A semana que começa
PMIs, Minutas e semana curta nos EUA

Os dados da actividade empresarial privada voltam a estar no centro das atenções, numa semana mais curta nos Estados Unidos e com muitas minutas de bancos centrais a serem divulgadas.
No que toca a dados económicos as atenções irão estar centradas na divulgação dos PMIs, desde a Ásia até aos Estados Unido, passando pela Europa, onde ultimamente têm sido um dos indicadores impulsionadores dos mercados.
Esta semana, na quinta-feira, 23 de Novembro, teremos o importante feriado nos Estados Unidos de Dia de Acção de Graças, com os mercados financeiros encerrados.
No dia seguinte teremos a “Black Friday”, que dá o pontapé de saída para a época de compras, com Wall Street a ajudar, negociando apenas meia sessão e encerrando às 13h00 de Nova Iorque, 18h00 de Lisboa.
Será mais uma semana em que a actividade dos bancos centrais se mantém elevada.
Iremos ter a divulgação das Minutas da FOMC, onde os mercados irão tentar obter mais pistas, tentando provavelmente cimentar a expectativa de cortes de taxas de juro mais cedo do que o esperado por parte da Reserva Federal dos Estados Unidos.
Teremos também minutas na Zona Euro, as da última reunião do Banco Central Europeu, onde também aqui o mercado procurará orientação futura. Essa “orientação futura” poderá ser ainda procurada nos diversos discursos de membros do banco central, e em especial nos dois discursos agendados esta semana para Christine Lagarde.
No Reino Unido teremos as Audiências sobre Relatórios de Política Monetária, onde os membros do Banco de Inglaterra irão testemunhar perante o Comité Parlamentar do Tesouro. Isto, na semana em que teremos também a Declaração de previsões de Outono do Ministro das Finanças Jeremy Hunt.
Na Austrália teremos as minutas da última reunião do Reserve Bank of Australia, na qual voltou a subir a sua taxa de juro em 25 pontos base. Além destas minutas, o mercado poderá contar também com dois importantes discursos da nova governadora do RBA, Michele Bullock.
Com a época de resultados empresariais do Terceiro trimestre a aproximar-se do fim, temos ainda esta semana um número decente de empresas de peso nos mercados a apresentarem as suas contas. Será o caso da Zoom, Nvidia, Lowe’s, Dell, HP, Deere & Company e Xiaomi entre outras.
Dados Económicos
Estados Unidos da América
Iremos ter uma semana relativamente calma no que toca a indicadores económicos.
Os olhos estarão colocados principalmente nos PMIs da S&P Global que, segundo as estimativas do mercado, deverão mostrar um ligeiro recuo das leituras do mês passado, com o sector manufactureiro a cair de 50 para 49,9 e a actividade de serviços a continuar em expansão mas com o índice a recuar de 50,6 (revisto em baixa de 50,9) para 50,4.
Mas muito antes destes dados teremos os dados relativos à venda de imóveis usados, com as estimativas a apontarem para um recuo de 3,96 milhões para 3,90 milhões.
O número semanal de novos pedidos de subsídio de desemprego deverá recuar dos 231 mil da semana anterior, para 226 mil.
Teremos também os dados das encomendas de bens duradouros onde as estimativas apontam para uma queda de 3,2% em Outubro, depois do aumento de 4,6% em Setembro, muito à custa da volatilidade criada pelas encomendas da Boeing. Se excluídos os itens de transporte, as encomendas de bens duradouros deverão aumentar 0,2%, depois do aumento revisto em baixa de 0,4% no mês anterior.
Os feriados do Dia de Acção de Graças levam à antecipação da divulgação dos números revistos da Universidade de Michigan para quarta-feira.
Zona Euro
O destaque da semana estará sem dúvida na divulgação dos PMIs onde os mercados estimam que a actividade empresarial privada possa mostrar uma muito ligeira recuperação, tanto no sector industrial como no sector de serviços.
As previsões apontam para uma subida do índice manufactureiro de 43,1 para 43,3 e do de serviços de 47,8 para 48, ambos a manterem-se em contracção.
A nível regional, os mercados estimam que este padrão seja idêntico tanto em França como na Alemanha.
Os mercados irão estar também de olhos postos na divulgação do indicador alemão de confiança empresarial IFO, com as estimativas a apontarem também para uma ligeira recuperação de 86,9 para 87,5.
Teremos ainda o índice de Confiança do Consumidor da Comissão Europeia, com as estimativas a apontarem para uma estabilização no nível do mês anterior de -18, mínimo dos últimos seis meses.
Reino Unido
Também por aqui as atenções irão estar principalmente nos dados da actividade empresarial privada. As previsões apontam para que o PMI de serviços da S&P Global estabilize nos 49,5 do mês anterior (revisto em alta de 49,2), enquanto o PMI manufactureiro poderá registar uma pequena recuperação de 44,8 (revisto em baixa de 45,2) para os 45,0.
Iremos ter também os números dos empréstimos líquidos no sector público, com as estimativas a apontarem para um aumento de 13,5 mil milhões de libras, para 21 mil milhões, as expectativas de ordens industriais da CBI, com uma ligeira recuperação de -26 para -25 e a confiança do consumidor GfK que deverá também apresentar uma melhoria de -30 para -28.
Canadá
O destaque da semana irá estar nos dados da inflação de Outubro. Os preços deverão, segundo as previsões, registar um aumento mensal de 0,2%, depois de uma queda no mês anterior de 0,1%, levando a uma queda na inflação anual de 3,8% em Setembro, para 3,2%. A inflação subjacente deverá cair de 2,8% para 2,6%. As estimativas apontam para que a mediana do Índice de Preços do Consumidor caia de 3,8% para 3,6%, enquanto a medida que exclui 40% dos itens mais voláteis deverá também ficar nos 3,6%, caindo do valor de 3,7% do mês anterior.
As atenções estarão ainda nos dados das vendas a retalho, onde as estimativas apontam para uma estabilização em Setembro, depois da queda de 0,1% no mês anterior, e se excluídas as vendas automóveis deverão registar uma queda de 0,3%, depois de um aumento de 0,1% no mês anterior.
Iremos ter ainda o Índice de Preços de Casa Novas e os Lucros Empresariais.
Suíça
A balança comercial deverá, segundo as previsões, mostrar uma redução do seu superávite, em Outubro, de 6,32 mil milhões de francos suíços, para 5,87 mil milhões.
Japão
O Índice de Preços do Consumidor Nacional, segundo as estimativas, deverá mostrar um aumento mensal dos preços, em Outubro, de 0,4%, acelerando de 0,3%, com a medida anual a subir de 3,0% para 3,2%. Se excluídos os frescos alimentícios, medida mais seguida pelo Banco do Japão, a inflação deverá mostrar uma subida de 2,8% para 3,0%.
Teremos também dados da actividade empresarial privada, onde as previsões apontam para uma subida do PMI manufactureiro de 48,7 para 49,1, continuando em terreno de contracção, enquanto a actividade de serviços deverá conhecer uma aceleração de 51,6 para 52,3.
Nova Zelândia
As atenções irão estar principalmente nos dados das vendas a retalho do terceiro trimestre deste ano, onde as estimativas apontam para nova queda, deste vez de 0,8%, depois da de 1% no trimestre anterior. Se excluirmos as vendas automóveis e de gasolina a queda poderá ser ainda maior, com as previsões a apontarem para -1,5%, depois de -1,8% do trimestre anterior.
Teremos também os números da balança comercial do mês de Outubro, com as estimativas a apontarem para uma redução do défice de 2329 milhões de dólares neozelandeses, para 1150 milhões.
Termos ainda dados das despesas com cartão de crédito.
Austrália
O destaque da semana vai estar na divulgação dos PMIs, onde as previsões apontam para ligeira melhoria na actividade de serviços e para ainda mais contracção no sector industrial. O PMI manufactureiro, segundo as estimativas, deverá cair de 48,2 para 47,5, enquanto o PMI de serviços deverá subir de 47,9 para 48,5.
Bancos Centrais
The People's Bank of China deverá manter esta semana as ”Loan Prime Rates” a 1 e 5 anos a 3,45% e 4,2%, respectivamente.
The Riksbank, o banco central sueco, irá reunir esta semana, com os mercados divididos entre a manutenção da sua taxa directora nos 4% e uma subida da mesma para os 4,25%. O banco central disse em Setembro que deveria aumentar 25 pontos base na reunião desta semana, mas muitos dos argumentos para um maior aperto monetário abrandaram, o que poderá levar a uma manutenção da actual taxa de juro.
O Banco Central da Turquia prometeu que a taxa directora será determinada de forma a criar as condições monetárias e financeiras necessárias para garantir uma descida na tendência subjacente da inflação. Os últimos números da inflação mostraram que esta tendência começou a melhorar, mas não provavelmente o suficiente para que pare com o aperto monetário em curso.
Os mercados dividem-se entre um aumento de 2,5% ou de 5%, com a taxa a poder ir, respectivamente, para os 37,5% ou para os 40%.
The South African Reserve Bank, segundo estimativas do mercado, deverá manter inalterada a sua taxa de juro nos 8,25% pela quinta reunião consecutiva.
O Banco da Indonésia deverá manter a sua taxa de juro directora nos actuais 6,0%, depois da surpreendente subida que anunciou fora da sua agenda de reuniões sobre política monetária.