Semana Revista
Adeus Agosto!

Semana Revista Adeus Agosto!

Mês de férias por excelência onde os mercados aumentaram as expectativas de cortes de taxas de juro, o dólar voltou a cair assim como o petróleo, e o iene voltou a ganhar tal como o ouro.

Um mês em que verificamos um ligeiro aumento da volatilidade a nível global, mas que não chegou a abanar suficientemente os mercados de forma a fazê-los romper os níveis de consolidação em que continuam a negociar.
Nos mercados accionistas, as perdas significativas do início do mês, foram seguidas de uma recuperação sólida.
Os mercados petrolíferos continuaram a navegar por mares mais agitados, entre receios de uma procura mais fraca e de alguma disrupção da oferta, sempre de olho no que se vai passando no Médio Oriente.
As expectativas de cortes de taxas de juro nos Estados Unidos vieram a aumentar desde os dados do mercado de trabalho no início do mês, tendo culminado com certa “confirmação” de cortes de taxas por parte de Jerome Powell, em Jackson Hole.





Esta semana foi marcada por uma nova fase de consolidação/correção nos mercados obrigacionistas. Após as quedas nas yields observadas nas primeiras semanas de Agosto, as yields obrigacionistas recuperaram parte do terreno perdido, anulando as perdas registadas na semana anterior.

Com os mercados financeiros a descontarem já 100 pontos base de corte nas taxas de juro nos Estados Unidos por parte da Reserva Federal e com a FedWatch Tool da CME a mostrar uma probabilidade acima dos 35% para um corte de 50 pontos base já na próxima reunião de Setembro, os mercados entraram em consolidação nos recentes níveis, enquanto aguardavam pelos dados da inflação na Zona Euro e pela medida preferida do Fed para a inflação, o Core PCE Price Index.

Se os mercados pouco reagiram à apresentação dos resultados da empresa que mais tinta tem feito correr, a Nvidia, os dados da inflação divulgados no último dia da semana, tanto na Zona Euro como nos Estados Unidos, ainda menos agitaram as águas do mercado financeiro. Tanto na Zona Euro como nos Estados Unidos, os números saíram precisamente como estimado pelos mercados, que aguardam agora pelos “ainda mais importantes” dados do mercado de trabalho norte-americano da próxima semana.





Esta semana foi uma semana particularmente agitada no que toca a intervenções verbais por parte de membros do Banco Central Europeu. O mercado segue a descontar um corte de 25 pontos base na próxima reunião de Setembro, mas as vozes mais “hawkish” dentro do BCE, continuam a combater a ideia de que isso seja um dado adquirido.
O holandês Knot diz necessitar de mais dados para que um corte em Setembro possa suceder, dizendo que está tudo ainda em aberto.
O presidente do banco central austríaco, Holzmann, o mais ”hawk” dentro do BCE, disse não ser contra cortes de taxas de juro mas que é necessário cautela. Se o BCE não for suficientemente cuidadoso, “alguém poderá ser forçado a dar um passo atrás”, afirmou. “Se a inflação subjacente se mantiver elevada, isso irá retroalimentar a taxa global”, observou. Referiu ainda que o banco central é “orientado por dados” e que se o BCE não reduzir as taxas na reunião de Setembro, esta opção poderá ser considerada em Outubro.
Joachim Nagel, presidente do Bundesbank, reiterou as preocupações de Holzmann. O BCE não deve cortar as taxas de juro demasiado depressa e que "o regresso atempado à estabilidade de preços não pode ser considerado garantido".
Isabel Schnabel afirmou na sexta-feira que, mesmo com alguns riscos, uma “aterragem suave" ainda é “mais provável do que uma recessão”. A responsável do BCE saudou os dados mais recentes. “Os dados divulgados ontem sugerem que em Agosto a inflação diminuiu ainda mais em partes da zona euro”, acrescentou. No entanto, Schnabel disse também que o actual nível de inflação subestima os desafios da política monetária e os riscos que esta pode enfrentar.



Dados Económicos




Nos Estados Unidos as atenções foram para a divulgação da medida preferida do Fed para a inflação, o Core PCE Price Index. Em termos mensais o indicador subiu 0,2%, mantendo-se a taxa anual nos 2,6%, ambos em linha com o estimado pelos mercados. O índice de preços de despesa pessoal manteve-se nos 2,5%, em linha com as estimativas.
O rendimento pessoal mostrou um aumento de 0,3%, acelerando dos 0,2% do mês anterior e acima das previsões, enquanto a despesa pessoal acelerou de 0,3% para 0,5%, em linha com as estimativas do mercado.
A semana começou com os dados de Julho das encomendas de bens duradouros, que mais do que recuperaram da queda de 6,7% em Junho, aumentando 9,9% em termos mensais, bem acima das estimativas de 4,0%, impulsionadas principalmente pelas encomendas de aeronaves. Sem o itens de transportes, as encomendas caíram 0,2%, contra previsões de uma estagnação.
Os mercados estiveram também atentos aos dados da segunda estimativa do PIB do segundo trimestre deste ano, que surpreendeu, ao mostrar um crescimento económico no segundo trimestre deste ano de 3%, acima do mostrado na leitura preliminar de 2,8%.
Os habituais números semanais de novos pedidos de subsídio de desemprego estabilizaram pela quarta semana consecutiva em torno dos 230 mil, depois do aumento para a área dos 250 mil no mês de Julho.
Tivemos esta semana mais dados do mercado imobiliário. Começamos com a divulgação do índice de preço de casas S&P/Case-Shiller que mostrou em Junho um aumento de 6,5% em relação ao ano anterior, acima das estimativas de 6,2%, mas recuando dos 6,9% do mês anterior, enquanto os preços médios das casas com hipotecas garantidas pela Fannie Mae e Freddie Mac caíram 0,1%, abaixo das estimativas do mercado de uma subida de 0,2%. Já as vendas pendentes de casas caíram em Julho inesperadamente 5,5% em termos homólogos, contrariando as estimativas que apontavam para um ligeiro aumento de 0,2%, eliminando o aumento no mês de Junho de 4,8%.
O índice manufactureiro de Dallas subiu de -17,5 para -9,7 (acima dos -14 estimados pelo mercado), já o índice de Richmond caiu de -17 para -19, desiludindo os mercados que aguardavam por um aumento para -14, registando a queda mais acentuada da actividade manufactureira desde Maio de 2020. O Chicago PMI subiu de 45,3 para 46,1, superando as estimativas do mercado de 44,4.
O índice de confiança do consumidor da Conference Board mostrou este mês uma subida para 103,3, depois de um valor revisto em alta do mês anterior de 101,9, superando as estimativas do mercado que apontavam para um pequeno recuo do índice.
O défice comercial de bens de Julho aumentou para 102,7 mil milhões de dólares, ficando acima das estimativas de 97,1 mil milhões, depois dos 96,6 mil milhões de dólares do mês anterior.
A semana terminou com a revisão dos dados da Universidade de Michigan, com o índice de confiança do consumidor a subir ligeiramente de 67,8 para 67,9 e as expectativas de inflação a caírem de 2,9% para 2,8%.

Na Zona do Euro os mercados começaram a semana atentos aos dados do indicador de confiança empresarial alemão IFO que voltou a mostrar uma queda, desta vez de 87,0 para 86,6, mesmo assim melhor do que o apontado pelas estimativas de 86.
As atenções dos mercados estiveram especialmente voltadas para os dados da inflação, começando com os preços no consumidor espanhóis e alemães em Agosto a subirem menos do que o esperado. Os preços em Espanha mantiveram-se estáveis ​​em termos mensais, com a inflação a cair de 2,9% para 2,2%, abaixo dos 2,4% estimados. Na Alemanha, os preços caíram no mês de Agosto 0,2%, com a inflação anual a cair de 2,6% para 1,9%, abaixo dos 2,1% previstos. A inflação subjacente caiu mais suavemente, em Espanha de 2,8% para 2,7% e na Alemanha de 2,9% para 2,8%, enquanto em França a inflação caiu de 2,3% para 1,9%, acima das estimativas de 1,8%.
O agregado da Zona Euro mostrou uma inflação exactamente em linha com o esperado, com a inflação global a cair de 2,6% para 2,2% e a inflação subjacente de 2,9% para 2,8%.
Tivemos também o indicador de sentimento económico que subiu de 96 para 96,6, o nível mais elevado em mais de um ano, e acima das expectativas do mercado de 95,8. O indicador de confiança dos consumidores baixou de -13 para -13,5, ficando ligeiramente abaixo das estimativas de -13,4. Finalmente, a taxa de desemprego da Zona Euro caiu de 6,5% para 6,4%, surpreendendo os mercados que apontavam para que se mantivesse inalterada nos 6,5%.
Na Alemanha, os dados finais do PIB do segundo trimestre confirmaram a contracção apontada pela leitura inicial de 0,1%, o índice de confiança do consumidor GfK mostrou uma queda de uma leitura revista no mês anterior de -18,6, para -22, desiludindo os mercados que apontavam para uma ligeira melhoria para -18,1 e a taxa de desemprego manteve-se nos 6%, tal como esperado.
Em França, a despesa do consumidor recuperou parcialmente a queda revista em baixo de 0,6% do mês anterior, aumentando em Julho 0,3%, ainda assim ficando aquém do estimado pelo mercado de 0,5%.

No Reino Unido O índice de preço de casas da Nationwide mostrou uma queda mensal de 0,2%, depois do aumento de 0,3% no mês anterior e contrariando as estimativas que apontavam para uma subida de 0,2%. A aprovação de hipotecas registou um aumento de 60 mil para 62 mil, superando as estimativas de 61 mil, enquanto os empréstimos líquidos a particulares aumentaram de 3,5 mil milhões de libras revistos em alta, para 4 mil milhões de libras, contrariando as estimativas que apontavam para um decréscimo para 3,4 mil milhões.

No Canadá As atenções foram especialmente para a divulgação dos dados do PIB do segundo trimestre deste ano que mostraram um crescimento económico trimestral de 0,5%, em linha com as previsões do mercado e acima dos 0,4% do trimestre anterior. Em termos anuais, o PIB cresceu 2,1%, acelerando dos 1,8% divulgados no primeiro trimestre. O PIB do mês de Junho mostrou uma estagnação, ficando abaixo das estimativas de um crescimento de 0,1%, desacelerando do crescimento de 0,1%, revisto em baixo, do mês anterior.
Tivemos ainda os números da conta corrente do segundo trimestre, que mostraram um aumento do défice de 5,4 mil milhões de dólares canadianos para 8,5 mil milhões, bem acima do apontado pela estimativa do mercado de 5,8 mil milhões de dólares canadianos.

Na Suíça O barómetro económico KOF surpreendeu ao mostrar uma subida de 100,6 (revisto em baixo) para 101,6, superando as estimativas de 100,6.

China
Já neste sábado, fechando o mês de Agosto, foram divulgados os dados oficiais de actividade económica. O índice PMI manufactureiro caiu mais do que o estimado de 49,4 para 49,1 (face aos 49,2 previstos), seguindo em contracção, enquanto a actividade de serviços surpreendeu positivamente ao subir ligeiramente de 50,2 para 50,3, contra um recuo esperado para 50.

No Japão A semana terminou com uma agenda económica bastante preenchida, divulgando uma boa mão cheia de dados.
A inflação de Tóquio subiu mais do que o estimado pelos mercados, de 2,2% para 2,6%, acima dos 2,3% previstos. O indicador preferido do banco central, o Índice de Preços do Consumidor, sem os alimentos frescos, aumentou 0,5% em termos mensais, levando a inflação subjacente anual a subir 2,2% para 2,4%.
A produção industrial aumentou 2,8% em Julho, abaixo das estimativas do mercado que apontavam para 3,5%, recuperando parcialmente a queda de 4,2% do mês anterior.
As vendas a retalho aumentaram em Julho pelo quarto mês consecutivo, mas menos do que o esperado pelo mercado. As vendas aumentaram no mês 0,2% (face a 0,4% estimado) com a medida anual a ficar pelos 2,6%, caindo dos 3,8% do mês anterior e abaixo das previsões de 2,8%.
Os dados do mercado de trabalho desiludiram os mercados com a taxa de desemprego a subir inesperadamente, em Julho, de 2,5% para 2,7%.
O início de construção de casas diminuiu a menor ritmo (-0,2%), face a -1,1% estimado e depois da queda de 6,7% no mês anterior.

Na Nova Zelândia, o índice de confiança empresarial ANZ disparou de 27,1 para 50,6, atingindo o nível mais elevado desde Maio de 2014, contrariando as estimativas que apontavam para uma queda para 20.
As licenças de construção mais do que recuperaram a queda revista em baixo de Junho de 17%, ao subirem em Julho 26,2%, superando largamente as estimativas do mercado de nova queda de 1,9%.

Na Austrália, o destaque da semana vai para os dados da inflação de Julho que caiu de 3,8% em Junho para 3,5% em termos homólogos, ficando acima das estimativas de mercado que apontavam para 3,4%.
As vendas a retalho ficaram inalteradas no mês de Julho, desacelerando do aumento de 0,5% no mês anterior e desiludindo os mercados que estimavam um aumento de 0,3%.


Os Bancos Centrais



O Banco Central da Hungria
O banco central húngaro manteve sua taxa básica inalterada em 6,75% na reunião desta semana, marcando a primeira interrupção no seu ciclo de corte de taxas após dez cortes consecutivos desde que a flexibilização monetária começou em Outubro do ano passado, em linha com as expectativas do mercado.


Mercados accionistas



Apesar de durante este mês de Agosto termos assistido a um aumento das expectativas de cortes de taxas de juro dos bancos centrais e de uma queda nas yields obrigacionistas, isso acabou por não ser acompanhado de ganhos nos mercados accionistas. Tensões geopolíticas, receios de contracção económica e mercados accionistas em torno ou muito perto de máximos históricos, acabaram por pesar no sentimento dos investidores.
Os mercados accionistas asiáticos foram os que mais perderam. As fortes valorizações registadas pelo iene japonês pesaram no preço das acções, levando o índice Nikkei a perder 1,23% e o Topix 2,92%. Na Coreia do Sul, o índice Kospi caiu 3,47%, quase igualando as perdas do CSI 300 na China que caiu 3,51%. Em sentido contrário estiveram o Hang Seng, de Hong Kong, e o Nifty 50, da Índia, que ganharam 3,72% e 1,14%, respectivamente.
As acções na Zona Euro foram as que mais avançaram. O índice Euro Stoxx 600 avançou 1,32% e o Euro Stoxx 50 1,73%. O alemão DAX liderou os ganhos na Europa ao subir 2,16%, enquanto o FTSE 100 foi o que registou pior desempenho (+0,10%).
Em Portugal o PSI registou também um desempenho modesto ao avançar 0,77%.
Nos Estados Unidos os mercados negociaram entre ganhos e perdas, com os principais índices de Wall Street a negociarem em ganhos. O índice Dow Jones ganhou 1,76%, o S&P 500 2,28% e o Nasdaq 0,62%. O índice Russell 2000 recuou 1,85%.

Nesta última semana do mês, em que os mercados aguardaram por resultados da Nvidia, pelo Índice de Preços no Consumidor na Zona Euro e ainda pela medida preferida do Fed para a inflação, as acções seguiram num padrão de consolidação, desiludindo aqueles que esperariam alguma “acção” em torno da divulgação desses dados.
As yields obrigacionistas recuperaram dos mínimos atingidos durante a semana anterior, mas isso não levou a pressões sobre os preços das acções que terminaram a semana entre ganhos e perdas.

Na Ásia, dados económicos mistos no Japão levaram os índices nipónicos a terminarem em ganhos modestos, avançando 0,67% e 1,04%, respectivamente para o Nikkei e para o Topix.
Na Austrália, o índice ASX 200 avançou 0,85%, enquanto o Kospi, da Coreia do Sul, recuou 1,01%.
Na China, incentivos por parte do banco central levaram as acções a recuperarem parte das perdas iniciais, com o CSI300 a recuar marginalmente 0,17% e o Shanghai Composite 0,43%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, liderou os ganhos na Ásia ao subir 2,14%.
Na Índia, o índice Nifty 50 ganhou 1,66%.

Na Europa os principais índices registaram uma semana positiva, impulsionados por estimativas de um corte de taxas de juro por parte do BCE em Setembro.
O índice Euro Stoxx avançou 1,33% e o Euro Stoxx 50 0,98%.
Na Alemanha, o índice DAX liderou os ganhos na Europa ao avançar 1,47%, enquanto o FTSE 100, do Reino Unido, foi o que registou pior desempenho, pressionado por uma libra mais forte e estimativas de taxas de juro elevadas por parte do Banco de Inglaterra.
Por cá, o PSI avançou esta semana 0,93%.

Nos Estados Unidos, com os investidores a aguardarem pelos dados do mercado de trabalho da próxima semana, onde os mercados poderão ter mais pistas sobre o tamanho do corte de taxas da Reserva Federal a 18 de Setembro, as acções nos Estados Unidos negociaram entre ganhos e perdas.
O índice Dow Jones liderou os ganhos ao avançar 0,94% e o índice S&P 500 0,24%, enquanto o Nasdaq liderou as perdas ao cair 0,94% e o índice de pequenas empresas Russell 2000 recuou 0,27%.

Gráfico Fonte XTB xStation 5


Mercado cambial



Olhando para o mês de Agosto que terminou esta semana, a queda das yields obrigacionistas levaram a perdas do dólar, com o índice DXY a registar um mínimo do ano a 100,40, enquanto o EUR/USD registou um novo máximo do ano ao cotar a 1,1200. Enquanto isso, o iene japonês continuou a valorizar, com o USD/JPY a registar um mínimo de 141,70 e o EUR/JPY a 154,40, antes de recuperarem e terminarem o mês a 146,15 e 161,50 respectivamente.
Durante este mês de Agosto, de realçar os ganhos da coroa sueca, do franco suíço, do dólar australiano, do dólar neozelandês e ainda da libra esterlina. Por outro lado, em perdas significativas, estiveram o peso mexicano e a lira turca.

Em termos semanais, se a semana passada foi caracterizada pelas perdas do dólar norte-americano, poderemos dizer que esta semana foi caracterizada pela sua recuperação. Apesar das expectativas de cortes de taxas de juro continuarem a aumentar, com a FedWatch Tool da CME a mostrar mais de 30% de probabilidade de um corte de 50 pontos base já na próxima reunião da Reserva Federal no dia 18 de Setembro, as yields obrigacionistas recuperaram dos mínimos registados durante a semana passada, proporcionando algum suporte ao dólar.

O índice DXY recuperou esta semana cerca de 1%, tendo terminado a semana a negociar em máximos a 101,60, depois de a ter iniciado em torno de mínimos a 100,55.

O EUR/USD, depois de ter começado a semana a negociar ligeiramente abaixo de 1,1200 (1,1190) e chegar mesmo a um máximo ligeiramente acima desse nível (1,1202), acabou a semana a negociar em mínimos de 1,1045.

A libra continua a negociar em ganhos, impulsionada pela divergência do seu banco central face tanto à Reserva Federal como ao Banco Central Europeu. Enquanto os mercados continuam a descontar cortes de taxas nestes dois bancos, relativamente ao Banco de Inglaterra o mercado aponta menos cortes e mais tardios, levando suporte à libra.
O GBP/USD registou um novo máximo do ano a 1,3267, nível que não se registava desde Março de 2022, terminando a negociar a 1,3127, perto do mínimo da semana a 1,3110, depois de ter começado a semana a negociar a 1,3219.
O EUR/GBP terminou a semana a 0,8415, perto do mínimo de 0,8400, depois de a ter iniciado a negociar em máximos a 0,8475.

O iene japonês, apesar dos dados da inflação de Tóquio abrirem a porta à possibilidade de mais subidas de taxas de juro, terminou esta semana a recuar dos recentes máximos, pressionado por yields obrigacionistas mais altas.
O USD/JPY começou a semana a negociar a 144,25, ainda fez um mínimo de 143,45, mas acabou por terminar a semana a 146,20, encostado ao máximo de 146,25.
O EUR/JPY começou a semana a negociar a 161,38 e terminou a 161,53, tendo ficado confinado entre um mínimo de 160,03 e um máximo de 162,18.

O franco suíço voltou a negociar em ganhos consideráveis esta semana, atingindo novos máximos, terminando a semana a recuar dos mesmos.
O USD/CHF começou a semana a negociar a 0,8478, para terminar a 0,8501, encostado ao máximo de 0,8511, depois de negociar em torno dos mínimos do ano a 0,8400.
O EUR/CHF terminou a semana a 0,9391, perto do mínimo da semana registado a 0,9353, depois de ter começado a semana em torno de máximos a 0,9485.

O dólar neozelandês voltou esta semana a negociar em fortes ganhos, depois do índice de confiança empresarial ANZ ter registado o nível mais elevado de uma década.
O NZD/USD começou a semana a negociar a 0,6233, para terminar a 0,6249, tendo ficado confinado entre um mínimo de 0,6194 e um máximo de 0,6299.
O EUR/NZD começou a semana a negociar a 1,7982, perto do máximo de 1,8020, terminando a semana a afundar até um mínimo de 1,7652, fechando a 1,7677.

O peso mexicano foi de novo a moeda que mais perdeu esta semana. O peso segue pressionado pelos planos de reforma do sistema judicial do país, propostas por Andrés Manuel López Obrador (AMLO), que poderão ser aprovadas no parlamento pelo seu partido maioritário, Morena. As reformas judiciais estão centradas na eleição dos juízes, incluindo os juízes do Supremo Tribunal, por voto popular. O Presidente cessante AMLO diz que as suas reformas procuram reduzir a corrupção no sistema judicial, enquanto outros afirmam que as reformas representam uma concentração alarmante de poder.
O USD/MXN começou a semana a negociar em torno de mínimos a 19,15 para terminar a negociar a 19,73, depois de recuar de um máximo de 19,96.
O EUR/MXN começou também a semana em mínimos de 21,41, para terminar a 21,99, depois de ter registado um máximo de 22,14, nível que não se registava desde Março de 2022.

Gráfico Fonte XTB xStation 5


Commodities



Petróleo

Os mercados petrolíferos, depois das perdas no mês de Julho, voltaram a registar mais perdas no passado mês de Agosto. Os receios de uma procura a arrefecer por parte da China e dos Estados Unidos, em conjunto com notícias de que a OPEP poderá aumentar a produção, ultrapassa largamente os receios de uma disrupção da oferta, resultante da situação em torno do Médio Oriente, a que o mercado se habitua cada vez mais.
Em Agosto, o preço do barril de Brent caiu cerca de 4,7% e o do WTI 5,50%, com o primeiro a cair de $81,55 para $76,95 e o segundo de $78,60 para $73,60.

Esta semana, os mercados petrolíferos até começaram a negociar em alta. Tensões crescentes no Médio Oriente entre Israel e o Hezbollah na fronteira sul do Líbano, anúncio de interrupção de produção na Líbia e ainda o Iraque a suspender uma carga de um milhão de barris para reduzir o volume das suas exportações, impulsionaram de novo os preços. Mas notícias de que a OPEP+, deverá prosseguir a um aumento planeado da produção de petróleo a partir de Outubro, voltou a pressionar os preços do petróleo, levando a semana a terminar em perdas.

O Brent começou a semana a negociar a $78,60 por barril e chegou ainda a negociar acima dos $80, quando atingiu um máximo de $80,50, mas acabou a semana a negociar a $76,95, perto do mínimo registado a $76,70.
Também o WTI começou a semana em ganhos. Depois de abrir a semana a negociar a $75,10 por barril, atingiu um máximo de $77,60, mas acabou a semana a negociar a $73,60, muito perto do mínimo da semana de $73,40.

Gráfico Fonte XTB xStation 5



Ouro

No mês de Agosto, as expectativas de cortes de taxas de juro por parte dos bancos centrais, assim como a queda generalizada das yields obrigacionistas e um dólar mais fraco, alimentaram novamente os ganhos do metal amarelo, que voltou a registar novo máximo histórico ao atingir os $2531,75, num mês que registou uma valorização de cerca de 2,50% e onde já conta com uma valorização de mais de 20% desde o início deste ano.

Esta semana, com o dólar a recuperar, tal como recuperaram as yields obrigacionistas de uma maneira geral, o ouro registou uma pequena correcção, levando a um recuo quase marginal de 0,40%.

O preço da onça de ouro manteve-se acima dos $2500. A semana começou com o ouro a negociar a $2512 por onça, para terminar a $2503, ficando contida entre um máximo de $2529 e um mínimo de $2494,00.

Gráfico Fonte XTB xStation 5



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