Café da Manhã
Tarifas!

Os mercados financeiros voltam a ser impactados pelo fluxo noticioso em torno das tarifas de Donald Trump, com um tribunal norte-americano a impedir que entrem em vigor tarifas anunciadas no “Dia da Libertação”.
Esta noite, o Tribunal de Comércio Internacional dos Estados Unidos bloqueou as tarifas de Donald Trump, decidindo que este tinha invocado indevidamente uma lei de emergência para as justificar. Como esperado, a administração Trump disse ter apresentado recurso contra esta decisão que provavelmente irá acabar no Supremo Tribunal dos Estados Unidos.
No final do dia de ontem foram divulgadas as minutas da última reunião da Reserva Federal dos Estados Unidos.
Nessa reunião, o Fed manteve as taxas de juro entre 4,25% e 4,5%, destacando elevada incerteza económica devido ao aumento das tarifas comerciais nos Estados Unidos. Apesar de o crescimento económico e o emprego continuarem sólidos, a inflação mantém-se acima da meta de 2%. As minutas referem que o Fed reconheceu riscos crescentes tanto de inflação persistente como de enfraquecimento económico e decidiu adoptar uma abordagem cautelosa, aguardando mais dados antes de ajustar a política monetária.
Os mercados accionistas norte-americanos terminaram a sessão em terreno negativo, após a divulgação das minutas do Fed e enquanto aguardavam pelos resultados da NVIDIA, depois do fecho do mercado.
Os principais índices de Wall Street terminaram a sessão recuando cerca de 0,50%.
Logo após o fecho dos mercados, a Nvidia apresentou os seus resultados que ficaram acima das estimativas dos analistas, mas com as previsões de receitas do segundo trimestre um pouco abaixo das expectativas, devido às restrições mais apertadas que enfrenta para a exportação de chips de AI para a China. As acções em after-market ganharam cerca de 5%.
Na Ásia, os mercados accionistas voltaram a ganhar, impulsionados pela ordem do tribunal de bloqueio às tarifas comerciais e ainda pelos resultados da Nvidia.
No Japão, o índice Nikkei terminou a sessão a ganhar 1,88% e o Topix 1,53%.
Na Austrália, o índice ASX 200 avançou 0,15%, enquanto o Kospi, da Coreia do Sul, ganhou 1,89%, após o seu banco central ter reduzido esta noite a sua taxa directora de 2,75% para 2,50%.
Na China, o índice CSI300 ganhou 0,64%, o Shanghai Composite 0,75% e o Hang Seng 1,45%.
Na Índia, os principais índices seguem a negociar de momento praticamente inalterados.
As acções na Europa seguem também a negociar em terreno positivo, impulsionadas pelas notícias em torno das tarifas comerciais.
O índice Euro Stoxx 600 segue de momento a avançar 0,44% e o Euro Stoxx 50 0,93%.
Na Alemanha, o índice DAX avança 0,58% e o CAC 40, de França, 0,88%.
No Reino Unido, o índice FTSE 100 segue a negociar praticamente inalterado (+0,03%).
No mercado cambial, a decisão do Tribunal de Comércio Internacional dos Estados Unidos impulsionou esta noite o dólar, principalmente face às divisas consideradas de refúgio.
O índice do dólar DXY registou esta noite um máximo em torno de 100,40, seguindo de momento a negociar a 99,95.
O EUR/USD registou um mínimo a 1,1210, encontrando-se a negociar de momento a 1,1275.
A libra segue pouco alterada dos recentes níveis, com o GBP/USD a negociar de momento a 1,3465 e o EUR/GBP a 0,8370.
O iene japonês e o franco suíço seguem de momento a recuperar dos mínimos registados esta noite, após a notícia sobre as tarifas comerciais.
O USD/JPY segue de momento a negociar a 145,20, depois de atingir um máximo de 146,30, e o USD/CHF cai de um máximo de 0,8350, para negociar a 0,8295. O EUR/JPY segue de momento a negociar a 163,70 e o EUR/CHF a 00,9355.
Os preços do petróleo negociaram ontem em ganhos, após notícias de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, conhecidos como OPEP+, não farão alterações nas linhas de base de produção de petróleo antes de 2027.
Também a suportar os preços esteve a notícia da Reuters de uma nova autorização da administração Trump à Chevron que lhe permitiria manter activos na Venezuela, mas não exportar petróleo nem expandir as suas actividades.
Ainda a ajudar a recuperação dos preços de crude esteve o relatório semanal da API que mostrou que os inventários mostraram uma queda de 4,2 milhões de barris, bem acima do 1 milhão esperado, e onde as reservas de Cushing mostraram uma queda de 342 mil barris.
Os preços começaram o dia de hoje a continuarem a negociar em alta, ajudados pelo sentimento de risco dos mercados financeiros. O Brent cota de momento a $65,25 por barril e o WTI a $62,85.