Café da Manhã
A terminar como começou

Café da Manhã A terminar como começou

A semana está a terminar como começou, com os mercados financeiros a negociarem em modo de aversão ao risco, onde vemos as obrigações e o ouro em alta, e as acções e o dólar em queda

À medida que os investidores procuravam activos de refúgio, o ouro atingiu novos máximos históricos, impulsionado pelas preocupações com a qualidade do crédito na economia dos Estados Unidos e pelas tensões comerciais entre os EUA e a China. Os títulos do Tesouro norte-americano continuaram a subir, com o rendimento a dois anos a cair para o nível mais baixo desde 2022 e o rendimento a 10 anos abaixo dos 4%. O dólar caiu, tal como os preços das acções.

Os mercados accionistas norte-americanos terminaram ontem em terreno negativo, com as preocupações dos investidores a voltarem-se para sinais de fragilidade dos bancos regionais abalados pela exposição a duas falências de empresas do sector automóvel. A paralisação do governo dos Estados Unidos continua, pressionando também a confiança dos investidores, que segue ainda abalada com as crescentes tensões entre a China e os EUA.
O índice Dow Jones recuou 0,65%, o S&P 500 0,63%, o Nasdaq 0,47%, e o Russell 2000 (o índice das pequenas e médias empresas) caiu 2,09%.

Esta noite, na Ásia, as ações acompanharam a queda de Wall Street, as obrigações ampliaram os ganhos e o ouro atingiu um novo máximo, com os sinais de stress do crédito nos bancos regionais dos EUA a deixarem os investidores nervosos.
No Japão, o índice Nikkei terminou o dia a cair 1,48% e o Topix 1,03%.
Na Austrália, o índice ASX 200 recuou 0,81%, enquanto o Kospi terminou a última sessão da semana praticamente inalterado (+0,01%).
Na China, o índice CSI300 perdeu 2,26%, o Shanghai Composite 1,95% e o Hang Seng, de Hong Kong, 2,72%.
Na Índia, os principais índices Nifty 50 e Sensex são a excepção do dia, avançando de momento uns modestos 0,40%.

Os mercados acionistas europeus iniciam também o último dia da semana em terreno negativo, acompanhando os receios que afetam os investidores nos Estados Unidos e na Ásia.
O índice Euro Stoxx 600 segue de momento a perder 1,65% e o Euro Stoxx 50 1,46%.
Na Alemanha, o índice DAX lidera as perdas ao cair de momento 2,13%, enquanto o CAC 40, de França, cai 0,97%.
No Reino Unido, o índice FTSE 100 perde 1,52%.

No mercado cambial, o dólar prepara-se para terminar a semana em perdas, com o índice a recuar de máximos acima de 99,00, para terminar em torno de 98,00.
O EUR/USD segue a negociar em alta, com o preço a começar esta sexta-feira a negociar, de novo, acima de 1,1700.
A libra está a começar o último dia da semana a recuar das recentes valorizações, com o GBP/USD a negociar de momento a 1,3430 e o EUR/GBP acima de 0,8700.
O iene está a terminar a semana em ganhos, após as palavras de ontem de responsáveis do Banco do Japão terem reforçado as expectativas do mercado para uma subida de taxas de juro, e ainda a beneficiar do seu papel de moeda de refúgio. O USD/JPY volta a negociar abaixo de 150,00 (149,70) e o EUR/JPY em torno de 175,00.
O franco suíço volta a beneficiar da sua qualidade de activo de refúgio, negociando em alta. O USD/CHF cai para mínimos das últimas semanas, negociando de momento abaixo de 0,7900, e o EUR/CHF abaixo dos 0,9250.

O ouro volta a registar novos máximos de sempre (a 4.380 dólares por onça) suportado pelo seu papel de activo de refúgio, entre receios de um problema no sector de crédito privado de milhares de milhões de dólares. Um dólar mais fraco, em conjunto com expectativas de juros mais baixos impulsionam ainda mais o preço da onça de ouro.
A semana prepara-se para terminar em fortes ganhos, de momento em torno de 9%, onde teremos de recuar até à última semana de Março de 2020 (11,2%) para vermos uma semana com um melhor desempenho.

Já os preços do petróleo preparam-se para terminar a semana em fortes perdas, após Donald Trump ter dito que se vai encontrar com Vladimir Putin para terminar com a guerra na Ucrânia, e ainda pelo relatório da Energy Information Administration (EIA) que mostrou um aumento nos inventários semanais de petróleo norte-americano de 3,5 milhões de barris, face a 300.000 esperados pelo mercado. O Brent segue de momento a negociar abaixo dos 61 dólares por barril, pela primeira vez desde o início de Maio, tal como o WTI abaixo dos 57,00 dólares.

Bom fim de semana!


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