Café da Manhã
Um início cauteloso

Café da Manhã Um início cauteloso

Os mercados financeiros estão a começar a semana cautelosamente, depois do ataque iraniano a Israel durante o fim-de-semana elevar ainda mais as tensões naquela área geográfica.

As tensões no Médio Oriente aumentaram quando o Irão atacou Israel com drones e mísseis no sábado à noite, em retaliação pelo ataque israelita à embaixada síria do Irão no início deste mês. O ataque foi, em certa medida, antecipado, uma vez que o Irão prometeu retaliar, mas tanto os Estados Unidos como várias potências regionais apelaram à contenção.
O Irão diz que considera “o assunto concluído”, que foi a resposta prometida ao ataque em Damasco, mas que voltará a responder caso Israel volte a atacar.

A semana está a começar com uma reacção do mercado um tanto moderada. O preço do petróleo recua dos máximos da semana passada, o ouro continua em torno dos níveis de fecho da passada sexta-feira, os mercados obrigacionistas recuam dos ganhos anteriores ao fim-de-semana e as acções negociam entre ganhos e perdas.

Na passada sexta-feira, os mercados accionistas norte-americanos terminaram a sessão em perdas, com os mercados a negociarem em aversão ao risco, na véspera de um fim-de-semana que já prometia ser “quente”.
Desta vez assistimos a um movimento típico de aversão ao risco, com os investidores a fugirem de activos de risco, como as acções, para as obrigações. As yields obrigacionistas caíram em conjunto com o preço das acções.
Ao mesmo tempo, os dados mistos da Universidade de Michigan não ajudavam, com a confiança do consumidor a cair e as expectativas de inflação a aumentarem.
O índice Dow Jones caiu 1,24%, o S&P 500 1,46% e o Nasdaq 1,62%.

As acções começaram a semana a negociar na Ásia de forma cautelosa, entre ganhos e perdas, com os mercados a quererem acreditar que o conflito no Médio Oriente não vá alargar.
No Japão, o índice Nikkei terminou a sessão a perder 0,90% e o Topix 0,23%, apesar de terem a ajuda de um iene mais fraco.
Na Austrália, o índice ASX 200 recuou 0,46% e o Kospi, da Coreia do Sul, 0,44%.
Na China, o índice CSI 300 ganhou 2,11% e o Shanghai Composite 1,26%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, recuou 0,70%.

Na Europa, os mercados accionistas estão a começar a semana em ganhos contidos, com os investidores animados pela possibilidade de um corte de taxas de juro na próxima reunião de Junho.
O índice Euro Stoxx 600 segue de momento a avançar 0,26% e o Euro Stoxx 50 0,76%.
O índice DAX, da Alemanha, ganha 0,97% e o CAC 40, de França, 0,57%.
No Reino Unido, o índice FTSE 100 recua 0,47%.

O mercado cambial está a começar a semana seguindo a dinâmica com que terminou a anterior.
O dólar continua a negociar em torno dos recentes máximos do ano, com o índice DXY a cotar de momento a 105,70, depois do máximo a 105,89.
O EUR/USD regista um pequeno recuo do novo mínimo do ano a 1,0622, negociando de momento a 1,0650.
A libra segue também a negociar em torno dos níveis de fecho da semana anterior, em ligeira recuperação dos mínimos registados. O GBP/USD continua abaixo de 1,2500 (de momento a 1,2475) e o EUR/GBP a 0,8540.
O iene japonês está a começar a semana a acelerar as perdas, com os mercados a testarem a paciência do Ministério das Finanças nipónico e do Banco do Japão, podendo estar perto uma nova intervenção cambial. O USD/JPY segue num novo máximo dos últimos 34 anos a negociar a 153,95 e o EUR/JPY a 164,00.

O mercado petrolífero mostra como os mercados estão a acreditar que a situação no Médio Oriente possa voltar a acalmar, com os preços do petróleo a recuarem dos máximos registados na semana passada, com expectativas da resposta prometida pelo Irão.
O Brent volta a negociar abaixo dos $90,00 por barril (de momento a $89,60) e o WTI abaixo dos $85,00 ($84,70).


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