Café da Manhã
Finalmente juros mais baixos

A Reserva Federal dos Estados Unidos cortou finalmente a sua taxa de juro, tal como amplamente esperado por investidores e analistas, mas não tanto como Donald Trump desejaria
A Reserva Federal cortou a taxa de juro em 25 pontos base, conforme esperado, e sinalizou mais dois cortes até ao final do ano. Jerome Powell descreveu a medida como um "corte na gestão de risco", uma vez que, à primeira vista, os Estados Unidos parecem estar em boa forma. A economia cresceu mais de 3% no segundo trimestre, a inflação está acima do objectivo nos 3%, o desemprego está baixo, nos 4,3%, e os mercados bolsistas estão em máximos históricos. Mas, analisando mais a fundo, as coisas estão a mudar, principalmente no mercado de trabalho.
Os “dot plot” apontam para mais dois cortes de 25 pontos base até ao final do ano, com a projecção mediana para o final do ano a cair para 3,625%. As projecções actualizadas para as taxas revelaram, no entanto, uma dispersão de opiniões, com 9 dos 19 participantes a preverem no máximo um corte adicional este ano e 10 a preverem pelo menos dois cortes de 25 pontos base, com um outro (Stephen Miran??) a prever cinco cortes.
Estes valores medianos do SEP não são decisões nem compromissos. Os membros alteram as suas projecções à medida que a situação económica se altera.
Os mercados accionistas norte-americanos, após a decisão de política monetária da Fed, terminaram mistos. Enquanto os índices S&P 500 e Nasdaq recuaram, respectivamente, 0,10% e 0,33%, o índice Dow Jones terminou a avançar 0,57%.
Esta noite, na Ásia, os mercados accionistas registaram também caminhos distintos.
No Japão, atingiu um novo máximo histórico impulsionado pelo sector tecnológico, após o corte de taxas da Fed, ganhando 1,20% na sessão de hoje, e o Topix 0,41%.
Já na China, os principais índices terminaram em perdas significativas, com o CSI300 a cair 1,16%, o Shanghai Composite 1,15% e o Hang Seng 1,38%.
Na Austrália a sessão foi também negativa, com o ASX 200 a perder 0,83%, enquanto na Coreia do Sul, o índice Kospi ganhou 1,40%.
Na Índia, as acções seguem de momento em terreno positivo, com o índice Nifty 50 a avançar 0,13% e o Sensex 0,25%.
Os mercados accionistas europeus estão a começar o dia em alta. O índice Euro Stoxx 600 avança de momento 0,58% e o Euro Stoxx 50 0,98%. Na Alemanha, o índice DAX sobe 1,15%, liderando os ganhos, e o CAC 40, de França, 0,89%. No Reino Unido, o FTSE 100 avança modestamente 0,18%, com os investidores a aguardarem pela decisão de hoje do Banco de Inglaterra.
No mercado cambial, o dólar registou mais uma sessão de elevada volatilidade e o índice DXY atingiu um mínimo abaixo de 96,00 (95,84) o que não acontecia desde Fevereiro de 2022, enquanto o EUR/USD atingiu um máximo de 1,1918, nível que não se verificava desde Junho de 2021. O dólar começou o dia a continuar a recuperação que se registou ainda antes do fecho do dia de ontem. O DXY está de momento a negociar a 96,60 e o EUR/USD a 1,1830, depois de já terem atingido os 96,90 e 1,1780, respectivamente.
Enquanto aguarda pela reunião de hoje do Banco de Inglaterra, a libra recua dos ganhos registados ontem face ao dólar, com o GBP/USD a negociar de momento a 1,3630 e a recuperar face ao euro, com o EUR/GBP a 0,8680.
O mesmo sucede ao iene japonês, com o USD/JPY a recuperar do mínimo de ontem a 145,50, para seguir de momento acima de 147,00 e o EUR/JPY dos 174,00.
O franco suíço recua dos recentes máximos, com o USD/CHF a negociar a 0,7890 e o EUR/CHF a 0,9330.
A coroa norueguesa segue a negociar a 11,60 face ao euro e a 9,82 face ao dólar, após o seu banco central, o Norges Bank, ter cortado a sua taxa de juro dos 4,25% para 4%, como antecipado pela maior parte dos analistas.
Os preços do petróleo continuaram a negociar em torno dos recentes níveis, apesar de mais um relatório de inventários semanais de crude, desta vez da EIA, ter mostrado uma forte redução de 9,3 milhões de barris, face a um aumento esperado de 1,4 milhões de barris, e com as reservas de Cushing a caírem em 379 mil barris.
Os preços estão a começar o dia a continuar a recuar dos recentes máximos, com o barril de Brent a negociar a 67,60 dólares e o do WTI a 63,30 dólares.