Café da Manhã
Tarifas suspensas

Café da Manhã Tarifas suspensas

Estados Unidos e China acordaram suspender parcialmente tarifas por 90 dias e retomar diálogo comercial, num sinal de alívio nas tensões e possível reequilíbrio nas relações bilaterais. A confiança volta aos mercados.

Os Estados Unidos e a China chegaram a um entendimento comercial que resultou na suspensão parcial das tarifas aduaneiras sobre produtos chineses. A administração norte-americana anunciou que suspenderá tarifas adicionais impostas a certos artigos provenientes da China, por um período inicial de 90 dias, mantendo, no entanto, uma taxa residual de 10%. Em contrapartida, a China comprometeu-se a suspender ou eliminar as contramedidas não tarifárias que tinha aplicado aos Estados Unidos desde o início de Abril deste ano e baixou tarifas de 125% para 10% durante os próximos 90 dias.
As duas partes acordaram ainda a criação de um mecanismo de diálogo contínuo, com o objectivo de manter abertas as negociações em matéria económica e comercial.
O acordo é visto como um passo positivo, que poderá trazer maior estabilidade aos mercados e apoiar o sentimento de risco, embora as incertezas sobre os próximos desenvolvimentos se mantenham.

Os mercados financeiros reagiram de imediato com um sentimento de risco a renascer, com os mercados accionistas, o dólar e o petróleo a registarem ganhos imediatos.

Na passada sexta-feira, os mercados accionistas norte-americanos negociaram em modo de espera, com os investidores a aguardarem pelos resultados da reunião entre os Estados Unidos e a China durante o fim de semana.
Os principais índices de Wall Street terminaram a sessão praticamente inalterados.

Esta noite, os mercados accionistas asiáticos negociaram em terreno positivo, animados por sinais positivos relativamente à reunião entre a China e os Estados Unidos enquanto os investidores aguardavam por uma declaração formal.
No Japão, o índice Nikkei terminou a sessão a ganhar 0,42% e o Topix 0,31%.
Na Austrália, o índice ASX 200 ficou praticamente inalterado (+0,03%), enquanto o Kospi, da Coreia do Sul, ganhou 1,17%.
Na China, o índice CSI 300 subiu 1,16% e o Shanghai Composite 0,82%.
Com os mercados ainda abertos em Hong Kong e na Índia, após a declaração conjunto sobre a reunião China/EUA, os ganhos tornaram-se significativos.
O índice Hang Seng ganhou 2,98%, enquanto na Índia os principais índices ganham cerca de 3,5%, suportados pelo recuo nas tensões Índia/Paquistão.

Os mercados accionistas europeus seguem a negociar em terreno positivo, com menos entusiasmo, entre declarações de Scott Bessent de que a União Europeia está mais lenta para conseguir acordos comerciais e a possibilidade de ver um acordo de cessar fogo na Ucrânia ainda esta semana.
O índice Euro Stoxx 600 segue de momento a ganhar 0,74% e o Euro Stoxx 50 1,47%.
Na Alemanha, o índice DAX sobe 0,98% e o CAC 40, de França 0,96%.
No Reino Unido, o índice FTSE 100 avança 0,38%.

No mercado cambial, o avanço nas conversações comerciais entre a China e os Estados Unidos impulsionaram o dólar e pressionaram o euro, o iene e o franco suíço.
O índice do dólar DXY regista um novo máximo de mais de um mês e volta a negociar acima de 101 (de momento a 101,35), enquanto o EUR/USD caiu até um mínimo abaixo de 1,1100 e segue de momento a negociar a 1,1130.
A libra beneficia do sentimento de risco dos mercados e apesar de perder para o dólar, com o GBP/USD de momento a negociar em torno de 1,3200, ganha face ao euro onde negocia de momento a 0,8440.
O iene perde tanto face ao dólar como face ao euro, com o USD/JPY a negociar de novo em torno de 148,00 e o EUR/JPY acima de 164,00.
Em perdas significativas segue também o franco suíço, com o USD/CHF a negociar de novo acima de 0,8400 (0,8435 de momento) e o EUR/CHF a 0,9380.

Os preços do petróleo estão a começar a semana em ganhos significativos, animados pelo recuo na escalada das tarifas, que poderá levar de novo a um aumento da procura por energia nas duas maiores economias mundiais.
O Brent segue de momento a negociar a $65,60 por barril e o WTI a $62,70.


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