Café da Manhã
Incertezas

Mercados financeiros iniciaram a semana sob pressão após rumores de interferência política na política monetária nos Estados Unidos.
Após a pausa da Páscoa, e num momento de luto internacional pela morte do Papa Francisco, os mercados financeiros iniciaram a semana sob pressão, marcados por um ambiente de elevada incerteza.
Rumores de uma possível interferência do presidente norte-americano Donald Trump na política monetária voltaram a ganhar força, após críticas dirigidas ao presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, apelidando-o de "Sr. Tarde Demais" e exigindo cortes nas taxas de juro do dólar.
Com os mercados europeus encerrados, o sentimento de aversão ao risco aumentou nos Estados Unidos. O dólar caiu para mínimos de mais de três anos, acompanhado por fortes vendas nos mercados obrigacionistas e accionistas norte-americanos, enquanto o ouro seguiu a registar novos máximos de sempre.
Os principais índices de Wall Street encerraram com perdas significativas: o Dow Jones recuou 2,48%, o S&P 500 caiu 2,36% e o Nasdaq desvalorizou 2,55%. Já o índice de volatilidade VIX – conhecido como o “índice do medo” – subiu cerca de 14%, voltando a negociar acima dos 35 pontos ao longo da sessão.
Esta noite, na Ásia, os mercados accionistas negociaram sem uma direcção bem definida, entre ganhos e perdas.
No Japão, o índice Nikkei terminou a sessão a recuar marginalmente 0,14%, enquanto o Topix avançou 0,13%.
Na Austrália, o índice ASX 200 ficou praticamente inalterado (-0,03%), tal como o Kospi, na Coreia do Sul (-0,07%).
Na China, o índice CSI300 também terminou a sessão de hoje praticamente inalterado (-0,02%), enquanto o Shanghai Composite e o Hang Seng, registaram ganhos modestos de 0,25% e 0,59%, respectivamente.
Os mercados accionistas europeus estão a começar a semana em perdas.
O índice Euro Stoxx 600 e Euro Stoxx 50 seguem de momento a perder cerca de 0,67%.
Na Alemanha, o índice DAX recua 0,51% e o CAC 40, de França, 0,69%.
No Reino Unido, o índice FTSE 100 avança marginalmente 0,18%.
No mercado cambial, o dólar norte-americano inicia o dia sob pressão, prolongando a tendência de fraqueza observada recentemente. Apesar de uma ligeira recuperação face ao mínimo registado ontem, o índice DXY mantém-se em torno da marca dos 98,00, próximo dos níveis mais baixos dos últimos anos.
O EUR/USD permanece acima de 1,1500, recuando ligeiramente face ao máximo de 1,1573 alcançado ontem – um valor que não se verificava desde Novembro de 2021.
Face ao iene japonês, o dólar desvaloriza para mínimos de sete meses, testando a barreira dos 140,00. Contra o franco suíço, a moeda norte-americana transaciona em torno de 0,8100 – níveis que remontam a 2014. Já em relação à libra esterlina, o dólar encontra-se igualmente em mínimos de sete meses, a negociar em torno de 1,3400.
Os mercados petrolíferos iniciaram a semana sob pressão, acompanhando o sentimento de aversão ao risco que se faz sentir nos restantes mercados financeiros.
Uma variedade de factores exerce pressão descendente sobre o preço do petróleo: preocupações persistentes com a procura no meio das incertezas tarifárias; A pressão de Trump sobre o Fed; e progressos nas negociações do acordo nuclear entre os Estados Unidos e o Irão.
O Brent está, nesta altura, a negociar em torno dos 66,20 dólares por barril e o WTI dos 63,30 dólares.