EUR/USD
Semanal

EUR/USD Semanal

A Reserva Federal dos Estados Unidos e o conflito no Médio Oriente continuam a suportar o dólar, com as pressões a continuarem a vir por parte de Donald Trump.

A Reserva Federal dos Estados Unidos manteve inalterada a sua política monetária, tal como amplamente esperado. Uma reunião que contou com o relatório do FOMC de “Summary of Economic Projections”. Nesse relatório, os responsáveis do Fed reviram em alta a inflação e em baixo o crescimento económico. A sua medida preferida para a inflação “Core PCE” foi revista para 3,1% para o final deste ano, face a 2,8% nas projecções de Março e o PIB foi revisto de 1,7% para 1,4% em 2025 e de 1,8% para 1,6% em 2026.
Os “dot plot” continuam a colocar a mediana das taxas de juro no final deste ano nos 3,875%, tal como as projecções de Março, ou seja, dois cortes de taxas de 25 pontos base até ao final do ano.
Mas estes mesmos “dot plot” mostraram um FOMC mais dividido. Dos 19 votos, 7 mostram que não pensam cortar taxas de todo até ao final do ano, 2 apenas um corte de 25 pontos base, 2 apontam para três cortes, com os restantes 8 a votarem nos dois cortes. Esta divisão, com cada vez mais membros a serem de opinião de menos ou nenhum corte de taxas, levou a que o mercado visse esta reunião como mais “hawkish”, trazendo algum suporte ao dólar.

O dólar segue ainda suportado pelas tensões no Médio Oriente, em especial pela subida do preço do petróleo. Os ganhos mantiveram-se contidos, já que o conflito também assim se manteve e nem mesmo um novo e forte ataque de Donald Trump a Jerome Powell, conseguiu mais do que evitar maiores ganhos do dólar.

A semana vai começar com a escalada no conflito no Médio Oriente originada pela entrada em cena dos Estados Unidos. Na madrugada deste domingo, a aviação norte-americana atacou os importantes sites nucleares iranianos de Fordow, Natanz e Esfahan. Este desenvolvimento representa uma escalada significativa no conflito e aumenta o risco de uma resposta militar directa por parte do Irão ou dos seus aliados regionais. A possibilidade de alastramento do conflito para outros países do Golfo torna-se agora mais real, intensificando os receios de disrupções severas no fornecimento energético global, nomeadamente petróleo e gás natural.
Esta situação levará mais suporte ao dólar e, por outro lado, pressões sobre o euro, com a União Europeia dependente de energia.

Em minha opinião, estas tensões geopolíticas irão sobrepor-se à agenda económica desta semana, onde começamos com os dados da actividade económica privada (PMI) e mais tarde com o IPC em França e Espanha, e a medida preferida do Fed para a inflação, o “Core PCE Price Index”. Este último poderá ter algum impacto, caso mostre um forte arrefecimento dos preços.
O testemunho de Jerome Powell no Congresso dos Estados Unidos poderá trazer também alguma volatilidade adicional, mas não é esperado que saia da narrativa usada após a reunião do Fed da semana passada de “esperar para ver”.
Ameaças de afastamento de Jerome Powell por parte de Donald Trump podem conter os ganhos do dólar (e a queda do EUR/USD), ameaças essas, que se se concretizarem, poderão mesmo levar o dólar de novo a perdas e a novos ganhos do EUR/USD.

Resumindo, iremos ter provavelmente uma semana com volatilidade adicional, em que vejo mais facilmente uma correcção do forte movimento em alta das últimas semanas, do que o retomar da tendência ascendente do EUR/USD.



Tecnicamente

Gráfico EUR/USD semanal

Fonte XTB xStation 5


O EUR/USD na semana passada negociou em volatilidade mais reduzida, com o preço a terminar ao nível com que abriu a semana, ficando confinado entre um mínimo de 1,1446 e um máximo de 1,1614.

Tanto o RSI como o MACD, no gráfico semanal, continuam a mostrar um momentum positivo no par.

A vela da semana passada configura um doji, reflectindo a indecisão verificada durante a semana por parte dos investidores.

O ultrapassar do máximo da semana anterior (e deste ano) a 1,1632 poderá indicar que o doji da semana passada é um de continuidade de tendência, levando a uma retoma da forte tendência ascendente deste ano do EUR/USD, com a referência psicológica dos 1,2000 a poder estar no objectivo dos mercados.
A projecção Fibonacci do movimento mínimo 2025 (1,0177)/ máximo de Abril a 1,1573/ mínimo de Maio a 1,1065, dá-nos um primeiro possível objectivo a 1,1928 (61,8%), sendo que o objectivo dos 100% está a 1,2461, ligeiramente acima do máximo de 2021 a 1,2349.

O quebrar do mínimo das últimas semanas a 1,1373, poderá apontar para uma correcção do movimento ascendente observado desde o mínimo de Maio até ao máximo do ano, podendo-se assistir a um teste à área de suporte 1,1214/1,1275. O quebrar desta área deixa exposto esse mínimo de Maio (1,1068), que se por sua vez quebrado, eliminará o cenário bullish de mais longo prazo do par.

Gráfico EUR/USD diário

Fonte XTB xStation 5

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O comentário é disponibilizado todas as manhãs, tentativamente entre as 10h00 e as 10h30.

O EUR/USD recuou do máximo do ano registado na semana anterior, mas acabou por terminar a semana em torno dos níveis de abertura, ligeiramente acima de 1,1500, mas mantendo a tendência ascendente que regista desde o mínimo de Maio.

No gráfico diário, os indicadores de momentum MACD e RSI continuam a indicar um ímpeto positivo para o par, apesar de algum arrefecimento.

O EUR/USD continua a negociar bem acima da Nuvem de Ichimoku diária, assim como das médias móveis 21 e 55 dias.
O preço ainda tentou um teste ao suporte dado pela MM 21 dias (que terminou a semana a 1,1446), sem contudo o ultrapassar e muito menos quebrar.

O EUR/USD precisa de ultrapassar a àrea 1,1614/1,1632 (dada pelo máximo da semana anterior e deste ano) para ganhar de novo força para um teste à próxima resistência a 1,1692 (máximo de Outubro de 2021), antes da resistência dada pelo máximo de Setembro do mesmo ano e da referência psicológico de 1,2000.

O quebrar do mínimo da semana passada a 1,1446, poderá levar a uma correcção do forte movimento registado nas últimas seis semanas. A confirmação poderá vir pelo quebrar do suporte dado pela MM 55 dias (de momento a 1,1358), que poderá dar força ao par para um teste à área mais forte de suporte dada pela Nuvem de Ichimoku diária (1,1153/1,1260).

Resistências - Suportes

1,1632 - 1,1446

1,1692 - 1,1373

1,1909 - 1,1260


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