A semana que começa
A arte da adivinhação

A semana que começa A arte da adivinhação

Terminou o shutdown nos Estados Unidos, mas a incerteza face à divulgação de dados económicos mantém-se. Entretanto, as expectativas de taxas de juro deverão manter os mercados ocupados.

A paralisação do governo norte-americano pode ter terminado, mas levará algum tempo até que tudo volte ao normal. É provável que leve muitos dias ou até semanas para que os funcionários federais recebam o pagamento retroactivo e os beneficiários de auxílios recebam os seus pagamentos. Também levará tempo para que o calendário de divulgação de dados económicos volte ao normal, mas temos uma boa hipótese de ter finalmente, durante esta semana, o relatório do mercado de trabalho de Setembro, que está atrasado há bastante tempo.




Durante esta semana iremos ter a divulgação das minutas da última reunião de política monetária da Reserva Federal dos Estados Unidos, o que em conjunto com mais uma semana bastante cheia de intervenções verbais dos vários membros do banco central, deverá manter analistas e investidores bastante ocupados.
Também, além de muitos discursos de membros do conselho de governadores da Banco Central Europeu, iremos ter ainda intervenções de membros do MPC do Banco de Inglaterra, numa altura que a libra segue pressionada, e do presidente do Banco Nacional da Suíça, Martin Schlegel, com o franco suíço a voltar a fortes ganhos e a registar novos máximos recorde face ao euro.
Teremos também as minutas da última reunião do banco central australiano (RBA), que poderão impactar a moeda australiana, numa altura em que segue impulsionada por expectativas de manutenção de taxas por parte do RBA.





A época de resultados empresariais ainda não terminou e esta semana as atenções vão para aquela que tem sido a menina dos olhos dos investidores, a Nvidia, que tem a capacidade de impactar os mercados accionistas a nível global. Além desta, teremos também a Baidu e a Xiaomi, a Target e a GAP, a Walmart e a Deere, e ainda a Lenovo, só para falar nas mais conhecidas de todos.



Dados Económicos



Estados Unidos da América
O shutdown terminou mas levará provavelmente algum tempo até que o ritmo de divulgação de dados económicos se normalize.
A semana começa ligeira de indicadores, onde é esperado a divulgação do índice manufactureiro da Fed de Nova Iorque, com as estimativas a apontarem para uma queda dos 10,7 do mês anterior, para 6,1.
Na terça-feira teremos o índice de mercado imobiliário da NAHB, com as estimativas a apontarem para uma queda de 37 para 36, e ainda o ADP semanal que na semana anterior mostrou uma redução semanal média das últimas quatro semanas até 25 de Outubro de 11.250 empregos. Tentativamente poderemos ter a divulgação dos dados da produção industrial de Setembro e de Outubro.
O mesmo sucede na quarta-feira com os dados das licenças de construção e o início de construção de imóveis. Os primeiros, as previsões apontam para que em Setembro possam apresentar um aumento de 0,8%, após a redução de 2,3% no mês de Agosto, enquanto o ínicio de construção mostre também um aumento de 1%, após a queda de 8,5% no mês anterior. Esperam-se ainda os números de Outubro.
Na quinta-feira, dia de divulgação dos números semanais de novos pedidos de subsídio de desemprego, iremos ver que dados serão divulgados, já que não temos qualquer informação desde o início de Outubro. Mas deveremos ter a divulgação, finalmente, do relatório oficial do mercado de trabalho relativo a Setembro. A expectativa é que o número seja fraco, tomando em consideração os dados já conhecidos do ISM e da ADP. Teremos também os números de Outubro das vendas de casas existentes, que deverão mostrar uma desaceleração do crescimento apresentado em Setembro de 1,5% para 0,9%.
Na sexta-feira, teremos os dados da actividade económica privada, os PMI da S&P Global. As previsões apontam para um abrandamento generalizado da actividade económica, com o PMI composto a cair de 54,6, para 53,8, onde o manufactureiro deverá baixar de 52,5 para 52 e o de serviços de 54,8 para 54. Teremos ainda os dados revistos da Universidade de Michigan, onde não se esperam alterações às leituras preliminares, tanto no índice de confiança do consumidor, como nas expectativas de inflação.

Zona Euro
O destaque da semana vai para os dados de actividade económica privada da S&P Global. As previsões apontam para que se mantenham em torno das últimas leituras, com o PMI manufactureiro a avançar de 50,0 para 50,2, mostrando ligeira expansão, enquanto o do sector de serviços deverá recuar de 53,0 para 52,8.
Antes iremos ter as divulgações dos PMI na Alemanha e em França. Na Alemanha, o PMI manufactureiro deverá mostrar uma subida de 49,6 para 49,8 e o de serviços uma queda de 54,6 para 54,0, enquanto em França, o PMI manufactureiro deverá subir de 48,8 para 49,1 e o de serviços de 48,0 para 48,6.
As atenções esta semana estarão também nos dados do Eurostat da confiança do consumidor, onde as estimativas mostram uma queda ligeira de -14,2 para -14,8.
Teremos ainda a leitura final da inflação, onde as estimativas apontam para uma ligeira revisão em alta de 2,1% para 2,2% na inflação global, com a confirmação da inflação subjacente nos 2,4%.

Reino Unido
Voltamos a ter uma semana bem preenchida de dados económicos de primeira linha. Após um início tranquilo, na quarta-feira as atenções irão estar colocadas na divulgação dos dados da inflação do mês de Outubro. As previsões apontam para que os preços mostrem um aumento mensal de 0,5%, com a inflação em termos homólogos a recuar de 3,8% para 3,6% e a inflação subjacente de 3,5% para 3,4%. O índice de preço das casas em termos homólogos deverá mostrar uma aceleração dos 3,0% para 3,1%.
Na quinta-feira teremos o índice das expectativas de encomendas industriais da CBI, onde as estimativas apontam para uma subida de -38 para -30.
A semana terminará com mais um dia bastante cheio de dados económicos. Começa com o índice de confiança do consumidor GfK, que deverá mostrar uma ligeira queda de -17 para -18. Teremos os números das vendas a retalho, onde as previsões apontam para uma desaceleração do aumento mensal de 0,5% em Setembro, para 0,1% em Outubro, que se não contarmos com a venda de combustíveis, deverão mostrar uma contracção de 0,2%, após um aumento de 0,6% no mês anterior. Os empréstimos ao sector público deverão baixar dos 20,2 mil milhões de libras em Setembro, para 15,2 mil milhões em Outubro. Finalmente teremos os dados de actividade económica. O PMI manufactureiro deverá recuar dos 49,7 do mês anterior, para 49,3, e o de serviços de 52,3 para 52,0.

Canadá
O destaque desta semana vai para os dados da inflação. Em termos mensais, os preços em Outubro deverão mostrar um aumento de 0,2%, acelerando dos 0,1% do mês anterior. Em termos homólogos a inflação deverá manter-se nos 2,4% e a inflação subjacente nos 2,8%, enquanto a medida seguida mais de perto pelo Banco do Canadá, a “Trimmed-Mean”, deverá recuar dos 3,1% para 3,0%.
As atenções irão estar também colocadas no final da semana nos números das vendas a retalho, onde as previsões mostram uma queda mensal em Setembro de 0,7%, após o crescimento de 1% no mês anterior, e com os números preliminares de Outubro a mostrarem um aumento de 0,5%. Sem vendas automóveis, as vendas em Setembro deverão mostrar uma queda de 0,3%.
Esta semana teremos também dados do mercado imobiliário. O início de construção de casas deverá mostrar uma queda de 279 mil para 275 mil, e o índice de preço de casas novas a ficar estável, após uma queda de 0,2% em Setembro.

Suíça
Por aqui iremos ter os números da balança comercial, onde as previsões mostram um excedente de 4,9 mil milhões de francos suíços, acima dos 4,07 mil milhões do mês anterior.

Japão
A semana começa logo com os importantes números do PIB relativos ao terceiro trimestre, com as previsões a apontarem para que a economia nipónica mostre uma contracção trimestral de 0,6%, após o crescimento de 0,5% no trimestre anterior, onde em termos homólogos caia de um crescimento de 2,2% no trimestre anterior, para uma contracção de 2,5%. Iremos ter ainda a revisão dos números da produção industrial, onde não se espera alteração ao crescimento de 2,2% da leitura preliminar.
Na terça-feira será a vez de termos os números das encomendas de maquinaria, excluindo navios e centrais eléctricas, que após a queda de 0,9% em Agosto, em Setembro deverão crescer 2,5%. Teremos ainda os números da balança comercial de Outubro, que deverão mostrar um défice de 130 mil milhões de ienes, após o défice no mês anterior de 310 mil milhões.
As atenções voltam-se na quinta-feira para os dados da inflação nacional subjacente que, segundo as previsões, deverão mostrar uma subida de 2,9% para 3%, com a inflação total a subir de 2,9% para 3,1%.
Finalmente, na sexta-feira, iremos ter a divulgação dos indicadores de actividade económica, onde as estimativas apontam para um crescimento, após os 48,3 do índice manufactureiro e dos 52,4 no de serviços.

Nova Zelândia
A semana começa com a divulgação do índice de serviços BusinessNZ, com as previsões a apontarem para uma subida de 49,0 para 49,5.
Teremos mais tarde os números da balança comercial de Outubro que, segundo as previsões, deverão mostrar um défice de 1,35 mil milhões de dólares neozelandeses, após o défice anterior de 1,24 mil milhões.

Austrália
Por aqui iremos ter o Índice de Preços Salariais do terceiro trimestre, onde as previsões apontam para uma subida trimestral de 0,8%, em linha com a subida do segundo trimestre, onde em termos homólogos deverá mostrar uma desaceleração dos 3,4% para 3,2%.
Teremos ainda os dados da actividade económica, onde o PMI manufactureiro, segundo as estimativas, poderá ir de novo para terreno de expansão, subindo de 49,7 para 50,0 e o de serviços a recuar ligeiramente de 52,5 para 52,0.



Bancos Centrais



O Banco Popular da China
O mercado financeiro não espera outro resultado na reunião de política monetária desta semana, que não seja a de manter a sua taxa básica de juros inalterada nos 3%.


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