Café da Manhã
Risk off

Café da Manhã Risk off

Os mercados financeiros seguem em modo “risk off” com as tensões geopolíticas a aumentarem, levando as acções a perder e o dólar e o petróleo a ganhar.

Depois de terem começado a semana de forma cautelosa, esperançados de um recuo na escalada do conflito no Médio Oriente, os mercados financeiros rumaram para um sentimento de aversão ao risco depois de notícias que apontam para uma resposta de Israel ao ataque do fim-de-semana por parte do Irão, ameaçando um alargamento generalizado naquela região.

Os mercados accionistas norte-americanos voltaram ontem a negociar em terreno negativo, recuando dos ganhos no início da sessão.
Com as yields obrigacionistas a subir depois das fortes vendas a retalho terem alimentado ainda mais as expectativas de que a Reserva Federal não irá reduzir em breve as taxas de juro, e as tensões geopolíticas a continuarem elevadas depois de responsáveis militares israelitas afirmarem que Israel não tem outra escolha que não seja uma resposta ao ataque sofrido durante este fim-de-semana, os preços das acções recuaram dos ganhos do iniciais, para terminarem em perdas significativas.
O índice Dow Jones recuou 0,65%, o S&P 500 1,20% e o Nasdaq liderou as perdas ao cair 1,79%.

Esta noite, na Ásia, os mercados accionistas mantiveram o sentimento de aversão ao risco deixado por Wall Street, com os principais índices a terminarem a sessão em perdas significativas.
Os dados divulgados na China foram mistos, não conseguindo recuperar a confiança dos investidores. O PIB mostrou um forte crescimento, acima do esperado, de 5,3%, mas as vendas a retalho e a produção industrial desiludiram, com as vendas a aumentarem apenas 3,1% (face a 5,1% esperado) e a produção 4,5% (face a 6% estimado).
No Japão, o índice Nikkei terminou a sessão a perder 1,88% e o Topix 2,04%.
Na Austrália, o índice ASX 200 caiu 1,81% e o Kospi, da Coreia do Sul, liderou as perdas recuando 2,28%.
Na China, o índice CSI 300 perdeu 1,07%, o Shanghai Composite 1,65% e o Hang Seng, de Hong Kong, 2,14%.

Os mercados accionistas europeus também não estão a fazer melhor na abertura do dia de hoje, com os principais índices a negociar em fortes perdas.
O índice Euro Stoxx 600 e o Euro Stoxx 50 seguem de momento a perder 1,39%.
Na Alemanha, o índice DAX cai 1,34%, tanto quanto o CAC 40, de França.
No Reino Unido, depois dos dados do emprego terem mostrado uma subida na taxa de desemprego de 3,9% para 4,2%, o índice FTSE 100 perde de momento 1,53%.

No mercado cambial, o sentimento de aversão ao risco que se vai fazendo sentir no mercado financeiro, continua a impulsionar o dólar que continua a ganhar face às restantes divisas.
O índice do dólar, DXY, segue a negociar em máximos do ano, acima de 106,00 pela primeira vez desde o início de Novembro do ano passado.
O EUR/USD continua pressionado, registando novos mínimos do ano (1,0602) e seguindo a negociar de momento a 1,0615.
A libra, depois dos dados do emprego esta manhã terem sido mais fracos do que o esperado, segue a negociar na tendência dos últimos dias, perdendo face ao dólar com o GBP/USD a cotar de momento a 1,2440, e a ganhar face ao euro com o EUR/GBP a 0,8530.
O iene japonês continua a negociar em perdas, e a renovar máximos dos últimos 34 anos, com o USD/JPY a continuar a negociar acima de 154,00 (154,50 de momento) e o EUR/JPY a 164,00.
O sentimento de aversão ao risco traz novo suporte ao franco suíço que segue esta semana a recuar das fortes perdas dos últimos meses. O USD/CHF segue de momento a negociar a 0,9130 e o EUR/CHF de novo abaixo de 0,9700 (0,9695).
Este sentimento de aversão ao risco trouxe, por outro lado, pressão sobre o peso mexicano que recua dos recentes máximos. Depois de chegar a negociar abaixo de 16,30, o USD/MXN segue agora a negociar em torno de 16,85 e o EUR/MXN de 17,90.

Os mercados petrolíferos até começaram a semana a recuar, dando sinais de que as preocupações em torno da situação no Médio Oriente tinham sido ultrapassadas e que o ataque do Irão a Israel não iria ter consequências. Mas os receios voltaram com a “guerra de palavras” a manter-se levando os mercados a renovar receios de um alargamento do conflito.
O Brent recua das perdas do início da semana, e segue de novo a negociar acima dos $90,00 por barril ($90,30) e o WTI acima dos $85,00 (de momento a $85,50).


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