A semana que começa
Discursos, PMIs e … Donald Trump

Uma semana ligeira de dados económicos onde o destaque vai para os PMI, com muitas intervenções verbais de membros do FOMC e do BCE, com Donald Trump a provavelmente continuar a impactar os mercados financeiros.
A semana apresenta-se relativamente leve em termos de dados económicos, mas promete movimentação nos mercados financeiros, com foco nos índices de actividade PMI, em diversas intervenções de membros do BCE e da Fed, e no regresso de Donald Trump ao centro das atenções políticas e mediáticas.
Depois de uma digressão pelo Médio Oriente, Donald Trump regressou aos Estados Unidos, num momento em que a agência Moody’s anunciou um corte de rating que poderá alimentar novas críticas do ex-presidente à actuação da Reserva Federal. A manutenção das taxas de juro inalteradas continua a ser um dos principais alvos de Trump, que pressiona por cortes mais agressivos.
Paralelamente, o mercado aguarda ansiosamente por novos acordos comerciais, com expectativas crescentes em relação a um possível acordo com a União Europeia.
No plano macroeconómico, os mercados estarão atentos aos dados dos PMI da S&P Global, com particular incidência nos indicadores da Zona Euro e dos Estados Unidos, que servirão de termómetro para o ritmo de crescimento económico nestas regiões.
A nível internacional, destaque ainda para os dados de inflação no Reino Unido, Canadá e Japão, que poderão influenciar as expectativas de política monetária local.
Por parte dos bancos centrais, o foco estará na decisão de política monetária do banco central da Austrália (RBA), numa semana que contará com vários discursos de responsáveis da Fed e do BCE, e a divulgação das minutas da última reunião do Banco Central Europeu, potencialmente ricos em sinalizações sobre os próximos passos na condução da política monetária.
Dados Económicos
Estados Unidos da América
Uma semana bastante ligeira de indicadores económicos, onde as atenções irão estar dirigidas especialmente para os PMI da S&P Global e para dados do mercado imobiliário.
O consenso do mercado aponta para um ligeiro recuo na actividade económica privada, com o índice composto a recuar de 50,6 para 50,4, com o PMI manufactureiro a cair de 50,2 para 49,9, abaixo da linha que separa a contracção da expansão, e o de serviços a recuar de 50,8 para 50,7.
Segundo as previsões, os números das vendas de casas existentes deverão mostrar uma queda de 3% em Abril, desacelerando da queda de 5,9% do mês anterior e as vendas das casas novas deverão cair 4,7%, após o aumento de 7,4% em Março.
Teremos ainda os habituais números semanais de novos pedidos de subsídio de desemprego, onde as estimativas apontam que permaneçam em torno dos 229 mil das últimas semanas.
Zona Euro
Por aqui também será uma semana bastante leve de dados económicos, onde as atenções estarão centradas nos PMI e no indicador de confiança empresarial IFO.
Começamos com a leitura final da inflação do mês de Abril, onde as estimativas apontam para que se mantenham as leituras iniciais de 2,7% da inflação total e 2,2% da inflação subjacente.
Na terça-feira as atenções vão para o indicador de confiança do consumidor, com o consenso do mercado a apontar para uma ligeira melhoria de -17 para -16. Iremos ter também os números da conta-corrente onde, segundo as estimativas, deverá mostrar um superávite de 30,6 mil milhões de euros, reduzindo dos 34,3 mil milhões do mês anterior.
Na quinta-feira teremos o destaque da semana, os índices PMI, onde o consenso de mercado aponta para que o índice composto estabilize nos 50,4. O PMI industrial deverá mostrar uma subida de 49 para 49,4, continuando em terreno de contracção, e o de serviços de 50,1 para 50,4, continuando em expansão.
Antes iremos ter a divulgação dos PMI de França e da Alemanha. Enquanto os mercados estimam que o índice composto francês deva subir de 47,8 para 49,2, o indice alemão deverá cair de 50,1 para 49,8, entrando em contracção. Em ambos é esperada uma pequena recuperação da actividade tanto industrial como de serviços.
Teremos ainda a divulgação do índice de confiança empresarial IFO, com as estimativas a apontarem para uma subida de 86,9 para 87,5.
A semana irá terminar com o Crescimento Salarial Negociado, onde as previsões apontam para uma desaceleração no primeiro trimestre do ano de 4,12% para 4%.
Reino Unido
O destaque desta semana divide-se entre os números da inflação, dos PMI e das vendas a retalho.
Começamos com os dados dos preços que deverão mostrar um aumento de 1% em Abril, acelerando dos 0,3% do mês de Março. A inflação deverá mostrar uma subida de 2,6% para 3,3%, com a inflação subjacente a subir de 3,4% para 3,6%.
O consenso de mercado aponta para um crescimento da actividade económica, com o índice composto a subir de 48,5 para 49, com o índice manufactureiro a subir de 45,4 para 45,8 e o de serviços de 49 para 49,5.
Os números das vendas a retalho deverão mostrar um aumento em Abril de 0,4%, em linha com o crescimento do mês anterior, onde sem energia deverá mostrar uma desaceleração dos 0,5% do mês anterior para 0,2%.
A semana irá começar com o índice de preços das casa do Rightmove que mostrou uma subida de 1,4% no mês passado.
Na quinta-feira, além dos PMI, teremos também os números dos empréstimos líquidos ao sector público que deverá mostrar um aumento dos 16,4 mil milhões de libras para 17,7 mil milhões e ainda o índice das expectativas de encomendas industriais da CBI que deverá mostrar uma ligeira melhoria de -26 para -25.
Por fim, na sexta-feira, antes da divulgação dos dados das vendas a retalho, iremos ter o índice de confiança do consumidor GfK, onde o mercado espera ver uma subida de -23 para -22.
Canadá
Por aqui, as atenções vão também especialmente para os dados da inflação. Os preços em Abril, segundo as previsões, deverão mostrar uma subida de 0,5%, acelerando dos 0,3% do mês de Março. A inflação anual deverá cair de 2,3% para 1,6%, com a inflação subjacente a cair de 2,2% para 2,1%. A medida mais observada pelo Banco do Canadá, sem 40% dos itens mais voláteis, deverá mostrar uma ligeira subida de 2,8% para 2,9%, onde a mediana deverá manter-se nos 2,9%.
Na quarta-feira, o índice de preços de casas novas deverá mostrar uma ligeira subida mensal de 0,1%.
Por fim, na sexta-feira, iremos ter os números das vendas a retalho, onde as previsões apontam para uma queda de 0,3%, desacelerando da queda de 0,4% do mês anterior. Sem as vendas automóveis, os números deverão mostrar uma subida de 0,2, desacelerando do aumento de 0,5% do mês anterior.
China
Iremos ter esta semana um conjunto interessante de dados económicos que serão divulgados logo nas primeiras horas da semana.
Os preços das casas novas deverão mostrar, segundo as previsões, uma redução de 0,12% em Abril, após a redução de 0,08% no mês anterior.
A produção industrial, em termos anuais, deverá mostrar um aumento de 5,7%, desacelerando dos 7,7% do mês anterior.
Os números das vendas a retalho, segundo as previsões, deverão acelerar do aumento de 5,9% do mês de Março, para 6% em Abril.
O investimento em activos fixos deverão também acelerar o crescimento de 4,2% do mês anterior, para 4,4%.
A taxa de desemprego deverá manter-se nos 5,2%.
O investimento estrangeiro directo deverá continuar a cair, acelerando a queda do mês anterior de 10,8% para 15%.
Japão
As atenções esta semana estarão nos números da balança comercial e nos dados nacionais da inflação.
A semana começa com os dados da actividade da indústria terciária, com as estimativas a apontarem para uma queda de 0,2%.
A balança comercial do mês de Abril deverá mostrar um défice de 190 mil milhões de ienes, recuando do défice anterior de 230 mil milhões, com uma queda nas importações e um aumento das exportações.
As encomendas de maquinaria, excluindo navios e centrais de energia, em Março, deverão mostrar uma queda de 1,6%, após o aumento de 4,3% no mês anterior.
A actividade económica privada deverá, segundo o consenso do mercado, mostrar um abrandamento, com o índice composto a recuar de 51,2 para 50,4. O índice de actividade industrial deverá manter-se em contracção a 48,5, com o índice de serviços a mostrar um recuo de 52,4 para 51,2.
Por fim, na sexta-feira, iremos ter os dados dos preços, onde em termos mensais deverão mostrar uma desaceleração de 0,3% do mês anterior para 0,2% em Abril. A inflação anual deverá mostrar uma subida de 3,6% para 3,7%, com a inflação subjacente a subir de 3,2% para 3,4%.
Nova Zelândia
A semana irá começar com o índice de serviços BusinessNZ onde o consenso aponta para uma queda de 49,1 para 48,9.
Iremos ter os números da balança comercial de Abril, ocm as previsões a apontarem para um excedente de 500 milhões de dólares neozelandeses, recuando dos 970 milhões do mês anterior.
Por fim, na sexta-feira, iremos ter os números das vendas a retalho do primeiro trimestre deste ano, com as previsões a apontarem para que se tenham mantido inalteradas após o aumento de 0,9% no mês anterior onde, sem as vendas automóveis e combustíveis, devam mostrar um aumento de 1,5%, acelerando dos 1,4% do mês anterior.
Austrália
Relativamente a dados económicos, será uma semana bastante tranquila, onde teremos essencialmente os dados dos PMI.
O índice composto da S&P Global deverá mostrar um ligeiro abrandamento na actividade económica, ao cair de 51 para 50,7. O índice de actividade industrial deverá recuar de 51,7 para 51,4 e o de serviços de 51 para 50,7.
Bancos Centrais
The Reserve Bank of Australia
Os mercados financeiros esperam que o banco central australiano corte a sua taxa de juro directora dos actuais 4,10% para 3,85%.
As leituras da inflação de Abril, na maioria das métricas, superaram as expectativas de consenso tanto na comparação anual como na trimestral. No entanto, a inflação subjacente, que o RBA provavelmente prioriza em relação às taxas gerais, desceu para 2,9% em relação ao ano anterior. Foi a primeira vez desde 2021 que a inflação subjacente caiu para dentro da meta do banco central.