Café da Manhã
Sem grande entusiasmo

Os mercados financeiros estabilizam após uma primeira reacção efusiva quando do anúncio de uma suspensão de tarifas entre os Estados Unidos da América e a China.
Ontem, os mercados accionistas norte-americanos negociaram em ganhos significativos. Wall Street arrancou a semana impulsionada pelo anúncio do acordo comercial entre os Estados Unidos e a China que prevê uma redução significativa das tarifas aplicadas entre ambos os países durante um período inicial de 90 dias. A medida trouxe optimismo aos mercados, com os investidores a anteciparem um possível abrandamento das tensões comerciais globais que vinham a marcar o panorama económico desde Abril, quando o Presidente norte-americano Donald Trump deu início à escalada tarifária.
Segundo o acordo, os Estados Unidos irão reduzir as tarifas sobre as importações chinesas de 145% para 30%, enquanto a China cortará os seus direitos aduaneiros sobre bens norte-americanos de 125% para 10%. Este alívio temporário foi suficiente para impulsionar os principais índices bolsistas norte-americanos, que registaram as suas maiores subidas diárias desde 9 de Abril.
O índice Dow Jones subiu 2,81%, atingindo o nível de fecho mais elevado desde 26 de Março. Já o S&P 500 avançou 3,26%, ultrapassando a sua média móvel dos 200 dias pela primeira vez desde o final de Março e alcançou o valor mais alto desde 3 de Março. O Nasdaq Composite foi o índice que mais ganhou, ao subir 4,35%, o seu nível mais elevado desde 28 de Fevereiro.
Mas o dia de hoje começou na Ásia com os mercados accionistas a negociarem bastante mais contidos.
As acções no Japão lideraram os ganhos, com o índice Nikkei a subir 1,54% e o Topix 1,10%.
Na Austrália, o índice ASX 200 avançou modestamente 0,43%, enquanto o Kospi, na Coreia do Sul, terminou praticamente inalterado (+0,04%).
Na China, o índice CSI300 e o Shanghai Composite avançaram marginalmente 0,15% e 0,17%, respectivamente, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, recua 1,87%, devolvendo grande parte dos ganhos registados ontem.
Na Índia, os principais índices voltam a negociar em perdas, com o Nifty 50 a recuar 1,24% e o Sensex 1,42%.
Na Europa, os mercados accionistas estão também a começar o dia sem grande entusiasmo, enquanto aguardam pela divulgação do indicador alemão de confiança económica ZEW.
Os principais índices seguem em ganhos marginais, onde o índice Euro Stoxx 600 e o alemão DAX lideram ao avançar 0,23%, o CAC 40 de França 0,16% e o Euro Stoxx 50 0,07%. O Reino Unido avança 0,08%, após dados do emprego em linha com o esperado.
No mercado cambial sente-se também alguma estabilização, após os fortes movimento registados durante o dia de ontem.
O índice do dólar, DXY, recua dos 101,80 que atingiu ontem de máximo para negociar de momento a 101,30, enquanto o EUR/USD recupera do mínimo de 1,1065 para negociar a 1,1120.
A libra regista ganhos ligeiros, após os dados do mercado de trabalho, divulgados esta manhã, terem saído em linha com o esperado pelos mercados. O GBP/USD negocia de momento acima de 1,3200 e o EUR/GBP a 0,8415.
O iene japonês segue a negociar em torno dos recentes mínimos, com o USD/JPY a cotar de momento a 148,00 e o EUR/JPY a 164,45.
O franco suíço segue também a recuar dos mínimos atingidos ontem, com o USD/CHF a negociar de momento a 0,8410 e o EUR/CHF a 0,9350.
Os preços do petróleo, após os fortes ganhos do início da semana, impulsionados pelo abrandamento das tarifas entre os Estados Unidos e a China que levaram a uma renovada esperança por uma maior procura, começam o dia de hoje a negociar em torno dos níveis de fecho de ontem.
Os preços atingiram ontem máximos de mais de um mês, com o barril de Brent a negociar a $66,40 e o do WTI a $63,60, mas terminaram a recuar destes máximos.
O Brent segue de momento a negociar a $65,00 por barril e o WTI a $62,00.