EUR/USD
Semanal

Os mercados continuaram sem reagir às notícias em torno das tarifas, nem tão pouco aos renovados ataques a Powell, será que estão à espera de dados económicos concretos como os da inflação norte-americana desta semana?
Foi mais uma semana de volatilidade reduzida, onde nem o anúncio de tarifas acima do esperado pelos mercados, levou um maior impacto ao EUR/USD.
Num primeiro momento, o anúncio de um aumento de tarifas trouxe de novo suporte ao dólar norte-americano, levando o EUR/USD a corrigir os recentes máximos registados. Mas o adiar da imposição dessas tarifas da data anteriormente estipulada a 9 de Julho, para 1 de Agosto, trouxe nova tranquilidade aos mercados financeiros, que voltaram a ter margem para possíveis negociações comerciais.
Numa semana vazia de dados económicos nos Estados Unidos e na Zona Euro, o mercado esteve ao sabor do “ruído de fundo”, como os desenvolvimentos geopolíticos e declarações políticas. Nem mesmo os renovados ataques de Donald Trump a Jerome Powell foram suficientes para alterar o comportamento do EUR/USD, que continuou a corrigir de forma técnica os ganhos anteriores.
Esta nova semana volta a trazer os temas comerciais para o centro das atenções. Durante o fim de semana, Trump anunciou a imposição de uma tarifa de 30% sobre produtos europeus, num claro sinal de endurecimento das relações com Bruxelas. Esta notícia poderá, numa fase inicial, pressionar o euro, sobretudo numa altura em que os investidores acreditavam que um entendimento, entre a União Europeia e os Estados Unidos, ainda era possível.
Ao mesmo tempo, cresce a atenção sobre a política monetária do Banco Central Europeu. Nos últimos dias, notou-se alguma divergência entre os membros do Conselho do BCE, mas o regresso da incerteza externa, nomeadamente no plano comercial, poderá reforçar as posições mais dovish dentro da instituição. A própria presidente Christine Lagarde já tinha deixado claro que os cortes de juros dependeriam tanto dos dados económicos como do contexto externo.
Do lado norte-americano, os dados da inflação a divulgar esta semana serão determinantes para o rumo das taxas de juro. O mercado antecipa uma subida mensal de 0,3%, com a taxa anual a passar de 2,4% para 2,6% e a inflação subjacente de 2,8% para 2,9%. Se estes valores forem confirmados, ou superados, é provável que os investidores comecem a afastar a ideia de cortes rápidos nas taxas por parte do Fed, o que daria novo impulso ao dólar.
Em minha opinião, o cenário de curto prazo poderá favorecer o dólar. As expectativas de novos cortes de taxas por parte do BCE e os receios em torno do comércio transatlântico poderão manter o euro sob pressão. No entanto, se as tensões comerciais se intensificarem e começarem a afectar negativamente os mercados accionistas dos Estados Unidos, é possível que vejamos uma mudança de sentimento, com os investidores a começarem a desfazer posições em activos norte-americanos, o chamado movimento de "Sell America". Isso poderia acabar por penalizar o dólar e dar novo fôlego ao euro.
Nesse contexto, não seria de surpreender que o EUR/USD volte a testar o intervalo entre 1,1500 e 1,1800.
Tecnicamente
Gráfico EUR/USD semanal
Fonte XTB xStation 5
O EUR/USD recuou na semana passada dos máximos do ano, podendo ter iniciado uma correcção do movimento ascendente que regista desde o início do mês de Maio e que o trouxe até ao máximo deste ano.
No gráfico semanal, o RSI e o MACD, continuam a mostrar o momentum positivo do par.
O EUR/USD terminou a semana a negociar a 1,1688, abaixo do mínimo da semana anterior de 1,1708, indicando a possibilidade de estar a iniciar uma correcção do movimento que trouxe o par desde 1,1065, mínimo de Maio deste ano, até ao máximo do ano a 1,1830, registado no primeiro dia deste mês de Julho.
O quebrar da área de suporte 1,1649/1,1662, dado pelos 23,6% Fibonacci retracement do mínimo de Maio / máximo do ano e pelo mínimo da semana passada, poderá indicar que o par vai para uma correcção mais ampla, com o próximo objectivo a poder estar nos 38,2% Fibonacci retracement do movimento mencionado atrás, a 1,1538.
Já uma inversão do movimento descendente da semana passada , terá uma primeira resistência a 1,1830, máximo do ano, que se ultrapassado, poderá dar força ao par para atingir o primeiro objectivo dado pelos 61,8% da projecção Fibonacci do movimento mínimo 2025 (1,0177) / máximo de Abril a 1,1573 / mínimo de Maio a 1,1065, a 1,1928, antes da referência psicológica dos 1,2000.
Gráfico EUR/USD diário
Fonte XTB xStation 5
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O comentário é disponibilizado todas as manhãs, tentativamente entre as 10h00 e as 10h30.
O EUR/USD continuou na semana passada a tendência descendente que se tinha começado a verificar na semana anterior, dando sinais de uma correcção do forte movimento ascendente que tem vindo a registar.
No gráfico diário, os indicadores de momentum MACD e RSI continuam a sinalizar um ímpeto positivo para o par, mas esse ímpeto apresenta agora um arrefecimento. O RSI está cada vez mais próximo da linha neutra de 50, enquanto o diferencial entre a linha do MACD e a linha de sinal é agora negativo.
O EUR/USD terminou a semana abaixo do mínimo da semana anterior, dando sinais de que poderá estar a iniciar uma correcção mais ampla.
O quebrar do suporte dado pela MM 21 dias (de momento a 1,1675) poderá dar força ao par para um movimento descendente mais pronunciado. Encontra um primeiro suporte a 1,1632, que se quebrado irá expor o seguinte a 1,1573, com o suporte seguinte a estar na MM 55 dias, de momento a 1,1473.
O ultrapassar do máximo da semana passada a 1,1790 poderá indicar que o preço voltou à tendência ascendente dos últimos meses (e do ano). O ultrapassar do máximo do ano a 1,1830 irá expor a referência a 1,1909, dada pelo máximo de Setembro de 2021.
Resistências - Suportes
1,1790 - 1,1632
1,1830 - 1,1573
1,1909 - 1,1473