EUR/USD
Semanal

EUR/USD Semanal

A última semana ficou marcada por um dólar inicialmente forte, mas que acabou por perder fôlego após novas indicações de moderação da Fed, num contexto em que a política europeia e os dados económicos voltam a ganhar protagonismo.

O primeiro dia da semana passada ainda levou o dólar a prolongar os ganhos que vinha a registar nas últimas semanas, mas um discurso mais dovish por parte de Jerome Powell, em Washington, serviu de pretexto para o mercado retomar a venda de dólares, movimento que durou praticamente o resto da semana.

Por outro lado, o que tinha provocado pressões sobre o euro na semana anterior acabou, na passada, por lhe dar algum suporte. Os receios de uma nova agudização da situação política em França não se confirmaram, com Sébastien Lecornu a conseguir sobreviver às duas moções de censura — uma da extrema-direita e outra da extrema-esquerda. Para tal, teve de suspender (ainda que temporariamente) a proposta de lei que aumentaria a idade da reforma, garantindo assim a abstenção do Partido Socialista.

O governo dos Estados Unidos mantém-se em shutdown, o que tem resultado numa escassez de dados sobre o estado da economia. A ausência, sobretudo, de informação relativa ao mercado de trabalho tem levado a que as expectativas em torno de cortes nas taxas de juro se mantenham limitadas a duas de 25 pontos-base até ao final do ano, afastando a hipótese de um corte mais agressivo de 50 pontos-base em qualquer das reuniões.

Esta será uma semana mais “rica” em indicadores. O Bureau of Labor Statistics anunciou que divulgará os dados da inflação na próxima sexta-feira. As expectativas do mercado dificilmente se alterarão face ao corte de 25 pontos-base já descontado para este mês, mas a leitura poderá influenciar as previsões para a reunião de Dezembro. Os mercados estimam que os preços subam 0,4% em Setembro, em termos mensais, com a inflação anual a avançar de 2,9% para 3,1%. Excluindo alimentos e energia, deverá manter-se em 3,1%. Uma leitura significativamente abaixo destas previsões poderá reforçar as apostas em novos cortes e pressionar o dólar, abrindo espaço a novos ganhos do EUR/USD.

Teremos também dados da actividade económica privada, através dos PMI da S&P Global. Habitualmente têm maior impacto no euro do que no dólar, mas a falta de outros dados dará, desta vez, maior protagonismo a estes números. O mercado espera um ligeiro recuo da actividade no bloco europeu e um pequeno aumento nos Estados Unidos. Com as expectativas em torno do BCE a apontarem para a possibilidade de um último corte algures no próximo ano, os PMI da Zona Euro poderão ajudar a clarificar esse cenário. Uma leitura decepcionante poderá trazer nova pressão ao euro, enquanto uma surpresa positiva poderá impulsioná-lo. Nos Estados Unidos, em minha opinião, os mercados tenderão a reagir mais a dados abaixo do esperado do que ao contrário. Uma queda na actividade económica poderá levar os investidores a antecipar piores números do emprego, o que, por sua vez, aumentaria as expectativas de cortes e a pressão sobre o dólar.

Na minha opinião, os caminhos opostos que o BCE e a Fed deverão continuar a seguir continuarão a dar suporte ao EUR/USD. Se juntarmos a isto uma paralisação nos Estados Unidos, que entra agora na sua quarta semana e sem fim à vista, mais cedo ou mais tarde a pressão sobre o “ativo América” poderá regressar. Isto já para não falar de uma eventual nova crise de crédito, que na última semana bastou para provocar quedas nos mercados accionistas e no dólar.

Por mim, continuo a ver mais facilmente o EUR/USD em 1,2000 do que de regresso aos 1,1500. Até que surja algo realmente impactante, o intervalo entre 1,1600 e 1,1800 parece continuar a ser o mais provável para a concentração dos preços.



Tecnicamente

Gráfico EUR/USD semanal

Fonte XTB xStation 5


O EUR/USD recuperou dos mínimos registados na semana passada a 1,1542, terminando esta semana a 1,1670, mas mesmo assim ficou abaixo do canal ascendente onde vinha a negociar.

Por aqui nada de novo, o MACD, mantém-se positivo, mas a força do momentum continua a desacelerar, enquanto o RSI segue de momento a 58,4, acima da linha neutra e um momentum ascendente ao par.

O EUR/USD continua acima da área de suporte 1,1573/1,1600 (abaixo do canal ascendente de médio/longo prazo) a em torno da média móvel das 21 semanas, de momento a 1,1648. O preço poderá manter-se em consolidação no intervalo relativamente curto entre o suporte a 1,1573 e a resistência a 1,1830,

O quebrar da área do suporte a 1,1542, dado pelos mínimos das semanas anteriores, poderá dar força ao par para enveredar por uma correcção mais ampla, invalidando a tendência ascendente dos últimos meses, com um primeiro objectivo a poder estar no mínimo de Agosto a 1,1391. Este suporte, se quebrado, irá expor a referência dada pelo mínimo de Maio deste ano a 1,1065.

Por outro lado, o ultrapassar da resistência a 1,1830, colocará de novo o EUR/USD na tendência ascendente de médio/longo prazo, com um primeiro objectivo a poder ser encontrado certamente no máximo deste ano a 1,1918, antes da referência psicológica dada pelo nível 1,2000.

Gráfico EUR/USD diário

Fonte XTB xStation 5

Pode acompanhar diariamente os comentários/análises ao EUR/USD no nosso canal YouTube clicando aqui .
O comentário é disponibilizado todas as manhãs, tentativamente entre as 10h00 e as 10h30.

O EUR/USD na semana passada corrigiu o movimento que trouxe o preºo do máximo do ano a 1,1918, até ao mínimo deste mês de Outubro a 1,1542, com o preço a terminar dentro da Nuvem de Ichimoku e em torno da média móvel dos 21 dias.

Os indicadores de momentum recuperaram dos níveis que mostravam força vendedora no par, com o RSI a começar esta semana em torno da linha neutra de 50 e com o MACD abaixo da linha neutra, mas com o momentum negativo claramente a abrandar.

O EUR/USD recuperou do mínimo de 1,1542 para chegar a um máximo de 1,1728, muito perto dos 50% Fibonacci retracement do movimento 1,1918/1,1542 e terminando abaixo dos 38,2% Fib do mesmo movimento (1,1686).

O preço vai começar a semana bem dentro da Nuvem de Ichimoku.

O ultrapassar do máximo da semana passada a 1,1728, poderá dar força ao EUR/USD para um teste a Senkou A (de momento a 1,1767), que se quebrado irá expor a resistência a 1,1830, antes do máximo do ano de 1,1918.

O quebrar da área de suporte 1,1645/1,1655, dada pelo mínimo de 25 de Setembro e por Senkou B, poderá dar força ao par para um novo teste aos mínimos das últimas semanas a 1,1542, que se quebrados, irão representar um cenário bearish para o par, com o próximo objectivo a poder estar no mínimo de Agosto a 1,1391, onde pelo meio contarão com o suporte dado pela MM 200 dias, de momento a 1,1422.


Resistências - Suportes

1,1728 - 1,1645

1,1830 - 1,1542

1,1918 - 1,1422


O que pensa sobre este tema?