Café da Manhã
Aversão ao risco continua

Os investidores continuam a voltar as costas aos activos de risco, principalmente aos activos norte-americanos, com a guerra comercial a continuar a escalar.
Ontem, os mercados accionistas, após um dia que registaram o melhor desempenho em décadas, voltaram a negociar em perdas, com a Casa Branca a anunciar que as tarifas dos Estados Unidos sobre a China tinham subido para 145%.
Os dados da inflação de Março caíram mais do que o esperado, mas não conseguiram evitar que um número crescente de responsáveis do Fed expressassem preocupação de que as políticas comerciais agressivas possam levar a um aumento a longo prazo da inflação.
O índice Dow Jones terminou a sessão a cair 2,50%, o S&P 500 3,46% e o Nasdaq 4,31%.
Esta noite, na Ásia, os mercados negociaram maioritariamente em perdas, uma vez que a incerteza sobre o impacto das políticas comerciais dos Estados Unidos nos mercados globais continuou a alimentar preocupações.
No Japão, o índice Nikkei terminou a última sessão da semana a cair 2,96% e o Topix 2,85%.
Na Austrália, o índice ASX 200 recuou 0,82% e o Kospi, da Coreia do Sul, 0,50%.
Na China, o índice CSI300 avançou 0,41% e o Shanghai Composite 0,45%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, ganhou 1,13%.
Na Índia, regressando de um feriado, o índice Nifty 50 segue de momento a ganhar 1,75% e o Sensex 1,59%.
Os mercados accionistas europeus seguem de momento a negociar em perdas, pressionados pelo escalar da guerra comercial entre a China e os Estados Unidos.
Já com os mercados encerrados na China, Xi-Jinping anunciou que as tarifas chinesas sobre os Estados Unidos subiram para 125%, acelerando a disputa entre as duas maiores economias mundiais.
O índice Euro Stoxx 600 segue de momento a perder 1,36% e o Euro Stoxx 50 1,51%.
Na Alemanha, o índice DAX cai 1,88% e o CAC 40, de França, 1,24%.
No Reino Unido, após dados do PIB Fevereiro terem mostrado um crescimento de 0,5%, acima dos 0,1% esperados, o índice FTSE 100 recua 0,56%.
No mercado cambial o dólar segue a negociar em fortes perdas, com os investidores a continuarem a “vender América”, colocando cada vez mais perto uma recessão nos Estados Unidos. O índice do dólar DXY segue a negociar bem abaixo de 100 (de momento a 99,00), níveis que não se verificavam desde 2022.
A ganhar seguem as divisas de refúgio como o euro, o franco suíço e o iene japonês.
O EUR/USD segue a negociar acima de 1,1400, perto de atingir o nível psicológico de 1,1500, o que não se verifica desde 2021. O USD/JPY negocia perto de 142, em mínimos desde Setembro de 2024. O USD/CHF segue a negociar perto de 0,8100, um mínimo de mais de uma década.
Já a libra segue pressionada pelo aumento de volatilidade, com o EUR/GBP a negociar acima de 0,8700, o que não sucedia desde Dezembro de 2023, embora ganhe face ao dólar com o cable a cotar de momento em torno de 1,3100.
Os preços do petróleo estão a começar o último dia da semana em torno dos recentes níveis, com o barril de Brent a negociar de momento a $63,00 e o de WTI ligeiramente abaixo de $60,00.
Bom fim-de-semana!