EUR/USD
Semanal

Jerome Powell volta a estar debaixo de fogo esta semana, com a Reserva Federal dos Estados Unidos a reunir-se novamente para decidir sobre as taxas de juro.
A reunião do FOMC será particularmente observada, não apenas pelos investidores, mas também por Donald Trump, que tem intensificado a pressão pública sobre o presidente do Fed, pedindo cortes nas taxas de juro. Ainda assim, o mercado espera que o Fed mantenha os juros inalterados, numa decisão que poderá ser crucial para evitar uma leitura de cedência política por parte do banco central, o que poderia colocar em risco a credibilidade do dólar.
A semana passada foi rica em dados macroeconómicos, tanto nos Estados Unidos como na Zona Euro, mas isso não chegou para alterar de forma significativa a trajectória do EUR/USD, que se manteve dentro da faixa entre 1,1300 e 1,1400.
Do lado europeu, os números surpreenderam pela positiva: o PIB da Zona Euro cresceu 0,4% no primeiro trimestre, o dobro do que era esperado, enquanto a inflação em Abril superou previsões, revelando-se mais resiliente do que o antecipado. Ainda assim, os investidores continuam a contar com a continuação do ciclo de cortes de taxas de juro por parte do Banco Central Europeu, com o próximo movimento esperado para Junho.
Nos Estados Unidos, os dados foram mais mistos. A economia contraiu 0,4% no primeiro trimestre, surpreendendo negativamente face às expectativas de um crescimento de 0,3%. Apesar disso, o mercado laboral revelou-se sólido, com os nonfarm payrolls a superarem os 130 mil esperados, atingindo 177 mil em Abril. A inflação, medida pelo indicador preferido do Fed, também ficou ligeiramente acima das previsões. Estas dinâmicas levaram a um aumento das yields obrigacionistas e a uma valorização pontual do dólar, com o EUR/USD a testar novamente os 1,1300.
A pressão sobre Powell voltou a intensificar-se, com Donald Trump a insistir num corte das taxas. Contudo, um eventual recuo do Fed agora poderia ser interpretado como submissão política, prejudicando a confiança nos activos denominados em dólares. Num cenário extremo, isso poderia resultar numa forte desvalorização do dólar e numa nova subida do EUR/USD para máximos do ano.
Esta semana, os dados económicos serão escassos tanto na Zona Euro como nos Estados Unidos, o que poderá deixar os mercados mais vulneráveis a eventos políticos e geopolíticos. As atenções estarão viradas para o desenrolar das negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China, e também para o encontro entre Donald Trump e o Primeiro-Ministro canadiano, Mark Carney, agendado para terça-feira. Este será o primeiro encontro entre ambos, num contexto em que o Canadá tem endurecido o seu discurso em relação aos EUA, depois de vários meses de tensão comercial.
Na minha perspectiva, a evolução do EUR/USD dependerá sobretudo do desenrolar das tensões políticas e comerciais. Se houver sinais de entendimento entre Washington e Pequim ou Ottawa, o dólar poderá recuperar algum terreno. Pelo contrário, um agravamento das críticas de Trump a Powell ou um impasse nas negociações tenderá a penalizar o dólar, favorecendo o euro. Ainda assim, acredito que o par EUR/USD deverá manter-se dentro da faixa recente, com potencial para corrigir até níveis mais próximos de 1,1000 antes de retomar uma tendência ascendente.
Tecnicamente
Gráfico EUR/USD semanal
Fonte XTB xStation 5
O EUR/USD manteve na semana passada o movimento que levou à rejeição do máximo do ano a 1,1573, registando uma segunda semana negativa, o que não acontecia desde meados de Fevereiro.
No gráfico semanal o momentum ascendente do par mostra algum arrefecimento, com o RSI a recuar de um máximo de cerca de 7 anos a 70, para 67,2, enquanto o MACD, segue positivo, com a linha ascendente do MACD a continuar afastada da linha de SINAL.
A possibilidade de vermos uma correcção do forte movimento ascendente que levou o preço até um máximo de 1,1573 mantém-se. Esta semana podemos observar neste gráfico semanal, uma nova vela bearish, que dá mais força à possibilidade de vermos um teste à área de suporte 1,1214/1,1275, dada pelos máximos de 2024 e 2023. O quebrar desta área abre caminho para uma correcção que poderá ter como primeiro objectivo os 38,2% Fibonacci retracement do movimento mínimo/máximo de 2025 (1,0177/1,1573), a 1,1040.
O ultrapassar do máximo da semana passada a 1,1424 irá expor o máximo deste ano a 1,1573, que se por sua vez ultrapassado, irá colocar de volta as atenções na próxima referência psicológica 1,2000, antes do máximo de 2021 a 1,2349.
Gráfico EUR/USD diário
Fonte XTB xStation 5
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O comentário é disponibilizado todas as manhãs, tentativamente entre as 10h00 e as 10h30.
O EUR/USD terminou a semana perto dos mínimos das últimas três semanas e abaixo da MM21 dias pela primeira vez desde finais de Março, dando mais um sinal bearish e a possibilidade de continuarmos a vê-lo em correcção.
No gráfico diário, os indicadores de momentum continuam a mostrar o arrefecimento do momentum ascendente do par, com o RSI a 55, e a linha descendente de MACD a afastar-se cada vez mais da linha de SINAL.
No último dia da semana passada, o EUR/USD tentou uma inversão da tendência descendente da semana, mas acabou por terminar o dia a registar mais uma rejeição bearish dessa inversão, com o preço a terminar perto do mínio da semana.
O preço encontra-se perto dos 38,2% Fibonacci retracement do movimento mínimo de 26 de Março/ máximo do ano (1,1252). Se quebrado, poderá indicar que o par se prepara para uma correcção mais ampla, com o objectivo a poder estar a 1,1054, dado pelos 61,8% Fibonacci retracement do mesmo movimento.
Uma inversão da tendência descendente da semana anterior irá ter uma primeira resistência a 1,1380, dada pelo máximo da passada sexta-feira, seguida pelo máximo da semana (1,1424), que se por sua vez ultrapassada, irá expor o máximo do ano a 1,1573.
Resistências - Suportes
1,1424 - 1,1275
1,1573 - 1,1214
1,1692 - 1,1040