EUR/USD
Semanal

EUR/USD Semanal

O “bullying” de Donald Trump a Jerome Powell teve como resultado uma nova venda massiva de dólares, que levou o EUR/USD a um novo máximo do ano.

Nas últimas semanas, o sentimento de "Sell América" dominou os mercados, levando as yields das Treasuries a máximos recentes, enquanto as bolsas norte-americanas recuavam e o dólar perdia força. Em plena turbulência, Donald Trump procurou um bode expiatório para a crescente aversão ao risco, dirigindo críticas ao presidente da Reserva Federal, Jerome Powell.

Após o Fed ter decidido manter as taxas de juro inalteradas na última reunião, reiterando que, apesar das tarifas comerciais impostas pela Administração Trump, a economia norte-americana mantém-se resiliente e que ainda há margem temporal para ajustar a política monetária, o Presidente norte-americano acusou Powell de agir com atraso e de falhar na missão de apoiar o crescimento económico, alegando que "não existe praticamente inflação".

O aumento da pressão política e os rumores sobre uma eventual tentativa de afastamento de Powell fragilizaram a confiança dos investidores na independência do Fed. Como resposta, o dólar sofreu fortes perdas: o índice DXY caiu para mínimos de Março de 2022 e o EUR/USD atingiu os 1,1573, um nível não observado desde Novembro de 2021.

Os mercados acalmaram e o dólar recuperou parte das perdas depois de Donald Trump ter negado qualquer intenção de demitir Jerome Powell, sublinhando que pretendia apenas expressar o seu descontentamento com a lentidão do processo de redução das taxas de juro. O alívio proporcionado por estas declarações trouxe alguma estabilidade às bolsas e aos mercados cambiais.

Entretanto, o Banco Central Europeu (BCE), em linha com as expectativas do mercado, procedeu a um novo corte das taxas de juro em 25 pontos base, reduzindo a taxa de depósito de 2,50% para 2,25%. Entre os responsáveis do BCE, permanece a narrativa de que a imposição de tarifas pelos Estados Unidos é tendencialmente deflacionista para a Zona Euro e constitui um risco adicional para o crescimento económico europeu, facto que poderá justificar novos cortes de juros no futuro.

Este posicionamento contrasta com o da Reserva Federal, cujos membros mantêm prudência, considerando que as tarifas poderão, pelo contrário, alimentar pressões inflacionistas. Assim, o Fed apenas avançará para novos cortes se os indicadores económicos passarem a sinalizar uma clara perda de dinamismo.

Esta semana, o foco dos investidores estará repartido entre vários indicadores macroeconómicos de elevada relevância. Nos Estados Unidos e na Zona Euro serão divulgados os números do PIB do primeiro trimestre, enquanto na União Europeia também serão conhecidos os dados da inflação. Nos EUA, destaque ainda para a publicação da medida preferida da Fed para monitorizar a inflação (PCE), bem como para o relatório de emprego Nonfarm Payrolls na sexta-feira.

Números de crescimento económico aquém das expectativas poderão reforçar as apostas num corte de juros mais cedo do que o previsto, enquanto uma inflação mais elevada poderá adiar qualquer flexibilização monetária. Os dados do mercado de trabalho serão igualmente decisivos para calibrar as expectativas relativamente à próxima decisão da Fed.

Em minha opinião, a tendência de médio prazo do dólar parece definida — descendente. No entanto, a extensão das recentes perdas cambiais não parece totalmente justificada pelas actuais condições dos mercados, uma vez que Wall Street e as obrigações de longo prazo norte-americanas mostram sinais de recuperação. Assim, não se pode excluir a possibilidade de uma correção técnica no dólar. Ainda assim, dado o enfraquecimento da confiança no dólar, qualquer novo episódio de incerteza poderá desencadear uma nova vaga de vendas na moeda norte-americana.



Tecnicamente

Gráfico EUR/USD semanal

Fonte XTB xStation 5


O EUR/USD manteve a tendência ascendente e na semana passada voltou a registar um novo máximo do ano, desta vez acima de 1,1500 (1,1573), acabando por rejeitar esse máximo e terminar a semana a negociar a 1,1359.

No gráfico semanal o momentum ascendente do par continua forte, mas o RSI recua ligeiramente de níveis de sobrecompra, acima de 70, enquanto o MACD, segue positivo, com a linha do MACD ascendente a continuar afastada da linha de SINAL.

A rejeição do máximo registado a 1,1573, em conjunto com a vela bearish da semana passada, aponta a possibilidade de vermos uma correcção deste forte movimento ascendente.
A área 1,1214/1,1275, dada pelos máximos de 2024 e 2023, será o próximo suporte relevante. O quebrar desta área abre caminho para uma correcção do par, que poderá ter um primeiro objectivo nos 38,2% Fibonacci retracement do movimento mínimo/máximo de 2025 (1,0177/1,1573), a 1,1040.

O ultrapassar do actual máximo a 1,1573, irá colocar de volta as atenções na próxima referência psicológica 1,2000, antes do máximo de 2021 a 1,2349.

Gráfico EUR/USD diário

Fonte XTB xStation 5

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O comentário é disponibilizado todas as manhãs, tentativamente entre as 10h00 e as 10h30.

O EUR/USD voltou a registar um novo máximo, desta vez a 1,1573, tendo este máximo sido rapidamente rejeitado. O preço manteve-se estável entre 1,1300 e 1,1400.

No gráfico diário, os indicadores de momentum mostram um arrefecimento do forte momentum ascendente do par, com o RSI a cair de 76 para os 61, no final da semana, e a linha de MACD cruzou de forma descendente a linha de SINAL.

O EUR/USD terminou a semana em correcção e os indicadores de momentum apontam para a possibilidade de que esta correcção continue por mais algum tempo.
O primeiro objectivo poderá estar nos 38,2% Fibonacci retracement do movimento mínimo de 26 de Março/ máximo do ano (1,0733/1,1573), a 1,1252. O quebrar deste nível poderá apontar para uma correcção mais ampla, onde poderemos apontar os 61,8% do mesmo movimento (1,1054) como o segundo objectivo.

A continuação da tendência ascendente, irá ter uma primeira resistência no actual máximo a 1,1573, que se ultrapassado irá expor de novo a referência psicológica dada pelo nível 1,2000.

Resistências - Suportes

1,1573 - 1,1275

1,1692 - 1,1214

1,1909 - 1,1040


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