EUR/USD
Semanal

EUR/USD Semanal

O EUR/USD manteve-se em torno dos níveis mínimos deste ano sem conseguir quebrar 1,0600. Será que é a medida preferida do Fed para a inflação em conjunto com os PMIs da Zona Euro que vão levar o par para 1,0500?

Na semana passada, mesmo com tensões geopolíticas a aumentar e um presidente da Reserva Federal a surpreender mais hawkish, o EUR/USD não conseguiu fazer melhor que registar um novo mínimo do ano a 1,0600, cerca de 20 pontos abaixo do mínimo atingido na semana anterior.

Foi uma semana em que além da aversão ao risco que começou logo no fim-de-semana com o ataque massivo do Irão a Israel e culminou com a resposta de Israel ao Irão, os responsáveis tanto do Banco Central Europeu como da Reserva Federal estiveram bastante activos, desdobrando-se em discursos e comentários, no seio das Reuniões de Primavera do FMI, como fora delas.

Não fosse uma viragem hawkish de Jerome Powell, tudo tinha sido, de uma maneira geral, a continuação do que temos visto e ouvido ultimamente. A divergência dos dois bancos centrais é bem visível, com os responsáveis do FOMC a reiterarem a necessidade de ganhar mais confiança no processo de desinflação para avançarem com cortes de taxas de juro e, por outro lado, os responsáveis do BCE a continuarem a apontar um primeiro corte de taxas de juro na próxima reunião de Junho.
Jerome Powell desequilibrou um pouco este equilíbrio quando, surpreendentemente veio admitir que com os continuados dados da inflação acima do esperado, a confiança necessária para cortar taxas fica mais difícil de alcançar, dizendo que as mesmas poderão ficar o tempo que for necessário até que o processo de desinflação volte a acelerar.

Mas o EUR/USD também não beneficiou desta viragem de Powell. O mercado já está a descontar apenas dois cortes de taxas, até menos do que isso. Por outro lado, já está a dar como certo o corte de Junho por parte do BCE.
Mas se parece haver terreno comum no Conselho de Governadores para um corte em Junho, o caminho além de Junho parece bem mais espinhoso, onde agora, alguns desses membros (Holzman por exemplo) não vê com bons olhos que o BCE siga a cortar taxas, enquanto o Fed as mantém elevadas durante mais tempo.
Essa será provavelmente uma discussão para mais tarde, mas ainda assim vai retirando força ao movimento descendente do EUR/USD.

Esta semana iremos ter PMIs, que serão mais impactantes para o euro, e o Core PCE Price Index, com possível forte impacto nas yields e como tal no dólar.

Em minha opinião, a recuperação estimada pelos mercados dos PMIs na Zona Euro não irão desviar as expectativas do corte de taxas de juro em Junho, mas um número bem mais forte poderá dar mais suporte ao euro, que poderá levar a correcção da semana passada um pouco mais longe.
Relativamente à medida preferida do Fed para a inflação, só uma surpresa em baixo poderá levar a um recuo nas expectativas de cortes de taxas de juro do mercado, sendo que um número que surpreenda em alta, irá certamente proporcionar novos mínimos do ano para o EUR/USD, nomeadamente atingindo o tal nível psicológico a 1,0500 e, quem sabe, o mínimo de 2023 a 1,0448.


Tecnicamente

Gráfico EUR/USD semanal

Fonte XTB xStation 5


Mais uma semana e mais um novo mínimo do ano, mas desta vez num movimento tímido que levou o preço até 1,0600.

O RSI continua abaixo da linha de 50 mostrando um forte momentum negativo, enquanto o MACD continua em torno de zero, mas com a linha de MACD continua a afastar-se cada vez mais da linha de Sinal.

O EUR/USD consolidou em torno dos recentes mínimos ligeiramente acima de 1,0600, e dos 38,2% Fibonacci retracement a 1,0611, do movimento mínimo de 2022 / máximo de 2023.
O break desta área deixará exposto o nível psicológico 1,0500, que se por sua vez ultrapassado, mostrará a nova referência a 1,0448, o mínimo de 2023.

Uma inversão da actual tendência descendente que leve o preço a um fecho acima da Nuvem de Ichimoku semanal, poderá ser indicação de que o preço poderá voltar para a anterior tendência ascendente, mas só um fecho acima do máximo deste mês a 1,0885 irá inviabilizar o actual cenário bearish para o par.

Gráfico EUR/USD diário

Fonte XTB xStation 5

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O comentário é disponibilizado todas as manhãs, tentativamente entre as 10h00 e as 10h30.

O EUR/USD, depois do forte movimento descendente da semana anterior que trouxe o preço de 1,0885 até ao mínimo de 1,0622, consolidou em torno desses mínimos.
O preço registou um novo mínimo do ano a 1,0600, antes de registar uma ligeira correcção que o levou até ao máximo da semana a 1,0690, muito perto da referência dada pelo anterior mínimo do ano, registado em Fevereiro, a 1,0695.

O RSI e o MACD continuam a mostrar um forte momentum negativo para o par, com o RSI bem abaixo de 50 e o MACD abaixo da linha zero, e dando sinais de mais perdas para o par com a linha do MACD a continuar abaixo da linha de Sinal.

O preço poderá continuar a consolidar dentro do intervalo da semana anterior, entre o recente mínimo do ano a 1,0600 e o anterior mínimo a 1,0695.

Um teste aos 38,2% Fibonacci retracement do movimento que trouxe o preço desde o máximo deste mês de Abril a 1,0885, até ao recente mínimo de 1,0600, a 1,0709 e o ultrapassar do mesmo, poderá levar o par para uma correcção mais ampla, com o objectivo a poder estar nos 61,8% do mesmo movimento, a 1,0776, entre a área 1,0748/1,0783, dada pelas médias móveis 21 e 200 dias, respectivamente.

O quebrar do recente mínimo do ano (e da semana passada) a 1,0600, irá voltar a expor o nível psicológico 1,0500, que se ultrapassado colocará o mercado de olho no mínimo de 2023 a 1,0448.


Resistências - Suportes

1,0695 - 1,0600

1,0709 - 1,0500

1,0783 - 1,0448



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