sentimento de risco a voltar ao mercado, apesar da queda nos preços do petróleo.
O EUR/NOK começou a semana a negociar a 11,88 para ter atingido mesmo um máximo a 11,97 e terminando a semana a negociar a 11,79, recuperando de um mínimo a 11,67.
O USD/NOK abriu a semana a negociar perto dos máximos a 11,16, para terminar a 10,80, recuperando de um mínimo de 10,77.
A coroa sueca em semana que precede a da reunião do seu banco central, negociou em ganhos significativos.
O EUR/SEK começou a semana a negociar a 11,64, registou um máximo a 11,68 e terminou a 11,48, recuperando de um mínimo de 11,41.
O USD/SEK caiu do nível de abertura e máximo a 10,91, para terminar em mínimos a 10,52.
O dólar australiano regressou a ganhos esta semana, depois dos dados do emprego e da expectativa da inflação se terem mostrado acima do esperado.
O AUD/USD iniciou a semana a negociar em mínimos a 0,6352 para terminar a 0,6514, muito perto do máximo da semana a 0,6542.
O EUR/AUD terminou a semana a 1,6756, recuperando do mínimo a 1,6633, depois de ter iniciado a semana a 1,6821 e de ter chegado a atingir um máximo a 1,6874.
O dólar canadiano voltou esta semana a negociar em perdas, continuando pressionado pela queda dos mercados petrolíferos.
O USD/CAD abriu a semana a 1,3799 para terminar a 1,3722, registando um máximo a 1,3843 e um mínimo a 1,3654.
O EUR/CAD terminou a semana em máximos a 1,4977, depois de ter iniciado a semana em mínimos a 1,4745.
O peso mexicano voltou a negociar em ganhos, impulsionado pelo sentimento de risco dos mercados financeiros.
O USD/MXN começou a semana a negociar a 17,62 e, depois de ter chegado a um máximo a 17,73, terminou a semana em mínimos a negociar a 17,22.
O EUR/MXN negociou dentro de intervalo relativamente reduzido, entre um máximo a 18,93 e um mínimo a 18,64, depois de ter iniciado a semana a 18,84 e terminado a 18,80.
Gráfico Fonte XTB xStation 5
Commodities
Petróleo
Os preços do petróleo registaram mais uma semana de perdas, negociando em volatilidade acrescida, entre preocupações geopolíticas, projecções que apontaram para um aumento da procura e simultaneamente receios renovados de um arrefecimento económico a nível global que possa acabar por impactar negativamente a procura por energia.
Logo no início da semana, o relatório mensal da OPEP impulsionou os preços do petróleo, levando-os a recuperar dos mínimos da semana anterior, mas dados económicos mais fracos nos Estados Unidos, acompanhados de um novo aumento dos inventários semanais de crude, despoletaram fortes vendas nos mercados do petróleo, que chegaram a perder mais de 20% desde o máximo registado em Setembro. No último dia da semana assistimos a uma forte recuperação, impulsionada por tomadas de mais valias e preocupações geopolíticas com o fim-de-semana a aproximar-se, levando os preços a terminar a semana em perdas comedidas.
O Brent começou a semana a negociar a $80,90 por barril, atingindo um máximo de $83,95, afundando até um mínimo de $76,60, nível que não se registava há mais de quatro meses, recuperando então para terminar a $80,60.
O WTI atingiu um máximo da semana a $79,75 logo no início da semana que iniciou a negociar a $76,90, para cair até um mínimo de $72,15 e terminar a $75,85.
Gráfico Fonte XTB xStation 5
Ouro
O ouro voltou a brilhar mais com as yields obrigacionistas a voltarem a cair e um dólar a desvalorizar, enquanto as preocupações geopolíticas se mantêm dando algum suporte aos activos tidos como de refúgio.
Depois de algumas semanas em queda, o ouro voltou a ganhar com a semana a terminar cerca de 2,4% acima do seu nível de abertura.
A onça de ouro, apesar disso, continua abaixo dos $2000. Começou a semana a negociar a $1940,15, em torno dos mínimos, para terminar a $1980,55, depois de ter registado um máximo a $1993,35.
Gráfico Fonte XTB xStation 5