EUR/USD
Semanal
Numa semana de volume reduzido com os mercados norte-americanos de fora quase metade da semana devido ao feriado do Dia de Acção de Graças, será que a volatilidade irá chegar ao EUR/USD?
Na semana passada assistimos a uma autêntica montanha russa nas expectativas do mercado relativamente a um corte de taxas na reunião de 10 de Dezembro da Reserva Federal. Depois de há cerca de um mês as probabilidades, segundo a FedWatch Tool, darem quase como certo um corte de 25 pontos base, esta semana começou com as probabilidade a dividirem-se 50/50. Mas rapidamente a possibilidade desse corte caiu para cerca de 25%, para no final da semana voltar a recuperar e terminar em torno de 70%.
Ouvimos mais uma vez os diversos membros do FOMC a reiterarem uma posição cautelosa relativamente a futuros cortes, contribuindo para a tal redução de taxas. A inflação continua afastada da meta da Fed e o mercado de trabalho aparenta não estar tão frágil como se chegou a pensar.
As minutas da última reunião da Fed vieram também do lado hawkish, onde a maioria dos membros do FOMC colocaram sérias duvidas sobre um novo corte até ao final do ano. Os dados oficiais “atrasados” do mercado de trabalho, mostrando 119 mil novos empregos em Setembro, onde a taxa de desemprego subiu de 4,3% para 4,4%, mas impulsionada por uma taxa de participação também a aumentar, reforçaram a ideia de um mercado de trabalho resiliente. No último dia da semana, John Williams, presidente da Fed de Nova Iorque, abriu a porta à possibilidade do tal corte, dando origem a uma pequena correcção nos ganhos semanais do dólar e das perdas no EUR/USD.
Mas ainda assim, apesar deste serpentear das expectativas sobre taxas de juro, o dólar foi rei e senhor durante a semana e o EUR/USD voltou a negociar abaixo de 1,1500.
Esta semana será de liquidez reduzida. O importante feriado do Thanksgiving nos Estados Unidos irá colocar de fora os mercados accionistas e obrigacionistas na quinta-feira e parcialmente encerrados na sexta-feira.
Os diversos pontos de tensão geopolítica, um iene fraco, a entrar em terreno de anteriores intervenções cambiais por parte do Ministério das Finanças japonês e/ou do Banco do Japão, poderão contribuir para algum pico de volatilidade durante esta semana.
Uma intervenção das entidades japonesas, comprando ienes, poderá ter um impacto maior no dólar, levando este a recuar dos fortes ganhos registados face à maioria das principais divisas (euro incluído).
Os dados atrasados nos Estados Unidos (como a segunda estimativa do PIB ou a medida preferida do Fed para a inflação, e o Core PCE Price Index, a divulgar nos três primeiros dias da semana) e os dados da inflação na Europa irão ser bem escrutinados pelos mercados. No entanto, considerando que são “águas passadas” nos EUA e há um consenso alargado relativamente ao caminho do BCE, não deverão registar um grande impacto no EUR/USD.
A minha opinião mantém-se, já que a divergência de política monetária dos dois bancos centrais (e/ou a expectativa sobre ela) também se mantém. No médio longo prazo o EUR/USD deverá continuar a ser suportado por um BCE mais hawkish e um Fed potencialmente mais dovish. No curto prazo, a correcção parece estar ainda para ficar, onde poderemos assistir a mais algumas perdas no par.
Os meus cenários para a semana
Cenário Base: O par mantém-se num intervalo de consolidação entre 1,1460 e 1,1570, com a baixa liquidez associada ao feriado norte-americano a limitar movimentos direcionais fortes. Os dados económicos têm impacto limitado, e a ausência de desenvolvimentos geopolíticos significativos permite que o mercado aguarde por catalisadores mais claros.
Cenário de Baixa: Uma combinação de dados económicos norte-americanos mais fortes do que o esperado e/ou declarações hawkish adicionais de membros da Fed leva a nova descida, com o par a testar e potencialmente quebrar o suporte de 1,1466, abrindo caminho para 1,1391.
Cenário de Alta: Intervenção cambial japonesa e/ou dados de inflação europeia surpreendentemente elevados provocam recuperação técnica, permitindo ao par recuperar acima de 1,1600 e potencialmente testar 1,1656 (máximo do mês).
Tecnicamente
Gráfico EUR/USD semanal
Fonte XTB xStation 5
O EUR/USD voltou na semana passada a negociar em baixa, voltando a pressionar o suporte psicológico dado pelo nível de 1,1500, ameaçando de novo quebrar a área de consolidação apertada entre 1,1500 e 1,1800 dos últimos cinco meses, aproximadamente.
O MACD mantém-se positivo, mas a força do momentum continua a desacelerar, enquanto o RSI, de momento a 49, ameaça o momentum ascendente dos últimos quase nove meses.
O EUR/USD voltou a perder a área de suporte 1,1573/1,1600. O quebrar desta área e o negociar abaixo do mínimo deste mês de Novembro a 1,1467, poderá levar a uma aceleração do cenário bearish do par, onde os mercados voltarão a olhar para a referência dada pelo mínimo do primeiro dia de Agosto a 1,1391, que se quebrado irá expor a referência dada pelo mínimo de Maio deste ano a 1,1065.
Uma recuperação do par poderá manter o EUR/USD na área de consolidação 1,1600/1,1800, onde o ultrapassar da resistência, dada pela média móvel das 21 semanas (de momento a 1,1664) poderá dar força ao par para um teste à resistência a 1,1830.
Gráfico EUR/USD diário
Fonte XTB xStation 5
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O comentário é disponibilizado todas as manhãs, tentativamente entre as 10h00 e as 10h30.
O EUR/USD voltou a negociar em tendência descendente após atingir os 38,2% Fibonacci retracement do movimento máximo do ano/mínimo de Novembro, corrigindo esse movimento.
Os indicadores de momentum voltam a mostrar um momentum descendente do par, com o RSI abaixo da linha de 50 (39) e o MACD abaixo da linha neutra e com a linha de MACD a cruzar descendentemente a linha de Sinal.
O EUR/USD terminou a semana de novo abaixo da média móvel dos 21 dias (de momento a 1,1570) e abaixo do anterior suporte a 1,1541, negociando em direcção ao próximo suporte importante dado pelo mínimo deste mês de Novembro a 1,1467. O quebrar deste suporte irá abrir caminho para um teste ao importante suporte dado pela média móvel dos 200 dias, de momento a 1,1404.
A recuperação do preço, levando-o a negociar acima da média móvel dos 21 dias (de momento a 1,1570) poderá levar de novo o par para a zona de consolidação entre 1,1460/1,1570. O ultrapassar da área de resistência 1,1645/1,1669, colocará de novo o EUR/USD na tendência ascendente de médio/longo prazo, com um primeiro objectivo a poder estar nos 61,8% Fib do movimento mencionado atrás a 1,1746, que se ultrapassado, irá expor o máximo de Julho deste ano a 1,1830.
Resistências - Suportes
1,1542 - 1,1500
1,1656 - 1,1467
1,1746 - 1,1391