Café da Manhã
Pela terceira vez
O banco central norte-americano voltou a cortar a sua taxa de juro pela terceira vez consecutiva, mas o comunicado e as projecções mostram uma visão relativamente “hawkish” e um Comité cada vez mais dividido.
A Reserva Federal cortou ontem a taxa dos Fed funds em 25 pontos base para 3,5–3,75%, o terceiro corte consecutivo desde Setembro do ano passado, totalizando 175 pontos base de redução. Dois membros votaram contra qualquer corte e, nos “dot plot”, seis membros consideram que a taxa “apropriada” deveria ser superior ao nível actual, o que reforça um tom de cautela (hawkish) nas projecções oficiais.
As projecções actuais da Fed apontam apenas para mais um corte em 2026, com o crescimento do PIB revisto em alta e a inflação subjacente revista em baixa, mantendo a taxa de longo prazo nos 3%.
O banco central afirmou que, antes da sua próxima alteração de política monetária, procurará sinais mais claros sobre o rumo do mercado de trabalho e da inflação, que "se mantém algo elevada".
A Fed decidiu retomar compras de bilhetes do tesouro (T‑bills) e de obrigações de curto prazo (até 3 anos), para compensar os problemas de liquidez decorrentes dos baixos níveis de reservas.
Os mercados accionistas norte-americanos terminaram a sessão em ganhos, após o corte de taxas de juro e Jerome Powell ter descartado uma subida de taxas num futuro próximo.
O índice Dow Jones ganhou 1,05%, o S&P 500 0,68% e o Nasdaq 0,33%, enquanto o índice de pequenas e médias empresas, Russell 2000, liderou ao subir 1,31% e registou um novo máximo recorde.
Esta noite, os mercados accionistas asiáticos não seguiram a confiança deixada por Wall Street, com a confiança dos investidores a ser abalada pelos resultados da Oracle, após o fecho dos mercados nos Estados Unidos. A Oracle previu vendas e lucros abaixo das estimativas dos analistas, embora tenha afirmado que os gastos aumentariam em 15 mil milhões de dólares em comparação com as estimativas anteriores.
No Japão, o índice Nikkei terminou a sessão a perder 0,92% e o Topix 0,94%.
Na Austrália, o índice ASX 200 avançou marginalmente 0,15%, enquanto o Kospi, na Coreia do Sul, recuou 0,59%.
Na China, o índice CSI300 caiu 0,86%, o Shanghai Composite 0,70% e o Hang Seng, de Hong Kong, 0,04%.
Na Índia, os principais índices Nifty 50 e Sensex, seguem de momento a avançar 0,45%.
Na Europa, o dia de hoje está a começar com os mercados accionistas a negociarem sem uma direcção definida. O índice Euro Stoxx 600 e o Euro Stoxx 50 seguem de momento em ganhos marginais de 0,07% e 0,12%, respectivamente. Na Alemanha, o índice DAX segue inalterado, enquanto em França o CAC 40 avança 0,45%. No Reino Unido, o índice FTSE 100 avança marginalmente 0,07%.
No mercado cambial, o dólar caiu após um Fed menos hawkish do que o esperado pelos mercados, pressionado ainda pelo anúncio das compras de dívida de curto prazo, para controlo das suas reservas. O índice DXY caiu de níveis acima de 99,00 onde negociava ontem no início do dia, para seguir de momento a negociar a 98,60.
O EUR/USD volta a negociar em alta, atingindo níveis acima de 1,1700, o que não acontecia há quase dois meses.
A libra está a começar o dia a recuar tanto dos máximos atingidos esta semana face ao dólar como face ao euro, com o GBP/USD a cotar de momento a 1,3360 e o EUR/GBP a 0,8755.
O iene segue hoje de novo a negociar em ganhos moderados, com o USD/JPY a cair para 155,90 e o EUR/JPY a manter-se ainda acima de 182,00 (182,30 de momento).
O franco suíço segue a negociar em ganhos, com o USD/CHF a voltar a cotar abaixo de 0,8000 (de momento a 0,7985) e o EUR/CHF a 0,9340.
O ouro volta a negociar em alta após novo corte de taxas de juro nos Estados Unidos, com a onça de ouro a cotar de momento a 4.215,00 dólares.
Os preços do petróleo voltam a negociar em perdas significativas, apesar de projecções da IEA que apontam para um aumento da procura e ainda das notícias da apreensão de um petroleiro ao largo da costa da Venezuela e ataques ucranianos a um petroleiro envolvido no comércio de petróleo russo e a uma plataforma petrolífera russa.
O Brent segue de momento a negociar a 61,50 dólares por barril e o do WTI a 57,80 dólares.