Café da Manhã
Em aversão ao risco
A semana está a terminar com os mercados accionistas em modo de aversão ao risco, onde a Bitcoin a afunda e a volatilidade segue contida nos mercados cambiais e obrigacionistas.
O sentimento de aversão ao risco está bastante visível na Bitcoin que segue em queda livre. Após a queda de ontem em torno de 5%, segue de momento a cair mais de 10%, com a criptomoeda a cotar abaixo dos 82.600 dólares pela primeira vez desde Abril.
Os mercados accionistas norte-americanos terminaram o dia de ontem em perdas, após dados mistos do mercado de trabalho, que colocam ainda mais em dúvida um corte na última reunião da Reserva Federal deste ano. Os nonfarm payrolls de Setembro mostraram um aumento de 119 mil novos postos de trabalho, bem acima dos cerca de 50 mil esperados e após a redução de 4.000 empregos no mês anterior. A taxa de desemprego subiu de 4,3% para 4,4%, enquanto os ganhos médios salariais aumentaram 0,2%, abaixo dos 0,3% esperados e divulgados no mês anterior.
Apesar dos resultados e perspectiva da Nvidia no dia anterior acima das expectativas do mercado, as preocupações dos investidores relativamente aos gastos exorbitantes em Inteligência Artificial continuam a fazer-se sentir e a pesar nos mercados. As ações da Nvidia, que começaram o dia a subir 5%, fecharam a cair 3%.
Depois de ganhos iniciais, os principais índices de Wall Street terminaram em perdas significativas. O índice Dow Jones terminou a sessão a recuar 0,85%. O S&P 500 registou o fecho mais baixo dos últimos dois meses, recuando 1,55%, enquanto o Nasdaq 100 caiu 2,15%, registando o fecho mais baixo desde 10 de Setembro último. Já o índice de volatilidade VIX, o indicador de medo de Wall Street, registou o fecho mais elevado desde 24 de Abril.
Esta noite, os mercados accionistas asiáticos seguiram o sentimento deixado por Wall Street, terminando a sessão, e a semana, em perdas acentuadas.
No Japão, apesar do anúncio de um pacote de estímulo económico no valor de 135 mil milhões de dólares por Sanae Takaichi, o índice Nikkei terminou a sessão a perder 2,30%, enquanto o Topix ficou praticamente inalterado (-0,06%).
Na Austrália, o índice ASX 200 caiu 1,59%, enquanto na Coreia do Sul, o índice Kospi liderou as perdas ao afundar 3,79%.
Na China foi também dia de fortes perdas, com o índice CSI300 a cair 2,44%, o Shanghai Composite 2,45% e o Hang Seng 2,38%.
Na Índia, os principais índices Nifty 50 e Sensex seguem a recuar, respectivamente, 0,45% e 0,32%.
Na Europa, esta sexta-feira está também a começar em terreno negativo, embora com perdas menos significativas.
O índice Euro Stoxx 600 segue de momento a perder 0,78% e o Euro Stoxx 50 1,09%.
Na Alemanha, o índice DAX cai 0,98%, em França o CAC 40 0,54% e no Reino Unido o FTSE 100 0,46%.
No mercado cambial, o sentimento de aversão ao risco não se faz sentir, continuando a negociar em volatilidade contida.
O dólar continua a negociar em torno dos recentes máximos, após dados mistos do emprego no mês de Setembro. O índice DXY continua a negociar acima de 100,00, enquanto o EUR/USD cota em torno de 1,1535.
A libra segue pouco alterada dos recentes máximos, onde o GBPUSD negocia de momento a 1,3070 e o EUR/GBP a 0,8825.
O iene japonês recuperou dos recentes mínimos, após ameaças explícitas esta noite da ministra das Finanças japonesa, Satsuki Katayama, de que uma intervenção no mercado cambial poderia estar iminente. Mesmo assim o recuo do dos pares contra o iene foi contido. O USD/JPY segue de momento a negociar a 156,80 e o EUR/JPY a 180,80, após máximos desta semana de 157,90 e 182,00, respectivamente.
Também o franco suíço negocia em torno dos recentes níveis, onde o EUR/CHF segue de momento a cotar a 0,9280 e o EUR/CHF a 0,8050.
Os preços do petróleo seguem a negociar em perdas acentuadas, pressionados pela aversão ao risco dos investidores e ainda pelas notícias de um possível acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia que poderia aumentar a oferta no mercado global.
O Brent segue de momento a negociar abaixo dos 62,00 dólares por barril (61,75), enquanto o barril de crude da WTI segue a negociar a 57,85 dólares.
O ouro desta vez não está a beneficiar do seu papel de activo de refúgio, seguindo de momento a negociar em torno dos recentes níveis, cotando de momento a 4.050 dólares por onça de ouro, mas continuando a consolidar acima dos 4.000 dólares por onça.
Bom fim de semana!