EUR/USD
Semanal

EUR/USD  Semanal

O regresso de Setembro trouxe volatilidade aos mercados, com dados fracos do emprego nos EUA a reforçarem as apostas em cortes de taxas da Fed, enquanto na Europa as atenções recaem sobre a reunião do BCE.

O início de Setembro trouxe um regresso marcado pela turbulência, confirmando que o período de acalmia de verão chegou ao fim. O centro das atenções voltou a estar nos Estados Unidos, onde os dados do mercado de trabalho reforçaram as expectativas de cortes de taxas de juro pela Reserva Federal já na reunião da próxima semana.

Os números falaram por si: as vagas de emprego caíram para 7,18 milhões, o valor mais baixo em dez meses; o relatório da ADP apontou para a criação de apenas 54 mil novos postos de trabalho; e os pedidos semanais de subsídio de desemprego subiram para 237 mil, o nível mais elevado das últimas onze semanas. Tudo isto culminou num relatório de payrolls particularmente fraco, com apenas 22 mil empregos criados em Agosto, muito abaixo dos 75 mil esperados.

A reação dos mercados foi imediata. O dólar, que havia começado a semana mais forte, apoiado pelo seu papel tradicional de activo-refúgio num contexto de yields obrigacionistas em máximos, acabou por perder terreno à medida que as expectativas de cortes de taxas se intensificaram. A ferramenta FedWatch da CME mostra agora 90% de probabilidade de uma redução de 25 pontos-base já em Setembro, e até a possibilidade de um corte de 50 pontos-base deixou de ser descartada. As expectativas para o conjunto do ano passaram de dois para três cortes. O EUR/USD, que iniciara a semana em queda, atingiu máximos de mais de um mês.

Esta semana, antes da decisão da Fed, chegam os últimos dados macroeconómicos relevantes. A inflação deverá registar uma variação mensal de 0,3%, com a taxa anual a acelerar de 2,7% para 2,9% e a subjacente a manter-se nos 3,1%. No final da semana, os mercados olharão ainda para o índice de confiança da Universidade de Michigan, essencial para avaliar o pulso do consumo, motor da economia norte-americana.

Na Europa, o foco será a reunião do Banco Central Europeu. A expectativa é de manutenção das taxas, num cenário de maior resiliência económica, inflação próxima da meta e uma redução das incertezas ligadas ao comércio internacional após o acordo tarifário com os Estados Unidos. O ponto alto deverá estar nas novas projecções do staff do BCE, onde se antecipa uma ligeira revisão em alta do crescimento e da inflação. A comunicação de Christine Lagarde será acompanhada de perto, embora se espere a continuidade da estratégia de dependência dos dados, sem compromissos de orientação futura.

Em minha opinião, o EUR/USD continua a reflectir sobretudo a dinâmica do dólar, mais do que a do euro. Esta semana, o movimento do dólar poderá ser ditado pelos dados macroeconómicos norte-americanos, que têm potencial para acelerar ou travar as expectativas de cortes de taxas nos próximos meses. O mercado permanece particularmente sensível a qualquer sinal que justifique uma política monetária mais acomodatícia, pelo que vejo o par mais exposto à valorização no curto prazo, a menos que surja alguma surpresa de maior dimensão.
Setembro parece ter deixado claro que a tranquilidade ficou para trás.



Tecnicamente

Gráfico EUR/USD semanal

Fonte XTB xStation 5


Por aqui nada de novo.

O EUR/USD atacou o máximo de um mês a 1,1742, mas não teve sucesso em romper esta resistência, com o par a manter-se esta semana num intervalo relativamente apertado, entre 1,1610 e 1,1760.

Sem alteração, no gráfico semanal, o RSI e o MACD, continuam a mostrar um momentum positivo no par, mas as suas leituras “flat” favorecem a continuação da consolidação em torno dos recentes níveis.

O break do máximo de Agosto (1,1742) poderá colocar de novo o EUR/USD na tendência ascendente de mais longo prazo. Uma primeira resistência poderá ser encontrada no actual máximo do ano a 1,1830, que se ultrapassada poderá levar o par a atingir o primeiro objectivo da projecção Fibonacci do movimento mínimo 2025 (1,0177) / máximo de Abril a 1,1573 / mínimo de Maio a 1,1065 (61,8%), a 1,1928, antes da referência psicológica dos 1,2000.

O quebrar do mínimo das últimas duas semanas (1,1573) poderá levar o EUR/USD de novo a um teste ao suporte dado pela média móvel das 21 semanas, de momento a 1,1534, antes do nível psicológico 1,1500, área esta que se quebrada irá expor o mínimo de Agosto a 1,1391 e a possibilidade de um teste a 1,1357 (61,8% Fibonacci retracement do movimento mínimo de Maio / máximo do ano). Este nível se ultrapassado, poderá encontrar novo objectivo a 1,1198 (38,2% Fibonacci retracement do movimento mínimo/máximo deste ano).

Gráfico EUR/USD diário

Fonte XTB xStation 5

Pode acompanhar diariamente os comentários/análises ao EUR/USD no nosso canal YouTube clicando aqui .
O comentário é disponibilizado todas as manhãs, tentativamente entre as 10h00 e as 10h30.

O EUR/USD continua a consolidar em torno das médias móveis dos 21 e 55 dias e acima da Nuvem de Ichimoku diária, apesar de na semana passada ter registado um máximo do último mês ao atingir os 1,1760.

No gráfico diário, os indicadores de momentum MACD e RSI apesar de continuarem perto das respectivas linhas neutras, sinalizam uma ligeira tendência ascendente, com o MACD positivo e o RSI a 55.

O preço na semana passada negociou em máximos de mais de um mês ao atingir os 1,1759, mas não conseguiu romper a àrea de resistência 1,1730/1,1742. Esta área precisa de ser ultrapassada para poder dar força ao par para um teste ao máximo do ano a 1,1830, que se por sua vez ultrapassada poderá colocar o mercado de olhos postos no nível psicológico de 1,2000.

O quebrar do suporte (1,1585/1,1601) dado pela Nuvem de Ichimoku neste gráfico diário, irá expor o mínimo de Agosto a 1,1391, tendo pelo meio que quebrar suportes a 1,1573, 1,1527 e 1,1453. O quebrar dos 1,1391 irá expor o mínimo relevante de finais de Maio de 1,1210.


Resistências - Suportes

1,1742 - 1,1660

1,1830 - 1,1585

1,1909 - 1,1453


O que pensa sobre este tema?