Café da Manhã
Em aversão ao risco

Café da Manhã Em aversão ao risco

Os mercados financeiros estão a terminar a semana de volta a um sentimento de aversão ao risco, entre receios de avaliações exageradas no sector tecnológico e preocupações com o estado da economia norte-americana

Os mercados accionistas norte-americanos terminaram a sessão de ontem em fortes perdas, com as projecções pessimistas no dia anterior divulgadas pela secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, terem pesado sobre o sentimento dos investidores. Ela disse que a paralisação governamental mais longa da história terá sérias repercussões na economia dos Estados Unidos, prevendo-se que o crescimento económico do quarto trimestre desça dois pontos percentuais. A mesma acrescentou que os dados importantes de Outubro poderão nunca ser divulgados, tornando a próxima decisão de política monetária da Reserva Federal ainda mais incerta.
Os principais índices de Wall Street registaram a maior queda diária num mês, depois de comentários mais hawkish de membros da Reserva Federal. Alberto Musalem reiterou a sua opinião de que havia pouco espaço para flexibilizar ainda mais a política monetária sem se tornar excessivamente acomodativa, Beth Hammack disse que a política de taxas de juro deve permanecer restritiva para pressionar os níveis de inflação ainda preocupantes, e Neel Kashkari disse que a inflação está muito elevada, enquanto partes do mercado de trabalho "parecem estar sob pressão".
O índice Dow Jones e o S&P 500 caíram 1,65% e o Nasdaq liderou as perdas ao cair 2,29%.

Esta noite, na Ásia, os mercados accionistas terminaram o último dia da semana em perdas significativas, com o sentimento de aversão ao risco nos Estados Unidos a alastrar.
No Japão, o índice Nikkei terminou a sessão a perder 1,76% e o Topix 0,65%.
Na Austrália, o índice ASX 200 caiu 1,36% e o Kospi, da Coreia do Sul, liderou as perdas ao afundar 3,81%.
Na China, o índice CSI300 perdeu 1,57%, o Shanghai Composite 0,97% e o Hang Seng, de Hong Kong, 1,85%.
Na Índia, os principais índices seguem em terreno negativo, com o Niftyy 50 a recuar marginalmente 0,05% e o Sensex 0,35%.

Os mercados accionistas europeus estão também a começar esta sexta-feira em perdas.
O índice Euro Stoxx 600 segue de momento a perder 1,08% e o Euro Stoxx 50 0,98%.
Na Alemanha, o índice DAX recua 0,89% e o CAC 40, de França, 0,78%.
No Reino Unido, o índice FTSE 100 cai de momento 1,25%.

No mercado cambial, o dólar continua a recuar dos recentes máximos e o índice DXY prepara-se para terminar a semana em torno de 99,00. Já o EUR/USD prepara-se para terminar a semana de novo acima de 1,1600, seguindo de momento a negociar a 1,1630, recuando de um máximo de ontem a 1,1656.
A libra está a terminar a semana em perdas, após a Ministra das Finanças, Reeves, estar a considerar cancelar os planos para aumentar as taxas de imposto sobre o rendimento e uma série de outros impostos no próximo orçamento, aumentando as preocupações sobre a forma como irá compensar a queda da receita fiscal. O GBP/USD negocia de momento a 1,3150 e o EUR/GBP a 0,8840.
O iene japonês segue a negociar em torno dos recentes níveis, com o USD/JPY a negociar de momento a 154,70 e o EUR/JPY muito perto de atingir pela primeira vez a marca dos 180 ienes por euro (de momento a 179,80).
A aversão ao risco está a impulsionar o franco suíço que segue a negociar em fortes ganhos, com o USD/CHF a negociar a 0,7920 e o EUR/CHF a 0,9205.

O preço da onça de ouro está a preparar-se para terminar a semana em ganhos, com as expectativas dos investidores cada vez mais a apontarem para novos cortes de taxas de juro por parte da Reserva Federal.
O preço está a começar o último dia da semana a recuar dos máximos registados ontem, com o ouro a negociar de momento a 4.180 dólares por onça.

Os preços do petróleo dispararam devido aos receios de uma queda da oferta após um ataque com um drone ucraniano ter atingido um depósito de petróleo no porto russo de Novorossiysk, no Mar Negro, um importante centro de exportação, mas estão a começar as primeiras horas deste último dia da semana a recuar desses máximos
O barril de Brent segue de momento a negociar a 64,15 dólares e o do WTI a 59,75 dólares.

Bom fim de semana!


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