Os mercados financeiros voltam a ser impactados por anúncio de mais tarifas por parte de Donald Trump, enquanto aguardam hoje pelos importantes dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos

No final do dia de ontem, a Casa Branca anunciou uma série de actualizações de tarifas sobre os seus parceiros comerciais. Donald Trump manteve a tarifa mínima recíproca global de 10%, mas muitos países foram brindados com taxas mais elevadas. A Suíça viu a sua taxa subir para 39%, o Canadá 35%, embora os bens comercializados ao abrigo das regras do acordo comercial EUA-México-Canadá (que abrange a grande maioria do comércio EUA-Canadá) estão isentos. Já o México viu as actuais tarifas serem prolongadas por mais 90 dias para negociações.

Os mercados accionistas norte-americanos terminaram a sessão de ontem de novo em perdas depois da medida preferida do Fed para a inflação ter mostrado uma aceleração em Junho, afastando ainda mais a possibilidade de um corte de taxas do Fed em Setembro, e ainda após o presidente Donald Trump ter enviados cartas aos CEO das 17 maiores empresas farmacêuticas do mundo para reduzir os preços dos seus medicamentos aos Estados Unidos. Os investidores aguardavam também pela apresentação de resultados da Apple e da Amazon, depois dos fechos do mercado, e ainda pelos dados do mercado de trabalho que serão divulgados hoje antes da abertura de Wall Street.
O índice Dow Jones perdeu 0,74%, o S&P 500 0,37% e o Nasdaq ficou praticamente inalterado (-0,3%).

Esta noite, os mercados accionistas asiáticos terminaram o último dia da semana em terreno negativo, com a confiança dos investidores de novo pressionada pelo tema das tarifas.
No Japão, o índice Nikkei recuou 0,57%, enquanto o Topix conseguiu terminar em terreno positivo, avançando 0,19%.
Na Austrália, o índice ASX 200 perdeu 0,92%, enquanto na Coreia do Sul, o índice Kospi afundou 3,88%, após planos do governo para um aumento de imposto sobre mais-valias e transacções.
Na China, o índice CSI300 recuou 0,51%, o Shanghai Composite 0,37% e o Hang Seng, de Hong Kong, 1,07%.
Na Índia, o índice Nifty 50 segue de momento a recuar 0,51% e o Sensex 0,34%.

Na Europa os mercados accionistas estão também a começar o último dia da semana em perdas significativas, preparando-se para terminar uma semana em perdas.
O índice Euro Stoxx 600 segue de momento a perder 1,28% e o Euro Stoxx 50 1,73%.
Na Alemanha, o índice DAX cai 1,89% e o CAC 40, de França, 1,84%.
No Reino Unido, o índice FTSE 100 recua 0,72%.

No mercado cambial o dólar continua a avançar, com o índice DXY cada vez mais próximo de atingir a marca dos 100 (99,88), pela primeira vez desde o final de Maio, enquanto o EUR/USD segue a negociar em torno dos mínimos de quase dois meses, perto de 1,1400.
A libra continua a negociar em perdas, com o GBP/USD a negociar em mínimos de quase três meses, abaixo de 1,3200 (1,3175), e com o EUR/GBP a 0,8665.
O iene segue em perdas, com o USD/JPY acima de 150,00 (150,50), o que não sucedia desde o princípio de Abril, e o EUR/JPY em torno de 172,00.
O franco suíço está a começar o dia de hoje também em perdas, pressionado pelas tarifas excepcionalmente elevadas colocadas sobre os seus produtos exportados para os Estados Unidos. O USD/CHF negocia de momento a 0,8165 e o EUR/CHF recupera de mínimos de mais de três meses para cotar de momento a 0,9320.

Os preços do petróleo preparam-se para terminar uma semana de ganhos significativos, mas estão a começar o dia a recuar dos recentes máximos, pressionados pelo aumento das tarifas que ameaça a procura global por energia.
O Brent segue de momento a negociar a $71,40 por barril e o WTI a $68,90.

Bom fim de semana!