O EUR/USD poderá voltar a ser condicionado pela política comercial dos Estados Unidos, apesar de eventos e dados macroeconómicos relevantes.

Apesar de estarmos atentos esta semana à reunião do Banco Central Europeu e à divulgação dos números do emprego nos Estados Unidos, é a política comercial norte-americana que continua a dominar o rumo do EUR/USD.

Na semana passada, o par terminou praticamente no mesmo nível com que começou, após recuperar de uma queda que o levou a mínimos próximos dos registados na semana anterior.

Na Zona Euro, os dados da inflação nas maiores economias apontaram para uma continuação do ajustamento rumo à meta do BCE. Do lado dos Estados Unidos, a confiança do consumidor deu sinais positivos, com os dados da Conference Board e a revisão da Universidade de Michigan a apontarem nesse sentido.

No entanto, mais uma vez, foi o tema das tarifas comerciais que verdadeiramente impactou o par. O anúncio feito no final da semana anterior, de um aumento para 50% nas tarifas sobre importações europeias, reavivou receios de uma escalada na guerra comercial. O EUR/USD abriu a semana em alta, mas recuou após Donald Trump adiar a aplicação dessas tarifas para 9 de Julho.

O sentimento de risco nos mercados melhorou gradualmente, com o dólar a recuperar algum terreno e a pressão para "vender América" a aliviar. A notícia de que o Tribunal de Comércio Internacional dos EUA teria bloqueado grande parte das tarifas impulsionou ainda mais o dólar, levando o EUR/USD a mínimos semanais. Contudo, essa tendência revelou-se temporária: os mercados rapidamente perceberam que a administração Trump iria recorrer da decisão e procurar outras vias para impor as tarifas. O dólar voltou a enfraquecer, com o EUR/USD a subir novamente.

Entretanto, Trump endureceu o discurso em relação à China e terminou a semana com mais um aumento tarifário: mais 25% sobre as importações de aço, elevando os actuais 25% para 50%, com entrada em vigor já no dia 4 de Junho. O par acabou por encerrar a semana próximo dos máximos, e muito perto dos níveis de abertura.

Esta semana, o BCE deverá cortar novamente a taxa de juro em 25 pontos base, uma decisão já amplamente antecipada e que, por isso, não deverá provocar grandes movimentações no EUR/USD. Mais atenção poderá merecer a actualização das projecções do staff do banco, onde se espera uma revisão em baixa da inflação e do crescimento económico.

Nos EUA, o foco estará nos nonfarm payrolls, na sexta-feira. A menos que haja uma grande surpresa em relação aos 130 mil novos empregos esperados, também aqui se antecipa um impacto limitado na moeda norte-americana.

Em suma, na minha opinião, o EUR/USD deverá continuar a ser movido, sobretudo, pelo sentimento de "Sell America". Se Trump mantiver a postura firme nas tarifas ao aço e endurecer ainda mais o tom face à China, poderá estar a formar-se a tempestade perfeita para levar o EUR/USD a novos máximos do ano.



Tecnicamente

Gráfico EUR/USD semanal

Fonte XTB xStation 5


O EUR/USD registou mais uma semana volátil, terminando em torno dos níveis de abertura, numa vela semanal que configura um doji.

Nada de novo no gráfico semanal, que continua a mostrar um momentum ascendente, com o RSI a continuar acima de 50 (65), enquanto o MACD, segue positivo, mas com a linha do MACD a continuar a aproximar-se da linha de SINAL.

A rejeição dos mínimos da semana poderá estar a indicar que a tendência ascendente deste ano do EUR/USD poderá estar de novo em curso.
O break do máximo da semana que terminou a 1,1418 irá expor a referência dada pelo máximo de 2022 a 1,1494, ligeiramente abaixo da resistência psicológica a 1,1500. Esta área se ultrapassada poderá dar força ao par para realizar novos máximos do ano, ultrapassando o actual de 1,1573, colocando de novo o mercado a olhar para a próxima resistência psicológica nos 1,2000.

O quebrar do suporte dado pela área 1,1214/1,1275 será um forte sinal bearish, dando sinais que a correcção deste ano ainda não terminou, podendo levar o par para perdas bem mais significativas caso quebre os 1,1040, nível dado pelos 38,2% Fibonacci retracement do movimento mínimo/máximo deste ano.

Gráfico EUR/USD diário

Fonte XTB xStation 5

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O EUR/USD seguiu na semana passada a consolidar em torno dos recentes ganhos, com o preço a continuar acima da Nuvem de Ichimoku diária, terminando a negociar a 1,1356, praticamente o nível de abertura (1,1361).

No gráfico diário, os indicadores de momentumMACD e RSI continuam a indicar momentum positivo para o par.

O EUR/USD continua a negociar em tendência ascendente. O par segue acima das médias móveis 21, 55 e 200 dias e da Nuvem de Ichimoku diária. O par precisa de romper a área de resistência 1,1383/1,1418 (máximo de Maio), para ganhar mais ímpeto que o leve a um teste à resistência psicológica de 1,1500, que se ultrapassada, irá expor o máximo do ano a 1,1573.

Por outro lado, o quebrar da área de suporte 1,1214/1,1275 (dado pelos máximos de 2023 e 2024), irá expor o mínimo deste mês de Maio a 1,1065. Esta área começa a semana reforçada pelos suportes dados pelas médias móveis dos 21 e 55 dias, actualmente a 1,1265 e 1,1225, respectivamente. Toda uma área já de si reforçada pela Nuvem de Ichimoku diária.

Resistências - Suportes

1,1418 - 1,1308

1,1500 - 1,1214

1,1573 - 1,1065