EUR/USD
Semanal
O EUR/USD voltou a negociar em alta, sustentado pelo reforço das expectativas de cortes de taxas de juro, embora de forma contida. Resta agora perceber se a próxima reunião da Reserva Federal será suficiente para mudar este cenário.
Na semana passada, a primeira do mês de Dezembro, os dados oficiais do mercado de trabalho norte-americano, conforme já era esperado, não foram divulgados. Ainda assim, os mercados puderam contar com indicadores de natureza privada. O relatório da ADP mostrou uma redução de 32 mil empregos, contrastando com um consenso que apontava para a criação de cerca de 10 mil postos de trabalho, após os 47 mil registados no mês anterior. Em contrapartida, outros indicadores apresentaram sinais mais encorajadores: o relatório Challenger Job Cuts revelou uma queda significativa dos cortes no emprego, de 153 mil para 71 mil, enquanto os novos pedidos iniciais de subsídio de desemprego totalizaram 191 mil, o valor mais baixo desde Janeiro de 2024.
Paralelamente, circularam rumores de que o nome escolhido por Donald Trump para liderar a Reserva Federal poderá ser Kevin Hassett, uma figura vista pelos mercados como particularmente alinhada com a visão do presidente dos Estados Unidos em matéria de política monetária. Este contexto contribuiu para o reforço das expectativas de cortes de taxas por parte da Fed, pressionando o dólar e permitindo ao EUR/USD dar continuidade à tendência de valorização já iniciada na semana anterior. O cenário geopolítico manteve-se relativamente estável, sem desenvolvimentos relevantes nem na frente do Leste europeu nem na América do Sul.
Chegamos, assim, à semana da última reunião de 2025 da Reserva Federal. O mercado praticamente não antecipa outro desfecho que não seja um corte de 25 pontos base, mas o verdadeiro foco estará na actualização das projecções económicas, nos dot plots e, sobretudo, na comunicação de Jerome Powell.
Actualmente, os mercados descontam entre dois a três cortes de juros ao longo de 2026, contando com o primeiro ainda nos meses iniciais do ano. Uma comunicação, ou um conjunto de dot plots, que sugira uma pausa mais prolongada no ciclo de cortes poderá desencadear alguma correção no dólar, oferecendo-lhe suporte temporário e introduzindo novas pressões sobre o EUR/USD.
Do lado europeu, a pausa no ciclo de taxas de juro do Banco Central Europeu saiu reforçada na semana passada. O crescimento económico foi revisto em alta, enquanto a inflação se manteve contida, próxima da meta do banco central.
Na minha opinião, o EUR/USD poderá continuar a negociar esta semana mantendo a tendência ascendente das duas últimas, sustentado sobretudo pela divergência entre as políticas monetárias da Fed e do BCE. No entanto, os ganhos deverão ser limitados, não só pelo facto de muito já se encontrar descontado pelos mercados, mas também pela possibilidade de Jerome Powell adoptar um tom menos dovish do que aquele que muitos investidores actualmente antecipam.
Os meus cenários para a semana
Cenário 1 - Continuação da tendência ascendente
O EUR/USD prolonga os ganhos das últimas duas semanas, negociando acima dos níveis actuais. Este cenário poderá concretizar-se se Jerome Powell mantiver um discurso acomodatício e os dot plots sinalizarem dois ou mais cortes em 2026, conforme os mercados já descontam. A ausência de surpresas hawkish manteria a pressão sobre o dólar, permitindo ao par testar resistências superiores, possivelmente na zona dos 1,1730-1,1780.
Cenário 2 - Consolidação lateral com volatilidade pontual
O par mantém-se num intervalo relativamente estreito, oscilando entre suporte e resistência próximos dos níveis atuais (1,1600/1,1700 ?). A Fed procede ao corte esperado de 25 pontos base, mas Powell adopta um tom equilibrado, nem demasiado dovish nem excessivamente hawkish. Os dot plots não trazem grandes surpresas, deixando os mercados sem convicção suficiente para movimentos direccionais significativos.
Cenário 3 - Correcção descendente
O EUR/USD sofre uma correcção, regressando a níveis inferiores. Este cenário materializa-se se Jerome Powell surpreender com um discurso mais cauteloso relativamente a futuros cortes, ou se os dot plots sugerirem apenas um ou nenhum corte em 2026, frustrando as expectativas dos mercados. Uma postura mais hawkish do que o antecipado provocaria um reforço do dólar, pressionando o par eventualmente na direção dos 1,1391 -1,1467.
Tecnicamente
Gráfico EUR/USD semanal
Fonte XTB xStation 5
O EUR/USD voltou na semana passada a negociar em tendência ascendente e com volatilidade reduzida, testando a resistência dada pela média móvel das 21 semanas, que terminou a semana a 1,1654.
Por aqui nada de novo, o MACD mantém-se positivo, mas a força do momentum continua a desacelerar, enquanto o RSI, acima da linha de 50, mantém o momentum ascendente dos últimos nove meses.
O EUR/USD volta acima da área 1,1573/1,1600, e termina a semana a testar a resistência dada pela média móvel das 21 semanas. Um break da resistência a 1,1656 (máximo de Novembro), que continua reforçada pela média móvel das 21 semanas, poderá dar força ao par para um teste à resistência dada pelo topo da área de consolidação alargada, dada pelo máximo de Julho a 1,1830.
Um break da área de suporte 1,1573/1,1600 poderá levar o par de novo a testar a base da área de consolidação mais ampla dos últimos meses, com o objectivo a poder ser encontrado nos 1,1391, dado pelo mínimo de Agosto.
Gráfico EUR/USD diário
Fonte XTB xStation 5
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O comentário é disponibilizado todas as manhãs, tentativamente entre as 10h00 e as 10h30.
O EUR/USD continua a negociar em tendência ascendente, terminando a semana a encontrar a resistência dada pela Nuvem de Ichimoku diária.
Os indicadores de momentum começam a semana a voltar a mostrar o ímpeto ascendente do par, onde o MACD volta acima da linha neutra e com a linha do MACD bem acima da linha de Sinal, enquanto o RSI mostra uma leitura de 58.
O ultrapassar de Senkou B (de momento a 1,1730) poderá dar sinais de que o par se encontra a caminho dos 61,8% Fibonacci Retracement do movimento máximo do ano / mínimo de Novembro a 1,1746. O ultrapassar desta referência poderá levar a um teste a uma próxima resistência a 1,1778 (máximo de Outubro), antes dos 1,1830 (o máximo de Julho).
O perder do suporte 1,1622/1,1635 (dado pela média móvel dos 55 dias e por Senkou A) poderá levar a um teste à média móvel dos 21 dias (de momento 1,1589) que se quebrada irá expor o suporte a 1,1542 e posteriormente a 1,1491.
Resistências - Suportes
1,1730 - 1,1622
1,1778 - 1,1542
1,1830 - 1,1491