EUR/USD
Semanal

EUR/USD  Semanal

A volatilidade voltou, precisamente numa semana ainda mais parca em indicadores económicos, mas com mais tensões políticas no horizonte.

Desta vez, as incertezas em França acabaram mesmo por pressionar a moeda única. O spread entre as obrigações francesas a 10 anos e os Bunds alemães alargou-se para cerca de 85 a 90 pontos base, um nível não visto desde o colapso do governo Barnier em 2024. Este aumento do prémio de risco reflecte a percepção de que França, já sob procedimento por défice excessivo da União Europeia, poderá agravar ainda mais as suas contas públicas, com o défice a aproximar-se dos 5% do PIB e a dívida a ultrapassar os 116% do PIB em 2026. O EUR/USD voltou a negociar abaixo de 1,1600, com o euro penalizado pela ausência de uma narrativa clara de consolidação fiscal em França e pela crescente especulação sobre uma eventual intervenção do BCE através do seu Instrumento de Proteção de Transmissão (IPT) para conter a escalada das yields.

A volatilidade reduzida em que o mercado cambial tem vindo a negociar continuou a sustentar os ganhos do dólar, que beneficia ainda da sua taxa de juro de curto prazo em torno dos 4%, face a outras divisas, nomeadamente o euro, cuja taxa se situa perto dos 2%. A instabilidade política no Japão, que levou os mercados a adiar as expectativas de subida de taxas, provocou fortes perdas no iene face a moedas com rendimentos mais atractivos, como o dólar, oferecendo assim suporte adicional à divisa norte-americana.

Com o governo dos Estados Unidos parcialmente paralisado, o mercado tem estado privado de alguns dos dados mais relevantes para o dólar — nomeadamente os do mercado de trabalho. Não apenas o relatório mensal, mas também as estatísticas semanais e, provavelmente, os números da inflação previstos para esta semana. A ausência desses indicadores, que nos últimos meses têm sido determinantes para o comportamento do dólar, acabou por lhe dar algum “descanso”, favorecendo ganhos adicionais e uma nova descida do EUR/USD, que voltou a negociar abaixo de 1,1600 pela primeira vez em seis semanas.

O par recuperou ligeiramente nas últimas horas da semana passada, reagindo à escalada das tensões entre Washington e Pequim, após o anúncio de um aumento “massivo” de tarifas por parte dos Estados Unidos sobre as importações chinesas.

Em minha opinião, um agravamento da situação em França poderá manter o euro sob pressão, mas uma intensificação das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China poderá travar os recentes ganhos do dólar, levando o EUR/USD a permanecer no intervalo entre 1,1600 e 1,1800.

A reabertura do governo norte-americano, com a divulgação dos dados económicos em atraso, poderá ser o verdadeiro factor imprevisível. Números do mercado de trabalho mais fracos do que o esperado deverão penalizar o dólar e favorecer uma recuperação do euro; por outro lado, uma inflação acima das estimativas poderá reforçar a tendência actual do par.



Tecnicamente

Gráfico EUR/USD semanal

Fonte XTB xStation 5


Na semana passada, o EUR/USD terminou a testar o canal ascendente onde tem vindo a negociar, terminando abaixo do mesmo a 1,1612, após ter registado um mínimo das últimas nove semanas negociando a 1,1542.

O MACD, mantém-se positivo, mas a força do momentum continua a desacelerar, tal como o RSI que segue de momento a 55,8, abaixo da semana anterior de 63,8.

O EUR/USD começa a semana a testar a área de suporte 1,1573/1,1600, e abaixo do canal ascendente de médio/longo prazo, e da média móvel das 21 semanas, de momento a 1,1633. O quebrar da área de suporte mencionada, poderá dar força ao par para enveredar por uma correcção mais ampla, invalidando a tendência ascendente dos últimos meses, com um primeiro objectivo a poder estar no mínimo de Agosto a 1,1391. Este suporte, se quebrado, irá expor a referência dada pelo mínimo de Maio deste ano a 1,1065.

O retorno do preço acima da banda inferior do canal ascendente em teste (1,1685), poderá dar força ao par para um teste ao máximo das últimas duas semanas (1,1778), com o EUR/USD a retomar a tendência ascendente de médio/longo prazo, com um primeiro objectivo a poder ser encontrado certamente no máximo deste ano a 1,1918, antes da referência psicológica dada pelo nível 1,2000.

Gráfico EUR/USD diário

Fonte XTB xStation 5

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A volatilidade voltou finalmente ao EUR/USD na semana passada, levando-o a uma aceleração da tendência descendente que o preço vinha a demonstrar nas últimas semanas.

Os indicadores de momentum seguem agora a mostrar uma força vendedora no par, onde o MACD segue negativo e com a linha de MACD abaixo da linha de sinal, e o RSI abaixo da linha neutra a 40, longe da zona de sobrevenda.

O EUR/USD começa a semana a negociar abaixo das médias móveis dos 21 e 55 dias, e a testar o forte suporte dado pela Nuvem de Ichimoku (de momento em 1,1590/1,1685). O perder este suporte e quebrar o mínimo registado na semana passada a 1,1542, representa um cenário fortemente bearish para o par, com o próximo objectivo a poder estar no mínimo de Agosto a 1,1391.

A inversão do movimento da semana passada, tem uma primeira resistência a 1,1645, bem no meio da Nuvem de Ichimoku. O ultrapassar desta resistência poderá dar força a um teste a Senkou Span A (banda superior de Ichimoku, de momento a 1,1685) e à média dos 21 dias, de momento a 1,1717. O ultrapassar de toda esta área, colocará o preço de novo na tendência ascendente de médio prazo, e a possibilidade de testar o máximo deste mês a 1,1778.
O ultrapassar desta última referência, irá levar os mercados a olhar de novo para o máximo do ano, de momento a 1,1918, com uma resistência intermédia a 1,1820.


Resistências - Suportes

1,1685 - 1,1573

1,1778 - 1,1500

1,1918 - 1,1391


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