Café da Manhã
1º de Maio

Os mercados seguem na sua grande maioria encerrados em feriados, com a confiança a voltar aos investidores após resultados empresariais acima do esperado e de um acordo entre a Rússia e a Ucrânia.
Após o fecho de ontem dos mercados tivemos a apresentação de resultados da Meta, Microsoft, eBay e Qualcomm, todos eles acima do esperado pelos mercados, e ainda a notícia que finalmente a Ucrânia tinha assinado o acordo que abre aos Estados Unidos a exploração dos seus recursos naturais, nomeadamente, terras raras.
As ações da Microsoft dispararam no after-market, com vendas e lucros melhores do que o esperado. A Meta também subiu, com a receita trimestral a superar as estimativas. A Qualcomm caiu devido a uma fraca previsão de receitas.
Os mercados accionistas norte-americanos terminaram a sessão de ontem entre ganhos e perdas, recuperando das perdas do início da sessão após dados económicos que desiludiram os mercados. Os números do PIB relativos ao primeiro trimestre deste ano mostraram que a economia nos Estados Unidos contraiu 0,3%, face a estimativas que apontavam para um crescimento de 0,4%. Os números privados do emprego mostraram a criação de 62 000 novos postos de trabalho, bem abaixo dos cerca de 123 mil esperados e dos 147 mil do mês anterior.
Mas os investidores preferiram olhar para os resultados empresariais que esperavam após o fecho do mercado, levando os principais índices a recuperar.
O índice Dow Jones terminou a sessão a avançar 0,35% e o S&P 500 0,15, enquanto o Nasdaq recuou marginalmente 0,09%.
Esta noite, na Ásia, os mercados accionistas encontraram-se encerrados na sua grande maioria, com os poucos que negociaram a terminarem positivos.
No Japão, o índice Nikkei terminou a sessão de hoje a ganhar 1,22% e o Topix 0,46%, após o Banco do Japão ter mantido inalterada a sua taxa de juro directora e os mercados esperarem por um acordo de tarifas com os Estados Unidos.
Na Austrália, o índice ASX 200 avançou 0,24%.
Os mercados accionistas europeus encontram-se encerrados, com excepção do Reino Unido que segue com o índice FTSE 100 praticamente inalterado.
O Banco do Japão manteve as taxas inalteradas como amplamente esperado.
O governador do Banco do Japão, Kazuo Ueda, deixou uma mensagem clara: há muita incerteza no ar, especialmente em torno das tarifas comerciais dos Estrados Unidos e do seu impacto na economia global. Apesar disso, Ueda acredita que a economia japonesa continua num caminho de recuperação, embora a um ritmo mais moderado.
O foco do BoJ está agora em equilibrar cuidadosamente a política monetária. Se os dados económicos e a inflação evoluírem como previsto, poderemos assistir a novas subidas graduais nas taxas de juro. No entanto, tudo dependerá do desenrolar das negociações comerciais e do impacto real das tarifas, uma variável que pode acelerar ou atrasar as próximas decisões.
Ueda também destacou que, apesar da pressão sobre os preços, o consumo interno continua relativamente estável e o mercado de trabalho permanece apertado, o que contribui para uma trajectória positiva. A meta de inflação deverá ser atingida entre 2026 e 2027, mas o caminho até lá poderá exigir flexibilidade do banco central.
Para já, o BoJ continuará atento ao mercado e preparado para ajustar a política conforme necessário, garantindo que a recuperação económica do Japão se mantenha sustentável e estável.
No mercado cambial, o dólar regista ganhos, apesar dos fracos dados económicos divulgados durante o dia de ontem. O índice do dólar volta a negociar acima de 99,00 (99,60 de momento) e o EUR/USD recua dos máximos acima de 1,1400, para negociar em torno de 1,1300 (1,1320 de momento).
A libra segue pouco alterada, recuando face ao dólar (1,3330) e ganhando face ao euro (0,8500).
O franco suíço recua dos recentes ganhos, com os mercados a voltarem a negociar em modo de risco. O USD/CHF segue de momento a negociar a 0,8270 e o EUR/CHF a 0,9360.
O iene japonês regista perdas acentuadas, após o Banco do Japão manter as taxas de juro inalteradas e continuar se dar sinais claros de nova subida das mesmas. O USD/JPY volta a negociar acima de 144 e o EUR/JPY de 163.
Os preços do petróleo terminaram ontem o mês a negociar em fortes perdas, caindo no dia cerca de 3%, com o mês a perder cerca de 18%, o pior desempenho mensal desde Novembro de 2021.
Dados abaixo do esperado nos Estados Unidos fizeram renascer receios de uma recessão e de um abrandamento da procura por energia das duas maiores economias mundiais.
Nem mesmo uma queda inesperada de 2,7 milhões de barris de petróleo nos inventários semanais reportados pela EIA, conseguiram evitar as fortes perdas dos mercados petrolíferos.
Os preços estão a começar o mês de Maio, continuando em perdas, com o Brent a negociar de momento a $60,20 por barril e o WTI a $57,15.