EUR/USD
Semanal

Inflação da Zona Euro, mercado de trabalho nos Estados Unidos, uma “Big Beautiful Bill” e Jerome Powell a manter o discurso de “esperar para ver”, sob ataque de Donald Trump, não adicionou volatilidade ao EUR/USD.
O EUR/USD continuou esta semana a sua tendência ascendente, atingindo um novo máximo dos últimos anos acima de 1,1800, níveis que não se registavam desde Setembro de 2021. No entanto, a semana acabou por registar uma volatilidade bastante contida apesar de vários eventos potencialmente impactantes.
Em Sintra, no Fórum do Banco Central Europeu, tivemos um painel a discutir política monetária constituído pelos governadores dos principais bancos centrais globais.
Jerome Powell, mesmo continuando sob forte ataque de Donald Trump para baixar drasticamente as taxas de juro, manteve o seu discurso de “esperar para ver”, reiterando o bom momento da economia norte-americano que não necessita de rápidas reduções de juros.
O “esperar para ver” foi também o sentimento expressado pelos restantes membros do painel. Christine Lagarde afirmou que as taxas de juro do euro estão onde devem estar, com o BCE atento aos dados económicos e preparado para responder rapidamente a qualquer factor externo.
Na agenda económica da semana passada houve dados da inflação na Zona Euro, que saíram bem em linha com o estimado pelos mercados, com a inflação a subir de 1,9% para 2% e a inflação subjacente a manter-se nos 2,3%.
Nos Estados Unidos, os dados da actividade económica do Institute of Supply Management (ISM) saíram acima do esperado, enquanto os primeiros dados do emprego foram mistos. As vagas de emprego JOLTS aumentaram, contra estimativas de uma nova redução, enquanto os dados privados do emprego mostraram uma redução inesperada de 33 mil postos de trabalho. Os dados mais importantes, dos nonfarm payrolls acabaram por surpreender positivamente os mercados, mostrando a criação de 144 mil novos empregos, acima dos 110 mil esperados, e com a taxa de desemprego a cair de 4,2% para 4,1%.
No Congresso dos Estados Unidos, a “Big Beautiful Bill” acabou por ser aprovada, abrindo caminho a um aumento expressivo do endividamento do governo dos Estados Unidos. As reduções previstas nas despesas com a segurança social revelam-se insuficientes para compensar o impacto das novas baixas nos impostos, deixando em aberto preocupações em torno da sustentabilidade orçamental e do equilíbrio das contas públicas.
Apesar de algumas surpresas de relevo na agenda económica e das sempre bombásticas declarações de Donald Trump, que está de volta à sua técnica negocial favorita de “brinkmanship”, o EUR/USD não registou grande volatilidade durante a semana passada. Limitou-se a registar um novo máximo do ano, a 1,1830, e continuou a semana a consolidar os recentes ganhos, com o preço a ficar bem no intervalo 1,1700/1,1800.
Em minha opinião, isso deu-se devido ao mercado estar também num momento de “esperar para ver”, aguardando pelo 9 de Julho, data onde termina a suspensão das tarifas recíprocas anunciadas no Dia da Libertação, no início de Abril.
Nessa altura, o dólar acabou bastante penalizado e o EURUSD subiu de imediato de 1,0800 para 1,1000.
Com o EUR/USD a ter atingido os actuais máximos em torno de 1,1800, creio que um prolongamento do prazo para encontrar acordos comerciais, ou a efectivação desses acordos, nomeadamente com a União Europeia, poderá levar a uma modesta correcção. Já uma linha mais agressiva, com taxas mais elevadas, ao nível daquelas anunciadas no início de Abril, poderá levar de novo a uma reacção em alta do EUR/USD por parte dos mercados, onde poderemos assistir a novo máximo do ano, possivelmente em torno dos 1,2000.
Tecnicamente
Gráfico EUR/USD semanal
Fonte XTB xStation 5
O EUR/USD na semana passada voltou a registar um novo máximo do ano, desta vez a 1,1830, após ter começado a semana em torno dos mínimos ligeiramente acima de 1,1700, mantendo a tendência ascendente deste ano.
No gráfico semanal, o RSI e o MACD, continuam a mostrar o momentum positivo do par.
Depois do doji de continuação de há três semanas, o EUR/USD tem registado novos máximos consubstanciando a tendência ascendente, com o mercado a seguir agora de olhos postos na referência psicológica 1,2000.
O ultrapassar do novo máximo de 1,1830, dará certamente força ao par para poder atingir o primeiro objectivo dado pelos 61,8% da projecção Fibonacci do movimento mínimo 2025 (1,0177)/ máximo de Abril a 1,1573/ mínimo de Maio a 1,1065, a 1,1928, antes da referência psicológica dos 1,2000.
O quebrar do suporte dado pelo anterior máximo relevante do ano a 1,1573 poderá indicar que uma correcção do movimento que trouxe o preço do mínimo de Maio a 1,1065 até ao actual máximo de 1,1830 estará em curso.
Gráfico EUR/USD diário
Fonte XTB xStation 5
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O comentário é disponibilizado todas as manhãs, tentativamente entre as 10h00 e as 10h30.
O EUR/USD continua a registar máximos e mínimos cada vez mais altos, bem indicativo da tendência ascendente em que negocia. Esta semana atingiu um máximo de 1,1830, consolidando esses recentes ganhos entre 1,1708 e o recente máximo.
Neste gráfico diário, os indicadores de momentum MACD e RSI continuam a indicar um ímpeto positivo para o par, mas esse ímpeto aparenta algum arrefecimento. O RSI recua do recente máximo de 75, enquanto o diferencial positivo entre a linha do MACD com a linha de sinal diminui.
O ultrapassar do máximo da semana passada (e do ano) a 1,1830, poderá indicar que o preço voltou a sair do movimento de consolidação, retomando a tendência ascendente, com o primeiro objectivo a poder estar a 1,1952, dado pela projecção do break da área 1,1708/1,1830, antes da referência psicológica a 1,2000.
O quebrar do mínimo da semana passada a 1,1708 poderá levar o par aos 1,1586, dado pela projecção do break da área mencionada acima. Antes irá ter de quebrar o suporte dado pelo máximo relevante de 12 de Junho a 1,1632 e a MM 21 dias (de momento a 1,1621).
Resistências - Suportes
1,1830 - 1,1708
1,1909 - 1,1632
1,2000 - 1,1573