A semana que começa
Acção de Graças!

A semana que começa Acção de Graças!

Uma semana com eventos decisivos nos mercados, com foco no plano de paz para a Ucrânia, o orçamento do Reino Unido e dados da inflação na Zona Euro, mesmo numa semana curta nos Estados Unidos devido ao Thanksgiving.

Esta semana nos mercados financeiros será marcada por uma semana curta nos Estados Unidos, devido ao feriado do Thanksgiving, que levará Wall Street a encerrar na quinta-feira e a operar em regime parcial na sexta-feira.





Apesar do ritmo mais lento, a atenção dos investidores estará focada no desenrolar do plano de paz norte-americano para a Ucrânia, uma iniciativa que procura pôr termo à guerra com a Rússia. Este plano, apresentado pelos Estados Unidos, propõe várias concessões, incluindo a cedência, por parte da Ucrânia, de territórios no leste do país à Rússia, algo que Kiev rejeita veementemente, embora mantenha aberto o diálogo com Washington. A decisão final poderá ter um impacto significativo na percepção de risco global e na estabilidade dos mercados nos próximos meses.​





No Reino Unido, o destaque da semana será a apresentação do orçamento de Outono, conduzida pela ministra das Finanças Rachel Reeves, que deverá apresentar medidas fiscais destinadas a equilibrar a necessidade de consolidação orçamental com a dinâmica económica atual, incluindo o impacto da inflação e a recuperação pós-pandemia. Este orçamento será fundamental para definir o rumo da política económica britânica e pode influenciar a confiança dos mercados e o desempenho da libra esterlina.





Na Zona Euro, a divulgação dos dados da inflação terá um papel crucial na definição das próximas ações do Banco Central Europeu (BCE). Com a inflação ainda a ser um desafio central, qualquer sinalização de aceleração ou desaceleração nos preços ao consumidor poderá influenciar a decisão do BCE relativamente ao ajustamento das taxas de juro.



Dados Económicos



Estados Unidos da América
Uma semana em que os dados económicos irão estar impactados nos três primeiros dias, devido ao importante feriado norte-americano do Dia de Acção de Graças na quinta-feira, levando a um fim de semana prolongado.
Irão ser divulgados mais alguns números atrasados devido à paralisação dos departamentos do governo no passado mês de Outubro e parte de Novembro.
Teremos a divulgação de alguns indicadores regionais:
O índice de actividade nacional da Fed de Chicago relativo a Setembro e Outubro, onde as estimativas apontam para -0,4 e -0,2, respectivamente.
O índice manufactureiro de Dallas de Novembro deverá mostrar uma subida de -5 para -1, as estimativas para o de Richmond apontam para -2 (-4 anterior), e o Chicago PMI deverá subir de 43,8 para 46.
O índice de preços do produtor de Setembro deverá, segundo as previsões, mostrar uma subida mensal de 0,3%, após a contracção de 0,1% no mês de Agosto, onde se excluirmos a alimentação e a energia, deverá mostrar uma subida de 0,2%.
Os números das vendas a retalho de Setembro, segundo as estimativas, deverão mostrar um crescimento mensal de 0,4%, desacelerando dos 0,6% apresentados em Agosto, onde sem as vendas automóveis deverão crescer 0,3%, desacelerando dos 0,7% no mês anterior. O grupo de controlo deverá mostrar um crescimento de 0,3%, desacelerando também dos 0,7% do mês anterior.
Iremos ter também dados do mercado imobiliário. As vendas pendentes de casas em Outubro deverão cair 0,4%, após terem estabilizado no mês anterior. O índice de preço de imóveis da S&P/Case-Shiller deverá manter o ritmo de crescimento de 1,6%. As licenças de construção do mês de Setembro, após a contracção de 2,3% no mês anterior, deverão mostrar um aumento de 0,8% e de 0,7% em Outubro. As vendas de casas novas em Setembro deverão mostrar uma queda de 13,8% e em Outubro, um crescimento de 1,4%.
Os inventários empresariais de Agosto deverão mostrar um crescimento de 0,1%, após os 0,2% do mês de Julho.
O índice de confiança do consumidor da Conference Board, segundo as estimativas, deverá mostrar um recuo dos 94,6 para 93,3.
Na terça-feira voltaremos a ter o ADP semanal que na semana anterior mostrou uma média semanal de -2.500 postos de trabalho.
Teremos também a divulgação dos dados das encomendas de bens duradouros de Setembro e Outubro. Os primeiros deverão mostrar um aumento de 0,2% e os segundos uma contracção de 0,3%, sem transportes em Setembro deverão mostrar um aumento de 0,2% e em Outubro uma contracção de 0,1%.
Os números semanais de novos pedidos de subsídio de desemprego, segundo as estimativas, deverão mostrar 224 mil pedidos, ligeiramente acima da semana anterior de 222 mil.
Teremos a divulgação da medida preferida da Fed para a inflação, o Core PCE Price Index, relativo ao mês de Setembro, que deverá manter-se nos 2,9% em termos anuais, com os preços em termos mensais a aumentarem 0,2%. A despesa pessoal deverá mostrar uma desaceleração de 0,6% para 0,4%, enquanto o rendimento pessoal deverá manter o ritmo de crescimento de 0,4%.
Iremos ter ainda a divulgação do relatório da Fed, o Beige Book, com importância redobrada, face à ausência de dados do emprego e da inflação até à reunião de 10 de Dezembro da Reserva Federal dos Estados Unidos.

Zona Euro
As atenções irão estar focadas nos dados da inflação nacionais no final da semana, antes da divulgação do agregado da Zona Euro na próxima semana.
As previsões apontam para uma queda mensal dos preços na Alemanha de 0,2% e de 0,1% em Itália, uma estabilização em França e um aumento de 0,2% em Espanha. A inflação na Alemanha deverá manter-se nos 2,3%, subida para 1,4% (de 1,2%) em Itália e para 1,1% (de 0,9%) em França e em Espanha uma queda de 3,1% para 3%.
A semana começa com o índice alemão de confiança empresarial IFO, onde as estimativas apontam para uma muito ligeira subida de 88,4 para 88,6.
Na Alemanha, teremos na terça-feira a leitura final do PIB relativo ao terceiro trimestre, na quinta-feira o índice de confiança do consumidor da GfK onde é esperada uma subida de -24,1 para -23,4, e na sexta-feira teremos as vendas a retalho (com um aumento esperado de 0,3%) e a taxa de desemprego a subir de 6,3% para 6,4%.
Em França iremos ter os números da despesa dos consumidores, com as previsões a apontarem para um aumento de 0,3%, em linha com o mês anterior, e a segunda estimativa do PIB do terceiro trimestre, que deverá manter os 0,5% de crescimento divulgado pelo número preliminar.

Reino Unido
Será uma semana muito tranquila relativamente a indicadores económicos. Teremos o índice CBI Realized Sales, que deverá, segundo as estimativas, cair de -27 para -30, e o índice de preço dos imóveis da Nationwide, que em termos mensais deverão mostrar um crescimento de 1%, após os 0,3% do mês anterior.

Canadá
As atenções da semana estarão nos dados do PIB, com as previsões a apontarem para um crescimento trimestral no terceiro trimestre de 0,3%, após a contracção registada no trimestre anterior de 0,4%. Em termos homólogos, o PIB deverá mostrar um crescimento de 0,4%, após uma queda de 1,6% no trimestre anterior.
Em termos mensais, o mês de Setembro deverá mostrar um crescimento de 0,1%, após a contracção do mês anterior de 0,3%, enquanto os números preliminares de Outubro deverão mostrar um crescimento mensal de 0,2%.

Suíça
Também por aqui as atenções irão especialmente para os números do PIB do terceiro trimestre. As previsões apontam para uma contracção trimestral de 0,5%, após o crescimento de 0,1% no segundo trimestre, onde em termos homólogos o PIB deverá mostrar um aumento de 0,8%, desacelerando dos 1,2% no trimestre anterior.
Teremos também o índice de confiança económico que, segundo as estimativas, deverá mostrar uma queda de -7,7 para -8,8, e o barómetro económico KOF que deverá também cair de 101,3 para 100,8.

China
Por aqui iremos ter o indicador dos lucros industriais de Outubro, onde as previsões apontam para um crescimento de 3,8%, acelerando dos 3,2% do mês anterior.

Japão
Por aqui teremos mais uma série de dados mensais, com o destaque a ir principalmente para os dados da inflação de Tóquio que deverão mostrar um abrandamento de 2,8% para 2,7%.
Os mercados estarão também bastante atentos aos dados do emprego e da produção industrial. A taxa de desemprego, segundo as previsões, deverá cair de 2,6% para 2,5% e os números preliminares da produção industrial em Outubro deverão mostrar uma redução de 0,6%, após o aumento de 2,6% no mês anterior.
As vendas a retalho em Outubro, deverão mostrar um aumento em termos homólogos de 0,8%, acima dos 0,5% do mês de Setembro.
Teremos ainda os dados do início de construção de imóveis, com as previsões a apontarem para uma queda de 4,9%, após a queda anterior de 7,3%.

Nova Zelândia
As vendas a retalho do terceiro trimestre, segundo as previsões, deverão apresentar um crescimento de 0,6%, acima dos 0,5% no trimestre anterior, onde em termos homólogos deverão mostrar um crescimento de 1,8%, desacelerando dos 2,3% no segundo trimestre.
Teremos ainda o índice de confiança empresarial ANZ, que deverá mostrar um ligeiro recuo dos 58,1 do mês anterior, para 57,7.

Austrália
Por aqui é a inflação que terá a atenção dos mercados. Em Outubro, segundo as previsões, os preços em termos mensais deverão mostrar um aumento de 0,2%, após os 1,3% no mês anterior, com a inflação anual a recuar dos 3,5% do mês anterior, para 3,3%. A medida mais seguida pelo RBA, a RBA Trimmed Mean, deverá mostrar um abrandamento dos 3%, em termos anuais, no mês anterior, para 2,9%, e a nível mensal de 1% para 0,3%.
Teremos também dados da construção realizada no terceiro trimestre que, após o crescimento de 3% no trimestre anterior, deverá mostrar um aumento de 0,4%, as despesas de capital privado no mesmo trimestre deverão mostrar um aumento de 0,6%, acelerando dos 0,2% do trimestre anterior.
Teremos ainda o crédito no sector privado em Outubro que deverá mostrar um crescimento de 0,6%, igual ao do mês anterior.



Bancos Centrais



O Reserve Bank of New Zealand
A reunião de política monetária do banco central da Nova Zelândia agendada para 26 de Novembro de 2025 ocorre num momento decisivo para a economia neozelandesa, que se encontra numa fase de prolongado ciclo de afrouxamento monetário. A expectativa dominante nos mercados financeiros é de que o RBNZ anuncie uma redução da taxa oficial de juros em 25 pontos base, descendo para 2,25%, continuando a estratégia de flexibilização iniciada em 2024 face à desaceleração da actividade económica e à inflação a recuar gradualmente para dentro do intervalo-alvo entre 1% e 3%.


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