EUR/USD
Semanal

EUR/USD Semanal

O dólar viu a sua força renovada mas o EUR/USD ainda não saiu do intervalo apertado onde tem negociado na última dúzia de semanas. Será desta?

Nas cinco semanas anteriores o EUR/USD negociou entre um máximo de 1,1820 e um mínimo de 1,1542, esta semana testou a base deste intervalo ao atingir um mínimo de 1,1521, terminando a 1,1534. Se formos um pouco mais atrás, o preço teve um máximo do ano, rapidamente rejeitado, a 1,1918 e doze semanas atrás um mínimo de 1,1527. Pelo meio tivemos a Reserva Federal a começar a cortar taxas de juro e o Banco Central Europeu a interromper o seu ciclo de redução de taxas. Tivemos tarifas comerciais incertas. Tivemos a passagem de um mercado de trabalho norte-americano sólido, para um que começa a apresentar rupturas. Por fim, uma paralisação do governo dos Estados Unidos, que já dura há mais de um mês. Os mercados continuaram a negociar em modo de risco, com volatilidade bem diminuta, acreditando num ciclo de corte de taxas por parte da Fed.

Na semana que terminou, os mercados voltaram a pôr em dúvida os rápidos cortes de taxas nos Estados Unidos. Jerome Powell cortou as taxas em 25 pontos base e até anunciou o fim do quantitative tightening, mas na conferência de imprensa contrariou as expectativas de analistas e investidores. Powell afastou a ideia de que um novo corte na próxima reunião esteja garantido, dizendo mesmo que está mesmo “longe disso”. As probabilidades, que segundo a FedWatch Tool da CME, estavam perto de 100% para um corte de taxas em Dezembro, rapidamente caíram para perto de 60%. Apesar deste reajustamento de expectativas, o EUR/USD mesmo assim, não caiu mais do que cerca de uma figura, dos 1,1640 para os mínimos onde terminou a semana.

O vazio de dados económicos, nomeadamente dos importantes relatórios oficiais do mercado de trabalho, originado pelo shutdown do governo dos Estados Unidos, tem de alguma forma favorecido o dólar. Esta semana teremos mais dados privados do emprego, na falta de outros poderão ser suficientes para mover o mercado. Um número que mostre de novo uma queda no emprego poderá trazer de novo pressões ao dólar e suporte ao EUR/USD, já um número do ADP acima das estimativas (+28 mil postos de trabalho) poderá trazer novo suporte ao dólar e à continuação da tendência descendente de curto prazo do EUR/USD. Iremos ter ainda dados do ISM onde se espera uma ligeira subida, com analistas e investidores certamente a olhar para os subíndices do emprego e dos preços.

Jerome Powell apontou para forte divisão de opiniões dentro do FOMC. Esta semana iremos ter um elevado número de intervenções verbais por parte dos seus membros, pelo que talvez seja desta que a volatilidade comece a aparecer no EUR/USD.

Na minha opinião, os mercados voltam agora a “querer” ver bons dados da economia norte-americana, o que poderá levar a dar menos relevo aos dados que contrariem a sua vontade.
Por outro lado, apesar de Powell ter avisado que um novo corte já na próxima reunião está “longe de ser garantido”, as últimas projecções dos dot plot apontam nessa direcção, e não surgiram dados que alterem o panorama de então.
Mas afinal o 1,1500 poderá mesmo ser atingido antes dos 1,2000, embora continue a acreditar que a divergência na política monetária entre a Reserva Federal e o Banco Central Europeu irá continuar, no médio e longo prazo, a suportar o euro face ao dólar.



Tecnicamente

Gráfico EUR/USD semanal

Fonte XTB xStation 5


O EUR/USD voltou a negociar em perdas, mas a volatilidade continua ainda contida. A semana terminou a 1,1534, no fecho mais baixo desde Junho, com o preço a terminar abaixo dos mínimos das últimas semanas de 1,1542, a 1,1521.

O MACD mantém-se positivo, mas a força do momentum continua a desacelerar, enquanto o RSI, de momento a 50,6, continua em tendência descendente ameaçando cruzar a linha neutra.

O EUR/USD está a perder o suporte dado pela área 1,1573/1,1600, com a semana a fechar abaixo dessa área pela primeira vez, e com a semana a posicionar-se abaixo da média móvel das 21 semanas (de momento a 1,1668). O próximo suporte (e objectivo) poderá ser encontrado no mínimo do primeiro dia de Agosto a 1,1391, que se quebrado irá expor a referência dada pelo mínimo de Maio deste ano a 1,1065.

O recuperar da área 1,1573/1,1600 (agora resistência), colocará de novo o EUR/USD na consolidação que tem registado nas últimas semanas/meses, entre 1,1600 e 1,1800. O ultrapassar da resistência a 1,1830, levará de novo os mercados a olharem para o máximo do ano a 1,1918 e para a referência psicológica dada pelo nível 1,2000.

Gráfico EUR/USD diário

Fonte XTB xStation 5

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O EUR/USD acelerou a tendência descendente de médio/curto prazo e registando um novo mínimo de mais de três meses ao negociar a 1,1521 e terminar a passada sexta-feira a 1,1534, e negociando abaixo da Nuvem de Ichimoku e ainda das médias móveis dos 21 e 55 dias.

Os indicadores de momentum continuam a mostrar força vendedora no par, com o RSI bem abaixo da linha de 50 (35) e o MACD abaixo da linha neutra, mostrando um forte sinal bearish para o par, com o cruzamento descendente da linha de MACD com a linha de Sinal.

O quebrar do suporte dado pela área 1,1521/1,1542 (mínimo da semana passada / mínimo das semanas anteriores), dar força ao EUR/USD para um teste à média móvel dos 200 dias agora exposta (de momento a 1,1478). O break deste importante suporte, colocará o preço a caminho da próxima referência dada pelo mínimo de Agosto a 1,1391.

Uma inversão da actual tendência descendente que leve o par a negociar de novo acima da MM 21 dias (de momento a 1,1619), irá alterar o actual cenário bearish do EUR/USD, onde voltará a encontrar resistência da Nuvem de Ichimoku diária, de momento 1,1723/1,1748, antes da referência dada pelo máximo do mês de Outubro a 1,1778.


Resistências - Suportes

1,1619 - 1,1521

1,1728 - 1,1478

1,1830 - 1,1391


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