EUR/USD
Semanal

EUR/USD  Semanal

Divergências de opiniões dentro do Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC) e divergência nas expectativas do mercado entre a Reserva Federal e o Banco Central Europeu, poderão continuar a orientar o EUR/USD

O governo dos Estados Unidos continua paralisado e em resultado disso, entre muitas outras situações penosas principalmente para os cidadãos norte-americanos, o mercado continua sem importantes informações relativas ao estado da economia norte-americana.

Esta semana, pelo segundo mês consecutivo, o mercado viu-se privado dos relatórios oficiais do mercado de trabalho, essencial para que a Reserva Federal possa exercer o mandato duplo que tem de maximizar o emprego e controlar a inflação.
À falta de melhor, o mercado olhou para dados privados. O primeiro, o ADP, mostrou a criação de 42 mil novos empregos em Outubro, após a redução mostrada no relatório do mês passado. O segundo, o Challenger Job Cuts, um relatório que mostra quantas pessoas receberam aviso de despedimento durante o mês, mostrou um número assustador de 153 mil despedimentos, um máximo de mais de 20 anos, bem acima dos cerca de 54 mil no mês anterior.
A semana terminou com a divulgação dos dados da confiança do consumidor e das expectativas de inflação. Os primeiros mostraram um recuo no consumo e os segundos uma ligeira subida de 4,6% para 4,7% na inflação durante o período do próximo ano.
Mesmo assim, o EUR/USD ficou confinado entre um mínimo de 1,1467 e um máximo de 1,1591, um mínimo dos últimos meses e já abaixo da barreira psicológica de 1,1500.

Durante toda a semana fomos ouvindo várias opiniões e preocupações dos diversos membros da Reserva Federal dos Estados Unidos. O que podemos retirar foi que as palavras de Jerome Powell na sua última conferência de imprensa após a decisão de taxas estavam correctas, quando afirmou que houve uma grande divergência entre os membros do FOMC. Se há uma ala mais dovish que continua a apontar para o perigo de um mercado de trabalho a encolher, onde como figura de proa poderemos encontrar Stephen Miran, parece que uma maioria considerável poderá querer ver mais dados do emprego e da inflação antes de voltar a cortar taxas.
A próxima reunião da Fed será a 10 de Dezembro. Esperemos que até lá haja informação suficiente disponível.

Esta semana será ainda mais despida de dados económicos nos Estados Unidos, onde o mercado terá de “navegar à vista”. Na Zona Euro será também bastante pobre de indicadores, com destaque para a divulgação da segunda estimativa do PIB do terceiro trimestre no último dia da semana.

Na minha opinião, as expectativas dos mercados em relação ao ciclo de política monetária da Fed e do BCE continuarão a ser o principal motor do EUR/USD. Na ausência de novos dados económicos, os investidores manter-se-ão atentos às declarações e orientações vindas de ambos os bancos centrais.
A divergência de fundo, com a Fed a continuar com cortes de taxas e o BCE a manter uma postura mais cautelosa, deverá continuar a sustentar o EUR/USD no horizonte de longo prazo. Ainda assim, a divergência interna dentro do FOMC e um Conselho de Governadores do BCE mais coeso em torno da ideia de uma pausa prolongada poderão contribuir para a baixa volatilidade que o par tem registado nas últimas semanas.



Tecnicamente

Gráfico EUR/USD semanal

Fonte XTB xStation 5


O EUR/USD mantém uma volatilidade bastante reduzida, continua a negociar em perdas atingiu na semana que passou um novo mínimo, desta vez abaixo de 1,1500 o que acontece pela primeira vez desde o início de Agosto.

O MACD mantém-se positivo, mas a força do momentum continua a desacelerar, enquanto o RSI, de momento a 52,2, aparenta encontrar suporte acima da linha neutra.

O EUR/USD confirmou o break do suporte dado pela área 1,1573/1,1600, com a semana a negociar e a fechar abaixo dessa área pela segunda semana, mostrando um cenário mais bearish para o par. O próximo suporte (e objectivo) poderá ser encontrado no mínimo do primeiro dia de Agosto a 1,1391, que se quebrado irá expor a referência dada pelo mínimo de Maio deste ano a 1,1065.

O recuperar da área 1,1573/1,1600 (agora resistência), colocará de novo o EUR/USD na consolidação que tem registado nas últimas semanas/meses, entre 1,1600 e 1,1800. O ultrapassar da resistência a 1,1830, levará de novo os mercados a olharem para o máximo do ano a 1,1918 e para a referência psicológica dada pelo nível 1,2000.

Gráfico EUR/USD diário

Fonte XTB xStation 5

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O comentário é disponibilizado todas as manhãs, tentativamente entre as 10h00 e as 10h30.

O EUR/USD voltou a acelerar a tendência descendente que tem vindo a registar, mas recuperou de um mínimo de mais de três meses, após testar a média móvel dos 200 dias.

Os indicadores de momentum mostram momentum negativo, com o RSI abaixo da linha de 50 (45) e o MACD abaixo da linha neutra, mas começam a semana a recuperar dos mínimos registados na semana que passou.

O break do máximo da semana passada a 1,1591 poderá dar força ao par para um teste aos 38,2% Fibonacci retracement do movimento que trouxe o preço desde o máximo do ano a 1,1918 até este mínimo de 1,1467, a 1,1639. O quebrar dessa resistência afastará o actual cenário bearish do par, com um possível teste à resistência dada pela Nuvem de Ichimoku (de momento 1,1723/1,1746).

O quebrar da área de suporte dada pelo mínimo da semana passada (1,1467) e pela média móvel dos 200 dias (de momento a 1,1496), irá expor a próxima referência dada pelo mínimo de Agosto a 1,1391.


Resistências - Suportes

1,1639 - 1,1496

1,1723 - 1,1467

1,1830 - 1,1391


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