EUR/USD
Semanal

EUR/USD Semanal

O mercado estará esta semana de olhos postos nos dados do emprego, tentando antecipar a decisão de corte de taxa de juro da Reserva Federal dos Estados Unidos no próximo dia 18 de Setembro.

Na semana passada, o EUR/USD depois de ter atingido um máximo do ano a 1,1201, nível que não se verificava desde Julho de 2023, veio paulatinamente a recuar, corrigindo o forte movimento ascendente que marcou todo o mês de Agosto que iniciou em torno de 1,0900. O grande tema da semana continuou a ser a gestão de expectativas em torno do tamanho e ritmo de cortes de taxas de juro da Reserva Federal.

A semana terminou com a divulgação dos dados do Índice de Preços do Consumidor na Zona Euro e com os do Core PCE Price Index, a medida preferida do Fed para a inflação, nos Estados Unidos.
Na Zona Euro, os preços em Espanha e Alemanha a subirem menos do que o estimado pelos mercados ajudou a colocar alguma pressão sobre o EUR/USD. Os dados agregados da inflação na Zona Euro saíram bem em linha com o esperado.
Nos Estados Unidos, também em linha com as previsões, esteve a medida preferida do Fed para a inflação que mostrou um aumento mensal de 0,2% (0,16% para ser mais preciso), mantendo a medida anual em 2,6%.
Tal como esperado, estes dados da inflação não tiveram impacto significativo no preço do EUR/USD, que acabou a semana em mínimos dos últimos cinco dias, com as yields obrigacionistas a terminarem em máximos da semana, recuando dos recentes mínimos, e com a FedWatch Tool da CME a mostrar uma probabilidade de 30% para um corte de 50 pontos base na próxima reunião de Setembro, enquanto mostra um mercado a descontar 100 pontos base de corte até ao final deste ano.

Esta semana as atenções irão estar voltadas para os dados do emprego nos Estados Unidos.
Jerome Powell em Jackson Hole reconfirmou explicitamente a mudança na avaliação do Fed sobre o equilíbrio entre combater a inflação e preservar o pleno emprego que já tinha sinalizado na reunião de Julho. Powell disse que “os riscos crescentes para a inflação diminuíram. E os riscos de pressão sobre o emprego aumentaram” e ainda, “O nível actual da nossa taxa básica de juros dá-nos amplo espaço para responder a quaisquer riscos que possamos enfrentar, incluindo o risco de enfraquecimento indesejado nas condições do mercado de trabalho.”
Estas palavras colocam os dados do emprego bem no centro de todas as atenções dos mercados.
Durante a semana iremos ter os dados das novas vagas de emprego, o ADP, os números semanais dos novos pedidos de subsídio de desemprego e os ISM manufactureiro e de serviços, mas será principalmente para o relatório do emprego com a divulgação dos nonfarm payrolls, taxa de desemprego e os ganhos médios semanais, que o mercado irá estar especialmente atento.

Em minha opinião, os mercados irão começar por estar atentos aos dados do ISM, principalmente olhando para os subíndices do emprego, tanto na actividade industrial como na de serviços, que poderão trazer alguma volatilidade adicional ao EUR/USD.
Mas é para os dados de sexta-feira, dos nonfarm payrolls e da taxa de desemprego, que poderemos ter um maior impacto no mercado.
Um número de novos postos de trabalho criados abaixo de 100 mil no mês de Agosto e uma taxa de desemprego a subir para 4,4% ou acima, irão certamente elevar as expectativas de um corte de 50 pontos base já na reunião de 18 de Setembro. Já uns NFPs acima de 150 mil e uma taxa de desemprego a cair para os 4,2% ou mesmo a manter-se a 4,3%, poderá confirmar o que a maioria espera para a próxima reunião, um corte de 25 pontos base.
No primeiro cenário, o EUR/USD poderá voltar a testar os máximos do ano em torno de 1,1200, e mesmo a referência dada pelo máximo de 2023 a 1,1275. No segundo, o preço poderá continuar a corrigir a forte valorização de cerca de 5% que registou desde que atingiu em Junho um mínimo abaixo de 1,0700, aproximando-se de 1,0900.
As estimativas (160 mil novos postos de trabalho criados e 4,2% de taxa de desemprego) apontam mais para o segundo cenário, no entanto é bem possível que se registe algo no meio dos cenários apontados acima, o que continuará a dividir as opiniões do mercado.
Com tanto já descontado em torno do dólar, eu estou no campo dos que esperam a continuação da consolidação/correcção do EUR/USD.



Tecnicamente

Gráfico EUR/USD semanal

Fonte XTB xStation 5


O EUR/USD, depois do forte movimento ascendente e do bullish Marubozu mostrado na semana anterior, o preço negociou na semana passada em correcção, ficando contido entre o máximo e o mínimo da semana anterior. O preço recuou do máximo de 1,1201 que registou logo na abertura, até ao mínimo de 1,1043, em torno do qual fechou a semana.

O RSI e o MACD continuam a mostrar um forte momentum positivo neste gráfico semanal, com o RSI a recuar dos 70 que chegou a atingir, até aos 60 com que terminou a semana.

O EUR/USD precisa de quebrar o padrão de consolidação que verificamos durante esta última semana, expressa na inside candle observada, para nos dar indicação do próximo movimento mais significativo.

O quebrar do máximo da semana anterior a 1,1201, poderá colocar de novo o par na tendência ascendente que vem a ter desde finais de Junho, com a primeira referência a estar no máximo de 2023 a 1,1275. Este, se ultrapassado, irá expor a próxima referência que se encontra em torno do nível psicológico 1,1500, dado pelo máximo de 2022 a 1,1494.

O quebrar do mínimo da semana anterior a 1,1022, poderá estar a dar indicações de que a correcção iniciada na semana passada será para continuar, onde teremos um primeiro suporte dado pelo máximo de Março deste ano a 1,0980, que se por sua vez quebrado, irá expor o suporte mais forte dado pela Nuvem de Ichimoku semanal a 1,0830/1,0860.

Gráfico EUR/USD diário

Fonte XTB xStation 5

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O comentário é disponibilizado todas as manhãs, tentativamente entre as 10h00 e as 10h30.

O EUR/USD ficou aquém do objectivo dado pelos 161,8% da projecção Fibonacci do movimento Min Junho / Max Julho / Min Agosto, a 1,1233, começando desde o início da semana a corrigir o forte movimento ascendente que começou logo no primeiro dia do mês de Agosto. Terminou com o preço a testar a área 1,1039/1,1051 dada, respectivamente, pelos 38,2% Fibonacci retracement do movimento mínimo / máximo de Agosto e pela média móvel dos 21 dias.

O RSI e o MACD mostram agora um momentum mais neutro para o par, com o RSI a recuar de 75 para 52 e a linha do MACD a cruzar de forma descendente a linha de SINAL.

O quebrar da área de suporte mencionada acima, confirmada pelo break do mínimo da semana anterior a 1,1021, poderá indicar que a correcção ainda não terminou, com o objectivo principal da mesma a poder estar nos 61,8% do movimento mencionado atrás, nos 1,0939.

Uma inversão da tendência descendente da semana anterior, precisará de ultrapassar o recente máximo de 1,1201 para colocar de novo o par na tendência ascendente iniciada no primeiro dia de Agosto, podendo ter como primeiro objectivo o máximo do ano passado a 1,1275.


Resistências - Suportes

1,1139 - 1,1021

1,1201 - 1,0939

1,1275 - 1,0837



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