O EUR/USD caiu pela quarta semana consecutiva, mas será que o downgrade do rating de crédito dos Estados Unidos poderá levar o par de volta para tendência ascendente deste ano?

Foi mais uma semana em que o EUR/USD voltou a negociar em volatilidade relativamente reduzida e que registou a quarta semana negativa consecutiva.

O dólar começou a semana a negociar em ganhos substanciais, impulsionado pelas notícias em torno das tarifas que afastaram os receios do mercado de uma recessão económica nos Estados Unidos. O EUR/USD caiu de níveis de abertura em torno de 1,1200 para fazer mínimos da semana abaixo de 1,1100 (a 1,1065), mas o movimento não teve continuação.
Os mercados voltaram a negociar em consolidação, mas os dados da inflação nos Estados Unidos, abaixo das estimativas, pressionou desta vez o dólar, com as expectativas do mercado relativamente a cortes de taxas de juro por parte do Fed a voltarem a aumentar. O EUR/USD subiu até um máximo da semana a 1,1265, mas esse movimento foi rapidamente corrigido e o par voltou a negociar em consolidação.
Os dados da Universidade de Michigan da confiança do consumidor a voltarem a cair e com as expectativas de inflação de curto prazo a subirem de 6,5% para 7,3% (um novo máximo dos últimos 44 anos), levou a novo recuo nas expectativas de cortes de taxas de juro do Fed e a novos ganhos do dólar, pressionando o EUR/USD.

Mas mesmo no final da semana, com os mercados financeiros praticamente encerrados, a agência de notação financeira Moody’s anunciou um corte do rating de crédito dos Estados Unidos, retirando a última classificação máxima (Aaa) que ainda detinha entre as três principais agências internacionais.
A agência justificou o corte com o agravamento dos indicadores fiscais, nomeadamente o crescimento do peso dos juros da dívida. No comunicado, alertou ainda para a ausência de consenso político em Washington para inverter a tendência de défices elevados e de aumento da despesa pública, salientando que as actuais propostas em discussão não deverão conduzir a uma redução significativa do endividamento.

Este downgrade poderá agravar o sentimento que temos vindo a observar de afastamento de activos norte-americanos, o que poderá levar de novo a perdas do dólar e a ganhos do euro.

Na minha opinião, numa semana em que a agenda económica está bastante vazia, a atenção dos mercados deverá começar por centrar-se neste downgrade dos Estados Unidos e no fluxo noticioso vindo da Casa Branca.
O EUR/USD poderá voltar a negociar de novo em tendência ascendente, terminando a correcção registada nas últimas quatro semanas.
Um novo “ataque” por parte de Donald Trump a Jerome Powell poderá agravar o sentimento do “Sell América” levando a maiores ganhos do EUR/USD.
Já o anúncio de mais acordos tarifários poderá aliviar esse sentimento, dando suporte ao dólar, refreando maiores subidas do par.



Tecnicamente

Gráfico EUR/USD semanal

Fonte XTB xStation 5


O EUR/USD voltou esta semana a negociar em perdas, pela quarta vez consecutiva, continuando a correcção iniciada logo após ter registado o máximo deste ano.

No gráfico semanal o momentum ascendente do par continua a mostrar arrefecimento, com o RSI a continuar a recuar (de momento a 60), enquanto o MACD, segue positivo, mas a linha do MACD começa a aproximar-se da linha de SINAL.

O EUR/USD quebrou a área de suporte 1,1214/1,1275, dada pelos máximos de 2024 e 2023, assim como os 23,6% Fibonacci retracement do movimento mínimo/máximo de 2025, a 1,1244. O par registou um mínimo a 1,1065, tendo ficado a poucos pontos do primeiro objectivo a 1,1040, dado pelos 38,2% do movimento mencionado atrás. A confirmação do break desta referência (1,1040), poderá colocar o par a caminho de uma correcção mais ampla, onde o objectivo poderá estar a 1,0710, dado pelos 61,8% Fibonacci retracement desse mesmo movimento.

O voltar a negociar acima da área 1,1214/1,1275, poderá indicar que a correcção iniciada a meados de Abril chegou ao seu fim, com o EUR/USD a voltar a negociar na tendência ascendente deste ano. O preço terá uma primeira resistência a 1,1380, máximo da semana anterior, que se ultrapassada irá expor o máximo deste ano a 1,1573.

Gráfico EUR/USD diário

Fonte XTB xStation 5

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O EUR/USD continuou na semana passada a negociar na tendência descendente que tem vindo a manter desde o dia 22 de Abril, quando recuou do máximo do ano a 1,1573, e chegou muito perto do principal objectivo da correcção do movimento que trouxe o preço desde o mínimo de 26 de Março até ao máximo do ano a 1,1054, dado pelos 61,8% Fibonacci retracement desse mesmo movimento.

No gráfico diário, os indicadores de momentum mostram agora a falta de momentum do par, com o RSI abaixo de 50 (44), e com a linha de MACD descendente e a afastar-se cada vez mais da linha de SINAL.

O ultrapassar do máximo da semana passada a 1,1265, e da média móvel dos 21 dias (de momento a 1,1282) poderá indicar que a correcção do movimento mencionado acima possa ter terminado. A confirmação disso poderá vir com o ultrapassar do máximo da semana anterior a 1,1380, levando para a possibilidade do par voltar à tendência ascendente deste ano.

O quebrar da área de suporte 1,1054/1,1065 (61,8% Fibonacci retracement do movimento anteriormente mencionado e do mínimo da semana), poderá indicar que o movimento descendente de médio prazo se mantém, com o objectivo a poder estar no retracement completo desse movimento nos 1,0733. Pelo meio terá de quebrar o forte suporte dado pela nuvem de Ichimoku diária, de momento 1,0917/1,1142.

Resistências - Suportes

1,1265 - 1,1065

1,1380 - 1,1000

1,1425 - 1,0917