Semana Revista
Negociações comerciais e diplomacia

Semana Revista Negociações comerciais e diplomacia

Uma semana mais tranquila, marcada por uma sucessão de eventos relevantes que influenciaram o sentimento dos mercados financeiros globais, com destaque para as negociações comerciais.

A semana foi dominada por avanços diplomáticos e negociações comerciais, com impacto directo no sentimento dos mercados. Os investidores mantêm-se atentos à evolução das conversações entre as grandes potências e aos próximos indicadores económicos, num contexto de elevada incerteza geopolítica e económica.




Negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China

O principal destaque internacional foi o progresso nas negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China. Após meses de tensão e escalada tarifária, ambas as potências anunciaram em Genebra um acordo para suspender, por 90 dias, parte das tarifas adicionais introduzidas desde Abril. Os EUA e a China concordaram em manter uma tarifa base de 10% sobre os produtos importados, enquanto removem temporariamente tarifas suplementares e outras medidas não tarifárias. Este compromisso visa criar espaço para negociações mais profundas, com a expectativa de que futuras rondas possam levar a uma redução sustentável das barreiras comerciais. O anúncio foi bem recebido pelos mercados, que viram neste sinal uma oportunidade de estabilização das cadeias de abastecimento globais.





Périplo de Donald Trump pelo Médio Oriente

Entre 13 e 16 de Maio, Trump visitou a Arábia Saudita, o Qatar e os Emirados Árabes Unidos, numa digressão centrada na assinatura de acordos de investimento, defesa e tecnologia. Entre os principais destaques estiveram contratos bilionários nos sectores da defesa, aviação e inteligência artificial, bem como acordos para o desenvolvimento de grandes infraestruturas e centros de dados na região. Apesar de não ter sido alcançado o tão aguardado “grande acordo” de paz, a visita reforçou a posição dos países do Golfo como parceiros estratégicos dos Estados Unidos e sublinhou o papel crescente da região na economia digital global.





Primeiras conversações directas entre Rússia e Ucrânia

As primeiras conversações directas entre Rússia e Ucrânia em mais de três anos decorreram esta sexta-feira, em Istambul, mas terminaram ao fim de cerca de duas horas sem avanços significativos para a paz. O encontro, mediado pela Turquia e com acompanhamento de representantes dos Estados Unidos, aconteceu num clima de grande cepticismo por parte dos países ocidentais quanto à possibilidade de um acordo para pôr fim ao conflito.
A delegação russa, liderada por Vladimir Medinsky, conselheiro do presidente Vladimir Putin, foi classificada pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, como uma “delegação de fachada”, acusando Moscovo de não levar as negociações a sério. Do lado ucraniano, a equipa foi chefiada pelo ministro da Defesa, Rustem Umerov. Durante o encontro, os representantes russos apresentaram exigências consideradas inaceitáveis por Kiev, incluindo o controlo total das regiões do leste e sudeste da Ucrânia e o reconhecimento da Crimeia como território russo. A Ucrânia, apoiada por parceiros europeus e norte-americanos, insistiu na necessidade de um cessar-fogo incondicional de 30 dias como condição para o avanço das negociações, proposta que Moscovo rejeitou, preferindo conversações sem pré-condições. O único resultado concreto foi o acordo para uma troca de prisioneiros, envolvendo mil detidos de cada lado, a maior troca desde o início da guerra. Entretanto, a União Europeia prepara um novo pacote de sanções dirigido ao sector financeiro russo e a bancos de países terceiros que apoiam o esforço de guerra de Moscovo, numa tentativa de aumentar a pressão sobre o Kremlin para negociar um acordo de paz. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que “é preciso aumentar a pressão sobre o Presidente Putin até que esteja pronto para a paz”. Apesar da abertura deste canal diplomático, tanto os Estados Unidos como a União Europeia mantêm reservas quanto à eficácia das negociações, sublinhando a necessidade de medidas concretas e de boa-fé por parte de Moscovo para que um cessar-fogo duradouro seja possível.





Dados económicos e inflação nos Estados Unidos

No plano económico, a semana ficou marcada pela divulgação de novos dados sobre a inflação nos Estados Unidos. Os números revelaram uma estabilização dos preços ao consumidor, com a inflação a manter-se em níveis elevados mas sem agravamento face ao mês anterior. Mas ao fechar a semana, os dados da Universidade de Michigan evidenciaram uma confiança dos consumidores norte-americanos em mínimos, acompanhada de expectativas de inflação em forte alta, num contexto de elevada incerteza económica e comercial. Os investidores continuam atentos à evolução da política monetária da Reserva Federal e ao impacto das negociações comerciais no crescimento económico.





Época de resultados do primeiro trimestre aproxima-se do fim

A maioria das empresas norte-americanas apresentou resultados sólidos, embora muitas tenham adoptado uma postura cautelosa face à incerteza global e às potenciais consequências das disputas comerciais. O desempenho positivo das empresas contribuiu para alguma estabilidade nos principais índices acionistas, apesar de alguma volatilidade registada ao longo da semana.





Moody’s retira classificação máxima aos Estados Unidos devido ao agravamento da dívida pública

Já com os mercados financeiros fechados, a agência de notação financeira Moody’s decidiu ontem baixar o rating de crédito dos Estados Unidos, retirando ao país a última classificação máxima (Aaa) que ainda detinha entre as três principais agências internacionais. O rating norte-americano passa assim de “Aaa” para “Aa1”, colocando os EUA um nível abaixo do topo e alinhando-se com as avaliações já atribuídas anteriormente pela Fitch e pela S&P Global Ratings.
A decisão da Moody’s surge na sequência do aumento contínuo da dívida pública dos Estados Unidos, que se aproxima dos 37 mil milhões de dólares, e dos elevados défices orçamentais, que rondam actualmente os 2 mil milhões de dólares por ano, mais de 6% do PIB. A agência justifica o corte com o agravamento dos indicadores fiscais, nomeadamente o crescimento do peso dos juros da dívida, que já ultrapassam os níveis observados em outros países com classificações semelhantes. A Moody’s sublinha que, apesar da robustez e resiliência da economia norte-americana, estes factores “deixaram de compensar plenamente o declínio dos indicadores fiscais”.
No comunicado, a Moody’s alerta ainda para a ausência de consenso político em Washington para inverter a tendência de défices elevados e de aumento da despesa pública, salientando que as actuais propostas em discussão não deverão conduzir a uma redução significativa do endividamento. A agência prevê que, na próxima década, o rácio da dívida face ao PIB continue a aumentar, podendo atingir cerca de 134% em 2035, contra 98% em 2024.
Apesar do downgrade, a Moody’s alterou a perspectiva do rating de negativa para estável, destacando pontos fortes como a dimensão, dinamismo e resiliência da economia dos EUA, bem como o papel do dólar como principal moeda de reserva mundial e a independência da Reserva Federal. No entanto, a agência adverte que, sem medidas concretas para aumentar receitas ou conter despesas, será difícil recuperar a classificação máxima no futuro próximo.
Esta decisão poderá ter impacto nos mercados financeiros, nomeadamente através de um aumento dos custos de financiamento para o Tesouro norte-americano e de maior volatilidade nos mercados obrigacionistas, numa altura em que o país já enfrenta desafios adicionais devido à inflação e às tensões políticas internas.



Dados Económicos




Nos Estados Unidos tivemos uma semana bastante bem preenchida de dados macroeconómicos, com os mercados especialmente atentos aos da inflação, das vendas a retalho e da Universidade de Michigan.
Os dados da inflação no consumidor surpreenderam os mercados ao mostrarem em Abril um aumento mensal nos preços de 0,2%, abaixo das expectativas de 0,3%. A inflação anual caiu de 2,4% para 2,3%, face a previsões para que se mantivesse inalterada, enquanto a inflação subjacente se manteve nos 2,8%, como amplamente esperado.
Os dados da inflação à porta das fábricas vieram também abaixo das previsões do mercado. Os preços em termos mensais caíram 0,5%, face a uma subida esperada de 0,2%, com a queda do mês anterior de -0,4% a ser revista para 0%. Sem alimentação nem energia, os preços também caíram, mas ligeiramente menos, em 0,4%, contra uma subida esperada de 0,3%, com a contracção de 0,1% do mês anterior a ser revista em alta para um aumento de 0,4%.
Os mercados estavam também bastante atentos aos números das vendas a retalho de Abril. Em termos mensais, as vendas aumentaram 0,1%, em linha com as estimativas, desacelerando dos 1,7%, revistos em alta, do mês anterior, onde sem as vendas automóveis aumentaram apenas 0,1%, abaixo dos 0,3% estimados e desacelerando dos anteriores 0,8% revistos em alta. O grupo de controlo mostrou uma queda nas vendas de 0,2%, ligeiramente maior do que a de 0,1% esperada pelo mercado e do crescimento de 0,4% no mês anterior.
A semana terminou com os dados da Universidade de Michigan que voltaram a surpreender os mercados pela negativa. O índice da Confiança do Consumidor voltou a cair, de 52,2 para 50,8, contra uma subida esperada para 53,1, e as expectativas de inflação de curto prazo a saltar novamente, desta vez de 6,5% para 7,3% e a de longo prazo a subir de 4,4% para 4,6%.
Os habituais números semanais de novos pedidos de subsídio de desemprego saíram em linha com o esperado e com o número da semana anterior, em 229 mil.
O Índice de Pequenas Empresas NFIB caiu de 97,4 para 95,8, ficando acima das estimativas que apontavam para 94,6.
O índice manufactureiro de Nova Iorque e o do Fed de Filadélfia registaram leituras díspares, com o primeiro a cair de -8,1 para -9,2, abaixo dos -7,9 esperados, e o segundo a mostrar uma recuperação de -26,4 para -4,0, bem acima dos -9,9 estimados.
A produção industrial saiu abaixo das previsões, mantendo-se estável, face às expectativas de um aumento de 0,2%, ainda assim melhor do que a queda de -0,3% registada no mês anterior.
Os inventários empresariais saíram ligeiramente melhor que o previsto, com uma subida de 0,1% face a 0,2% estimada.
O índice imobiliário NAHB caiu para 34, do nível de 40 do mês anterior e estimado para este mês.
Tivemos ainda os números das licenças de construção que mostraram uma queda maior do que o esperado de 4,7%, enquanto os números do início de construção de casas mostraram um inesperado aumento de 1,6%, face a uma queda estimada de 1%.

Na Zona do Euro foi uma semana bastante mais ligeira de dados económicos, que começou com o destaque da semana, o indicador alemão de confiança económica ZEW. O mercado foi surpreendido por uma leitura de 11,6, bem acima das estimativas que apontavam para -4,4 e subindo de -18,5. Na Alemanha o resultado foi ainda mais surpreendente, com o índice a subir de -14 para 25,2, bem acima dos 9,8 estimados.
A segunda estimativa do PIB reviu em baixa o crescimento económico apresentado pela divulgação preliminar de 0,4% para 0,3% no primeiro trimestre deste ano. Já os números da produção industrial mostraram um crescimento de 2,6%, bem acima dos 1,9% esperados e dos 1,1% do mês anterior.
Os números do emprego do primeiro trimestre deste ano mostraram também um crescimento de 0,3%, acima dos 0,1% do trimestre anterior e do esperado pelo mercado.
Por fim, na sexta-feira, os números da balança comercial do mês de Março mostraram um excedente de 27,9 mil milhões de euros, bem acima dos 17,5 mil milhões estimados e dos 22,7 mil milhões de euros, revistos em alta, do mês anterior.
Os números finais da inflação na Alemanha mantiveram os números fornecidos pelas leituras preliminares, enquanto em França a inflação foi revista ligeiramente em alta, com os preços em Abril a subirem 0,6%, face aos 0,5% da leitura preliminar.
Em Itália os números da balança comercial de Março mostraram um excedente de 3,66 mil milhões de euros, abaixo dos esperados 5,15 mil milhões e recuando dos 4,44 mil milhões, revistos em baixo, do mês anterior.

No Reino Unido as atenções começaram por ir para os dados do mercado de trabalho, que apresentaram indicações mistas. A taxa de desemprego aumentou de 4,4% para 4,5%, em linha com o esperado, enquanto o crescimento regular dos salários ficou acima das expectativas, em 5,5%, face aos 5,2% estimados. O número de novos postos de trabalho caiu de 206 mil para 112 mil, abaixo dos 120 mil estimados, enquanto o número de novos pedidos de subsídio de desemprego aumentou em 5.200 abaixo dos 22,3 mil estimados pelo mercado.
Os números do PIB do primeiro trimestre deste ano superaram as expectativas do mercado, mostrando um crescimento económico trimestral de 0,7%, acima dos 0,6% previstos e dos 0,1% do trimestre anterior, onde o número anual a ficar nos 1,3%, abaixo dos 1,5% do trimestre anterior, mas acima do estimado 0,9%. O PIB do mês de Março mostrou um crescimento de 0,2%, acima dos 0,1% esperados, desacelerando dos 0,5% do mês de Fevereiro.
As vendas a retalho no Reino Unido aumentaram 6,8% em termos homólogos em Abril, acima dos 0,9% de Março e superando as estimativas de consenso (2,3%). O British Retail Consortium destacou que a Páscoa em Abril em vez de Março aumentou artificialmente as vendas.
A balança comercial de bens do mês de Março mostrou um défice de 19,9 mil milhões de libras, ligeiramente maior do que os 19,7 mil milhões estimados, melhorando dos 21 mil milhões revistos em baixo do mês anterior.
A produção industrial caiu 0,7%, uma queda maior do que a esperada de 0,6%, após o crescimento revisto em alta de 1,7% no mês anterior, enquanto a produção de construção aumentou 0,5% acima dos 0,2% estimados e acelerando dos 0,2% revistos em baixo do mês anterior.
Já os números preliminares do investimento empresarial relativos ao primeiro trimestre deste ano mostraram um crescimento de 5,9%, bem acima dos esperados 0,4% e após a queda de 1,9% no trimestre anterior.

No Canadá, os números de Março das licenças de construção caíram inesperadamente 4,1%, face a um aumento esperado de 1%, desacelerando do aumento de 4,9% revisto em alta do mês anterior.
Já o início de construção de casas em Abril aumentou de 214 mil para 279 mil, bem acima das previsões que apontavam para 234 mil.
Os números das vendas manufactureiras de Março mostraram uma queda de 1,4%, melhor do que a queda estimada de 1,8%, enquanto as vendas grossistas saíram em linha com o esperado subindo 0,2%, desacelerando do crescimento revisto em alta de 1% do mês anterior.

Na Suíça, o índice de preços importados e do produtor subiu 0,1%, o mesmo ritmo do mês anterior, ficando abaixo das estimativas que apontavam para um aumento dos preços de 0,2%.

Na China, os números dos novos empréstimos em yuans caíram de 3640 mil milhões de yuans, para 280 mil milhões, situando-se bem abaixo dos 710 mil milhões de yuans esperados pelo mercado.

No Japão, as atenções estiveram voltadas principalmente para os dados preliminares do PIB do primeiro trimestre deste ano. A economia nipónica contraiu pela primeira vez desde o primeiro trimestre de 2024. O PIB mostrou uma contracção de 0,2%, maior do que a esperada de 0,1%, após o crescimento de 0,7% no trimestre anterior. Em termos homólogos, a economia mostrou uma contracção de 0,7%, bem mais do que os -0,2% esperados e após o crescimento revisto em alta de 2,4% há um ano.
A semana começou com a divulgação dos números da conta corrente que mostraram um excedente de 2,72 triliões de ienes, acima dos 2,42 triliões estimados e abaixo dos 2,91 triliões de ienes revistos em alta do mês anterior.
O indicador de confiança económica mostrou uma queda de 45,1 para 42,6, abaixo das estimativas de 44,7.
O Índice de Preços do Produtor mostrou uma subida de 4%, em linha com as estimativas, desacelerando dos 4,3% do mês passado, revistos em alta.
As encomendas de maquinaria do mês de Abril aumentaram 7,7%, abaixo dos 11,7% estimados, desacelerando dos 11,4% do mês de Março.

Na Nova Zelândia, as atenções estiveram principalmente na divulgação das expectativas de inflação que subiram de 2,06% para 2,29%, ficando abaixo dos 2,40% apontados pelo consenso.
Tivemos ainda o índice manufactureiro BusinessNZ que surpreendeu os mercados ao subir de 53,2 no mês passado, para 53,9 este mês, contra estimativas que apontavam para uma queda para 53,0.

Na Austrália o destaque da semana foram os dados do mercado de trabalho. O número de empregos aumentou em 89 mil, bem mais do que os 25,5 mil esperados. A grande maioria foi de empregos a tempo inteiro (59,5 mil), com 29,5 mil a tempo parcial. A taxa de desemprego estabilizou nos 4,1%, mas a taxa de participação na força de trabalho aumentou de 66,8% para 67,1%.
Anteriormente, os números de crescimento dos salários apresentaram uma aceleração dos 0,7% no quarto trimestre de 2024 para 0,9% no primeiro trimestre de 2025, acima dos 0,8% previstos pelo mercado.
A semana começou com a divulgação do índice de confiança do consumidor Westpac, que subiu de 90,1 para 92,1, bem acima dos 90,5 estimados, e o índice de confiança empresarial NAB a subir de -2 (revisto em alta) para -1, contrariando as estimativas que apontavam para uma queda para -5.
Tivemos ainda as expectativas da inflação do consumidor do Melbourne Institute, que caiu dos 4,2% em Abril, para 4,1% em Maio, acima das estimativas que apontavam para 3,8%.



Os Bancos Centrais



O Banxico, o banco central do México, prolongou o seu ciclo de redução das taxas de juro com um terceiro corte consecutivo de 50 pontos base, fixando a taxa em 8,50%. A instituição indicou que “poderá continuar a calibrar a orientação da política monetária e ponderar ajustes de magnitude semelhante”, sinalizando de forma clara a possibilidade de uma nova redução na próxima reunião, agendada para Junho.



Mercados accionistas



Mercados em alta após progresso nas negociações comerciais EUA-China

Os mercados accionistas arrancaram a semana em forte alta, impulsionados pelo progresso nas negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China, realizadas em Genebra. O encontro terminou com um acordo que prevê a suspensão parcial das tarifas recíprocas entre as duas maiores economias do mundo, contribuindo para o regresso do apetite pelo risco por parte dos investidores.
Os Estados Unidos anunciaram uma redução significativa das tarifas de 145% para 30% (menos 115 pontos percentuais), enquanto a China seguiu o mesmo caminho ao cortar as suas tarifas de 125% para 10%. A reacção dos mercados foi imediata, com fortes ganhos nos principais índices logo no início da semana, tendência que se manteve em consolidação nos dias seguintes.

Na Ásia, o sentimento positivo foi reforçado por desenvolvimentos geopolíticos. Destaca-se o cessar-fogo entre a Índia e o Paquistão, que contribuiu para uma valorização expressiva dos mercados indianos. O Nifty 50 avançou 4,21% e o Sensex ganhou 3,62%, liderando os ganhos na região.
Também no Japão, os índices registaram subidas moderadas, com o Nikkei a subir 0,67% e o Topix 0,25%. Na Austrália, o ASX 200 valorizou 1,37%, enquanto na Coreia do Sul o Kospi cresceu 1,92%. Na China continental, o CSI300 subiu 1,12%, o Shanghai Composite avançou 0,76%, e o índice de Hong Kong, Hang Seng, registou um ganho de 2,09%.

Na Europa, o tom foi igualmente positivo, com os principais índices a beneficiarem da melhoria no sentimento global. O Euro Stoxx 600 subiu 2,10% e o Euro Stoxx 50 avançou 2,26%. A Alemanha viu o seu principal índice, o DAX, crescer 1,06%, enquanto o CAC 40, em França, ganhou 1,85%. No Reino Unido, o FTSE 100 encerrou a semana com uma valorização de 1,52%.
Em Portugal, a tendência foi ainda mais expressiva: o índice PSI fechou com uma subida de 3,55%.

Nos Estados Unidos, os principais índices registaram a melhor semana das últimas cinco semanas, impulsionados pelo desanuviamento nas relações com a China.
O Dow Jones Industrial Average subiu 3,41%, o S&P 500 avançou 5,27%, e o Nasdaq Composite destacou-se com uma impressionante valorização de 7,15%, reflectindo o forte desempenho das tecnológicas.

Gráfico Fonte XTB xStation 5


Mercado cambial



Mercado cambial acompanha recuperação do dólar num contexto de baixa volatilidade

O mercado cambial manteve esta semana a tendência da anterior, marcada pela recuperação do dólar face aos mínimos recentes, num ambiente de volatilidade reduzida e de subida das yields obrigacionistas. As moedas de refúgio voltaram a perder terreno.
O índice do dólar (DXY) prolongou o movimento ascendente, fechando a semana próximo dos 101,00 pontos, após ter iniciado a semana em 100,40 e alcançado um máximo de 101,80.

Desempenho das Principais Moedas

EUR/USD: Terceira semana consecutiva de perdas para o euro, que desvalorizou de 1,1190 para 1,1150, tendo oscilado entre um máximo de 1,1265 e um mínimo de 1,1065.

Franco suíço (CHF): Foi novamente a moeda com pior desempenho. O USD/CHF atingiu um máximo de cinco semanas em 0,8475, encerrando a semana em 0,8390. O EUR/CHF manteve-se estável em torno de 0,9350, após tocar os 0,9400.

Iene japonês (JPY): Continuou a desvalorizar. O USD/JPY, que havia fechado a semana anterior a 145,30, abriu com um gap em 146,35 e terminou em 145,95, após ter atingido um novo máximo semanal de 148,65. O EUR/JPY chegou a atingir máximos acima de 165,00 mas fechou a semana em 162,73.

Libra esterlina (GBP): Manteve os ganhos, com o GBP/USD a fechar estável nos 1,3275, após uma semana volátil com extremos entre 1,3139 e 1,3360. Face ao euro, a libra valorizou pela quinta semana consecutiva, com o EUR/GBP a recuar de 0,8420 para 0,8397, um mínimo de seis semanas.

O rand sul-africano destacou-se entre os mercados emergentes.
Entre as moedas emergentes, o rand sul-africano foi o destaque da semana, com uma valorização superior a 1%. A valorização foi motivada pela notícia de que o Ministério das Finanças da África do Sul prepara alterações à meta de inflação. Actualmente, o Banco de Reserva da África do Sul (SARB) persegue um intervalo entre 3% e 6%, mas a expectativa é de que a nova meta possa ser fixada em 3%, o que implicará a manutenção de taxas elevadas durante mais tempo.

Gráfico Fonte XTB xStation 5


Commodities



Petróleo

Petróleo recupera com sentimento de risco nos mercados e esperanças de entendimento comercial

O abrandamento das tensões nas relações comerciais entre os Estados Unidos e os seus principais parceiros globais gerou esta semana um renovado sentimento de apetite pelo risco, impulsionando os mercados de matérias-primas, com destaque para o petróleo.
Apesar das negociações em curso com o Irão, que, se bem-sucedidas, poderão traduzir-se num aumento da oferta de crude nos mercados internacionais, os preços do petróleo mantiveram a tendência de recuperação dos mínimos do ano. No acumulado semanal, registaram uma valorização próxima dos 2,5%.

O Brent, referência na Europa, encerrou a semana nos 65,23 dólares por barril, abaixo do máximo semanal de 66,80, mas acima dos 63,85 registados no final da semana anterior.
Já o WTI, referência nos Estados Unidos, terminou nos 61,75 dólares por barril, praticamente inalterado face à abertura da semana (61,40), após ter atingido um pico de 63,90 dólares.

Gráfico Fonte XTB xStation 5



Ouro

O ouro pressionado pelo dólar e sentimento de risco cai quase 5% na semana

O preço do ouro recuou esta semana, penalizado por um maior apetite pelo risco nos mercados e pela valorização do dólar norte-americano. O chamado "metal precioso" registou uma descida próxima dos 5%, afastando-se dos recentes máximos históricos.

Depois de ter atingido recentemente um recorde absoluto de 3.500 dólares por onça, o ouro caiu para um mínimo das últimas cinco semanas nos 3.121 dólares, encerrando a semana nos 3.192 dólares por onça.

A pressão sobre o ouro reflecte um contexto de menor procura por activos de refúgio, num ambiente em que os investidores voltaram a privilegiar activos de risco, acompanhando a recuperação das bolsas globais.

Gráfico Fonte XTB xStation 5



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