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A paralisação do governo dos Estados Unidos mantém-se, continuando a privar os mercados dos importantes dados económicos e onde a época de resultados do terceiro trimestre se aproxima do seu fim.

A paralisação do governo dos Estados Unidos mantém-se, prolongando-se já por 40 dias, o que faz deste o shutdown mais longo da história do país. Esta situação continua a privar os mercados de importantes dados económicos, fundamentais para a avaliação da evolução da economia americana e global. Ao mesmo tempo, a época de resultados do terceiro trimestre aproxima-se do seu fim, mas as incertezas causadas pela paralisação dificultam a leitura clara do panorama económico.

O impasse no Congresso advém de divergências entre democratas e republicanos, sobretudo sobre a extensão dos subsídios à saúde no âmbito da Lei de Cuidados Acessíveis (Obamacare). A ausência de um acordo para aprovar o orçamento federal tem levado à suspensão de vários serviços públicos e ao atraso na publicação de relatórios económicos, afectando desde voos a programas sociais essenciais.

Esta falta de dados actualizados acrescenta um grau significativo de incerteza aos mercados financeiros, que já enfrentam um cenário global marcado por volatilidade e nervosismo, tornando a interpretação dos resultados empresariais e dos indicadores macroeconómicos ainda mais complexa. Neste contexto, a resolução da paralisação será crucial para restaurar a normalidade e permitir uma análise mais precisa da saúde económica nos próximos meses.





Entretanto, com a época de resultados empresariais a chegar ao fim, ainda temos uma boa mão cheia de empresas de renome a apresentar as suas contas durante esta semana. É o caso da Cisco, Siemens, Softbank, Walt Disney, Sony, Allianz, Enel, Swiss Re, Bayer e Bridgestone entre muitas outras.



Dados Económicos



Estados Unidos da América
Em teoria, esta deveria ser uma semana importante em termos de dados económicos, com destaque para a inflação e as vendas a retalho. No entanto, o shutdown do governo norte-americano continua a paralisar a recolha e o tratamento da informação oficial, deixando os mercados dependentes de fontes alternativas.
Entre os poucos indicadores disponíveis, o Índice de Otimismo das Pequenas Empresas (NFIB) deverá manter-se praticamente inalterado, oferecendo apenas um vislumbre parcial sobre o sentimento empresarial.

Zona Euro
Por aqui iremos ter também uma semana bastante leve de indicadores económicos. Começa com o indicador de confiança do investidor Sentix, onde as estimativas apontam para uma subida de -5,4 para -3,9.
Na terça-feira teremos o índice alemão de confiança económica ZEW, onde as previsões apontam para uma subida de 39,3 para 41,2 na Zona Euro e na Alemanha, de 22,7 para 23,5.
Na quinta-feira iremos ter os números da produção industrial de Setembro, que deverão apresentar um aumento de 0,8%, após a queda de 1,2% no mês anterior. No último dia da semana teremos a segunda estimativa do PIB relativo ao terceiro trimestre, que não se deverá afastar do crescimento de 0,2% apresentado na primeira leitura.
Teremos os números finais da inflação na Alemanha e em Itália que deverão confirmar as leituras preliminares.
Em Itália iremos ter ainda os números da balança comercial de Setembro, que deverão apresentar um excedente de 3,2 mil milhões de euros, após o de 2,1 mil milhões no mês de Agosto, e ainda os números da produção industrial, que deverão apresentar um aumento de 1,5%, após a queda de 2,4% em Agosto.

Reino Unido
Na Grã-Bretanha iremos ter uma semana bastante preenchida de indicadores de primeira linha.
Após uma segunda-feira desprovida de dados, na terça-feira as atenções vão principalmente para os dados do mercado de trabalho. Segundo as previsões, a taxa de desemprego deverá subir de 4,8% para 4,9%. A variação do emprego deverá mostrar um crescimento de 50 mil postos de trabalho, desacelerando dos 91 mil do mês anterior. O crescimento salarial, incluindo bónus, deverá abrandar de um crescimento de 5,0% no mês de Agosto para 4,9% em Setembro. O número de pedidos de subsídio de desemprego (Claimant Count Change) deverá cair dos 25,8 mil do mês anterior, para 20,3 mil.
Iremos ter ainda o BRC Retail Sales Monitor, vendas comparáveis no retalho, com as estimativas a apontarem para um crescimento de 1,7% em termos homólogos, desacelerando dos 2% do mês anterior.
Na quinta-feira será a vez de termos os números do crescimento económico relativo ao terceiro trimestre. A leitura preliminar do PIB, segundo as previsões, deverá mostrar um crescimento trimestral de 0,2%, desacelerando do de 0,3% do segundo trimestre. Em termos homólogos, o PIB deverá cair de 1,4% para 1,3%. Iremos ter ainda a leitura do mês de Setembro, que deverá mostrar uma estagnação na economia.
Iremos ter também os números da produção industrial, que deverão mostrar uma contracção de 0,1%, após o aumento de 0,4% no mês anterior, e a produção da construção que, após a contracção em Agosto de 0,3%, deverá mostrar um crescimento ligeiro de 0,1%.
Teremos ainda o índice RICS House Price Balance que, segundo as estimativas, deverá mostrar um ligeiro abrandamento na queda dos preços imobiliários, passando de -15% no mês anterior, para -14%.

Canadá
Uma semana tranquila de dados económicos onde iremos ter as licenças de construção onde, segundo as estimativas, deverão mostrar um aumento de 0,9%, após uma redução no mês anterior de 1,2%, as vendas manufactureiras que deverão aumentar 2,8%, após uma queda de 1% no mês anterior, e ainda as vendas grossistas que deverão estabilizar, depois da redução de 1,2% em Agosto.

Suíça
Por aqui iremos ter os dados da inflação à porta das fábricas no mês de Outubro, com as previsões a apontarem para um aumento mensal de 0,1%, após a contracção registada no mês anterior de 0,2%.

China
Iremos ter uma semana cheia de dados económicos, que começaram já esta noite, com a divulgação dos dados da inflação.
O índice de preços do consumidor em termos homólogos mostrou uma subida inesperada de 0,2%, após a contracção de 0,3% no mês anterior. Em termos mensais, os preços subiram 0,2%. Os preços à porta das fábricas continuam a mostrar deflação, melhorando ligeiramente de -2,3% para -2,21%.
Iremos ter no último dia da semana os números mensais de Outubro.
O índice de preço dos imóveis deverá mostrar uma queda de 3%, após a de 2,2% mostrada no mês anterior, e a taxa de desemprego deverá manter-se nos 5,2% As previsões apontam para que os números das vendas a retalho mostrem um aumento de 2,7%, desacelerando dos 3% apresentados no mês de Setembro.
A produção industrial deverá mostrar um crescimento de 5,6%, desacelerando também do mostrado no mês anterior de 6,5%.
O investimento em activos fixos deverá mostrar uma queda de 0,7%, após a queda de 0,5% no mês anterior.

Japão
Os números da conta corrente de Setembro deverão mostrar um excedente de 2,26 triliões de ienes, baixando do saldo de 2,46 triliões no mês anterior.
O índice de confiança dos observadores económicos deverá, segundo as estimativas, subir de 47,1 para 47,6.
Os números preliminares das encomendas de ferramentas mecânicas deverão apresentar uma subida de 10%, após o crescimento de 11% no mês anterior.
A inflação à porta das fábricas deverá mostrar um aumento, em termos homólogos, de 2,5%, desacelerando do aumento de 2,7% no mês de Setembro.
Teremos ainda os dados da actividade da indústria terciária que, após a contracção em Agosto de 0,4%, deverão mostrar um crescimento de 0,3%.

Nova Zelândia
Tudo o que teremos esta semana por aqui será os dados das expectativas de inflação para o actual trimestre, com as previsões a apontarem para uma aceleração dos 2,28% do trimestre anterior, para 2,50%, e ainda o índice manufactureiro BusinessNZ de Outubro, que deverá mostrar uma subida de 49,9 para 50,3, voltando de novo para terreno de expansão, ao fim de dois meses em contracção.

Austrália
As atenções esta semana voltam-se para o mercado de trabalho, que irão ser apresentados no último dia da semana.
A taxa de desemprego, após a subida no mês de Setembro para 4,5%, deverá mostrar uma descida em Outubro para 4,4%, com a taxa de participação a manter-se nos 67%. O número de novos empregos deverá manter-se em torno dos 15 mil, divididos entre empregos a tempo inteiro e part-time.
Teremos também o índice de confiança do consumidor da Westpac, com as estimativas a apontarem para uma subida de 92,1 para 94,7, e ainda o índice de confiança empresarial NAB, que deverá subir de 7 para 8.




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