Café da Manhã
Em aversão ao risco

Café da Manhã Em aversão ao risco

Os mercados financeiros estão a começar o dia com as acções a negociar em perdas, enquanto as obrigações e o ouro seguem em ganhos, num movimento de aversão ao risco, antes do início de apresentação de resultados.

Ontem, os mercados accionistas norte-americanos voltaram a negociar em alta, recuperando das perdas do final da semana passada, com o optimismo a regressar aos investidores, após a administração Trump ter dado sinais de abertura para um acordo com a China, enquanto Pequim apelou a diálogo para resolver as disputas persistentes.
A contribuir para a confiança dos mercados esteve também o arrefecimento das tensões no Médio Oriente, onde Trump anuncia a paz, com o Hamas a libertar os reféns israelitas e Israel a libertar perto de 2.000 prisioneiros palestinianos.
O sector tecnológico continua a impulsionar os mercados, desta vez com a OpenAI a estabelecer uma parceria com a Broadcom para produzir o seu primeiro processador de inteligência artificial desenvolvido internamente, um passo estratégico para garantir capacidade de processamento face à crescente procura dos seus serviços.
Os principais índices de Wall Street terminaram em ganhos significativos, com o Dow Jones a ganhar 1,29%, o S&P 500 1,56% e o Nasdaq 2,21%. O índice de pequenas e médias empresas Russell 2000 subiu 2,62%.

Mas esta noite, na Ásia, os mercados accionistas registaram fortes perdas, com os mercados a começarem a duvidar de um eventual acordo tarifário entre a China e os Estados Unidos, quando estas vão começar hoje a cobrar taxas portuárias adicionais às empresas de transporte marítimo que transportam tudo, desde brinquedos a petróleo bruto, fazendo do alto mar uma frente fundamental na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
No Japão, o índice Nikkei terminou a sessão a cair 2,68% e o Topix 1,99%.
Na Austrália, o índice ASX 200 foi a excepção, terminado a avançar marginalmente 0,19%.
Na Coreia do Sul, o índice Kospi recuou 0,62%.
Na China, o índice CSI300 perdeu 1,20%, o Shanghai Composite 0,62% e o Hang Seng, de Hong Kong, 1,81%.
Na Índia, os principais índices seguem a recuar cerca de 0,40%.

Os mercados accionistas europeus estão também a começar o dia em terreno negativo, no dia em que o primeiro-ministro francês Lecornu irá falar ao parlamento.
O índice Euro Stoxx 600 segue de momento a perder 0,61% e o Euro Stoxx 50 0,84%.
Na Alemanha, o DAX cai 0,90% e o CAC 40, de França, 0,76%.
No Reino Unido, após dados do emprego abaixo do esperado, com a taxa de desemprego a subir para 4,8%, o índice FTSE 100 recua 0,21%.

O mercado cambial negociou no primeiro dia da semana em volatilidade reduzida, com os Estados Unidos em feriado e os mercados obrigacionistas encerrados.
O dólar está a começar o dia de hoje em ganhos, num dia em que ouviremos Christine Lagarde e Jerome Powell, entre outros, no âmbito de reuniões do FMI, em Washington. O índice DXY está a começar o dia a negociar de novo acima de 99,00 (de momento a 99,15) e o EUR/USD em torno dos recentes mínimos (de momento a 1,1555).
A libra, depois de dados do mercado do trabalho abaixo do esperado, segue a negociar em perdas, com o GBP/USD a negociar de novo abaixo de 1,3300 (de momento a 1,3265) e o EUR/GBP acima de 0,8700.
O iene segue a negociar em ligeiros ganhos, com o USD/JPY a negociar de momento em torno de 152,00 e o EUR/JPY abaixo de 176,00 (de momento a 175,75).
Também o franco suíço regista ligeiros ganhos, impulsionado pelas tensões políticas em França, com o EUR/CHF a negociar de momento a 0,9285 e o USD/CHF a 0,8035.

O ouro não pára de surpreender os mercados, renovando máximos de sempre, dia após dia, hora após hora, impulsionado por mais incertezas políticas e tarifárias.
O preço da onça de ouro negocia acima de 4.100 dólares pela primeira vez, seguindo a registar novos máximos históricos, tendo atingido já hoje os 4.180 dólares.

Os preços do petróleo seguem a negociar em perdas, em novos mínimos dos últimos cinco meses, pressionados por mais incertezas comerciais e ainda por continuado aumento da oferta.
Depois de um relatório da OPEP de ontem ter apontado um aumento da oferta global para 2026 igualando o nível da procura, hoje a IEA apontou para este ano a continuação de um aumento da oferta, enquanto prevês uma redução na procura.
O Brent segue de momento a negociar a 62,10 dólares por barril e o WTI a 58,30.


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