Semana Revista
A Fed e outros bancos centrais

Semana Revista A Fed e outros bancos centrais

Foi uma semana relativamente tranquila de dados económicos e de eventos geopolíticos, onde as atenções estiveram focadas especialmente na Fed, mas também nos restantes bancos centrais

Esta é a última publicação da Semana Revista em 2025. Estaremos de volta a 3 de Janeiro de 2026.



Numa semana quase vazia de dados económicos relevantes tanto na União Europeia como nos Estados Unidos, e onde as tensões geopolíticas não registaram desenvolvimentos marcantes, nem na América do Sul com a Venezuela, nem no Leste europeu em torno do conflito entre a Ucrânia e a Rússia, os mercados viraram a sua atenção para as várias reuniões de política monetária de diversos bancos centrais. Os destaques foram para a Reserva Federal dos Estados Unidos que procedeu a um corte de 25 pontos base numa reunião caracterizada por divisões internas invulgares e para o Reserve Bank of Australia que sinalizou uma mudança abrupta na sua orientação futura.




Reserva Federal: Corte consensual com dissidências invulgares

A Fed reduziu a taxa de referência em 25 pontos base para o intervalo de 3,50%-3,75%, na terceira descida consecutiva, mas a decisão expôs fissuras significativas no seio do comité. Três membros divergiram: Stephen Miran defendeu um corte maior de 50 pontos base, enquanto Austan Goolsbee e Jeffrey Schmid preferiram manter as taxas inalteradas. Tais divisões abertas são raras na instituição. Jerome Powell, que se encontra nos meses finais do seu mandato, conseguiu encontrar um caminho intermédio, considerando que os riscos de enfraquecimento do mercado laboral ainda superam os perigos de uma inflação mais elevada. "Todos concordam que a inflação está demasiado alta e queremos que desça, e concordam que o mercado de trabalho enfraqueceu", afirmou Powell, acrescentando que "a diferença está em como se ponderam esses riscos."
Crucialmente, Powell sinalizou que o limiar para novos cortes em 2026 é elevado, afirmando que as taxas de juro "estão agora dentro de uma ampla gama de estimativas do seu valor neutro", permitindo à Fed aguardar pela evolução económica. As projecções do banco central mantiveram dois cortes previstos para 2026 e 2027, embora seis dos dezanove membros tenham favorecido manter as taxas inalteradas.
A Fed anunciou ainda a retoma de compras de activos, com aquisições mensais de 40 mil milhões de dólares em bilhetes do Tesouro e obrigações de curto prazo a partir desta semana, numa tentativa de aliviar custos de financiamento e reconstruir reservas no sistema financeiro. As previsões de crescimento foram revistas em alta para 1,7% em 2025 e 2,3% em 2026, enquanto as estimativas de inflação subjacente foram ligeiramente reduzidas.





Austrália: De pausa a possível subida de juros

O Reserve Bank of Australia manteve a taxa de referência em 3,6%, mas a governadora Michele Bullock surpreendeu ao declarar que os cortes de juros não estão "no horizonte num futuro previsível". Mais ainda, afirmou que "a questão é se será apenas uma pausa prolongada a partir daqui ou se existe a possibilidade de uma subida de taxas."
Esta mudança abrupta na orientação surge após a inflação mensal de Outubro ter acelerado de 3,6% para 3,8%, bem acima do intervalo-alvo de 2%-3%, e depois de os dados trimestrais do terceiro trimestre terem superado significativamente as expectativas anteriores. O RBA identificou "sinais de um aumento da inflação de base mais ampla" que, conjugados com a recuperação da actividade económica e condições laborais ainda apertadas, necessita de monitorização quanto à sua persistência.
Os mercados reagiram com as yields das obrigações a dispararem para máximos de 13 meses, e a probabilidade implícita de uma subida de juros na reunião de Março do próximo ano aumentou para 50-50.





Banco do Canadá: Mantém taxas no limite inferior do neutro

O Banco do Canadá manteve, como amplamente esperado, a taxa overnight em 2,25%, no limite inferior do intervalo neutro, onde deverá permanecer até ao final de 2026. A decisão surge após revisões em alta do PIB do terceiro trimestre e uma série de surpresas positivas no mercado laboral, com a taxa de desemprego a cair de 7,1% em Setembro para 6,5% em Novembro.
O governador Macklem reiterou a orientação de manutenção das taxas, esperando um crescimento modesto e uma absorção lenta da folga económica. O banco central considera que "a taxa de política monetária actual está aproximadamente no nível adequado para manter a inflação próxima dos 2% enquanto ajuda a economia através deste período de ajustamento estrutural."





Banco Nacional Suíço: Mantém a 0% e recusa território negativo

O Banco Nacional Suíço manteve a taxa de referência em 0%, reafirmando a sua firme recusa em voltar a taxas negativas, apesar da inflação nula registada em Novembro. O banco central tem sido claro nos últimos meses sobre os "efeitos indesejáveis" das taxas negativas.
As previsões de inflação foram revistas em baixa para 0,2% em 2025, 0,3% em 2026 e 0,6% em 2027, mantendo-se dentro da zona-alvo de 0%-2%. Contudo, os riscos de a inflação escorregar para território negativo nos próximos meses são significativos, particularmente se o franco suíço se valorizar ainda mais. O BNS continua a sinalizar disponibilidade para intervir no mercado cambial se necessário, embora mostre relutância em utilizar esta ferramenta actualmente.





Brasil e Turquia: Caminhos opostos nos emergentes

O Banco Central do Brasil manteve a taxa de referência em 15%, considerando este nível "apropriado" para levar a inflação à meta de 3%. As previsões de inflação foram reduzidas para 3,2% no segundo trimestre de 2027, beneficiando do fortalecimento do real durante grande parte de 2025, embora o seu recente enfraquecimento para mínimos de dois meses justifique cautela contínua.

o Banco Central da Turquia surpreendeu os mercados com um corte de 150 pontos base, reduzindo a taxa de referência para 38%. O movimento, superior aos 100 pontos base mais cautelosos de Outubro, surge na sequência de leituras de inflação melhores do que o esperado em Novembro.



Dados Económicos




Nos Estados Unidos tivemos uma semana relativamente tranquila no que tocou a dados económicos.
Começou com o índice de pequenas e médias empresas NFIB, subiu de 98,2 para 99,0, surpreendendo as estimativas que apontavam para uma ligeira queda para 98,1.
O ADP semanal mostrou um aumento de 4.800 postos de trabalho na média das quatro semanas que terminaram a 22 de Novembro.
Tivemos finalmente os dados de abertura de novas vagas de emprego, onde os últimos números conhecidos eram os de Agosto. Os números de Setembro mostraram 7,66 milhões e os de Outubro 7,67, ficando acima dos das expectativas do mercado.
O índice de custo laboral mostrou uma desaceleração dos 0,9% no segundo trimestre, para 0,8% no terceiro trimestre.
Os números atrasados da balança comercial do mês de Setembro mostraram um défice de 52,8 mil milhões de dólares, bem abaixo dos 64,7 mil milhões esperados e após os 59,3 mil milhões do mês de Agosto.
Por fim, os habituais números semanais de novos pedidos de subsídio de desemprego, subiram dos excepcionalmente baixos de 191 mil da semana passada, para 236 mil, ficando também acima das estimativas que apontavam para 221 mil.

Na Zona do Euro foi também uma semana vazia de dados de primeira linha. A semana começou com a divulgação do índice Sentix da confiança do investidor, que saiu exactamente em linha com as estimativas de uma ligeira subida de -7,4 para -6,2.
Na Alemanha, os números da produção industrial superaram largamente as expectativas dos mercados, subindo 1,8%, bem acima dos 0,2% esperados e do aumento de 1,1%, revisto em baixo, do mês anterior. Tivemos também os números da balança comercial de Outubro que também superaram as estimativas dos mercados ao mostrarem um excedente de 16,9 mil milhões face aos 15,3 mil milhões esperados. A leitura final da inflação de Novembro, confirmou os dados preliminares de 2,3%.
Em Itália, os números da produção industrial caíram bem mais do que o esperado, 1% face a 0,3%, após o crescimento de 2,7% no mês anterior, e a taxa de desemprego do terceiro trimestre caiu inesperadamente dos 6,3% para 6,1%.
Em França tivemos também a leitura final da inflação de Novembro, que também confirmou o número preliminar de 0,9%.

No Reino Unido, a semana começou com o índice “BRC Retail Sales Monitor”, um indicador mensal de vendas a retalho, que mostrou um crescimento de 1,2%, desacelerando dos 1,5% do mês de Outubro e ficando abaixo das previsões de um aumento de 2,4%.
Tivemos também o “RICS House Price Balance” que mostrou uma desaceleração na queda dos preços do imobiliário de -19% para -16%, contrariando estimativas que apontavam para uma aceleração de -20%.
No último dia da semana foram divulgados dados mensais do crescimento económico britânico, que desiludiram os investidores. Os números do PIB do mês de Outubro mostraram que a economia britânica continua a contrair 0,1%, o mesmo ritmo do mês anterior, ficando abaixo das previsões que apontavam para um crescimento de 0,1%. A produção da construção voltou também a cair (-0,6%), enquanto a produção industrial superou as estimativas dos mercados ao apresentar um crescimento de 1,1%, face a 0,9% esperados e após a queda de 2% no mês anterior.
Tivemos ainda os números da balança comercial de bens do mês de Outubro que mostraram um défice de 22,5 mil milhões de libras, bem maior do que o de 19 mil milhões de libras previstos, assim como o de 18,9 mil milhões do mês anterior.

No Canadá começamos por ter a divulgação dos números atrasados da balança comercial do mês de Setembro que mostraram, inesperadamente, um excedente de 200 milhões de dólares canadianos, face a um défice previsto de 4,3 mil milhões e dos 6,4 mil milhões de dólares canadianos (revistos em alta) do mês anterior.
Tivemos os números das licenças de construção que surpreenderam os mercados ao superarem largamente o esperado em Outubro. O número de licenças aumentou 14,9%, após o aumento revisto em alta de Setembro para 5,9%, isto face a expectativas de uma queda de 1,2%.
Tivemos ainda os números das vendas grossistas que também superaram as estimativas dos mercados ao mostrarem um aumento de 0,1%, face a uma queda esperada do mesmo valor, após o aumento anterior de 0,6%.

Na China a semana começou com a divulgação dos números da balança comercial do mês de Novembro, cujos números mensais de um excedente de 100,7 mil milhões de dólares, foi o mais elevado dos últimos cinco meses, e com o excedente comercial nos onze meses deste ano a atingiram o trilião de dólares pela primeira vez. As exportações aumentaram 5,9% e as importações 1,9%, face a 3,8% e 2,8% esperados, respectivamente.
Tivemos ainda os números dos preços relativos ao mês de Novembro que mostraram a inflação ao nível mais elevado dos últimos 21 meses de 0,7% em termos homólogos, com os preços em termos mensais a caírem 0,1%. A inflação subjacente em termos anuais manteve-se nos 1,2%.
Os preços à porta das fábricas continuam a mostrar deflação, com um agravamento em Novembro de 2,1% para 2,2%.

No Japão, a semana começou logo com um conjunto alargado de indicadores económicos.
Os ganhos médios salariais, de especial relevância para o BoJ, mostraram uma aceleração dos 2,1% para 2,6%, bem acima dos 2,2% estimados pelo mercado.
Os dados dos empréstimos bancários, contrariamente a expectativas de desaceleração do crescimento de 4,1% do mês anterior, para 4%, aceleraram para 4,2%.
Os números da conta corrente mostraram um excedente de 2,48 triliões de ienes, abaixo dos 3 triliões de ienes esperados e dos 4,35 triliões no mês anterior.
Os números do PIB do terceiro trimestre foram revistos em baixo, mostrando que a economia nipónica contraiu 0,6%, abaixo da contracção de -0,4% mostrada pelo número preliminar.
O índice de observadores económicos, caiu de 49,1 para 48,7, contrariando estimativas que apontavam para uma subida para 49,5.
Os números preliminares das encomendas de máquinas em Novembro mostraram um aumento, em termos homólogos, de 14,2%, bem acima dos 9,4% esperados, mas caindo dos 17,1% no mês anterior.
Por fim, o índice manufactureiro BSI superou as estimativas ao subir de 3,8 para 4,7, acima dos 4,2 estimados.

Na Nova Zelândia foi uma semana tranquila, com os números das vendas manufactureiras do terceiro trimestre a mostrarem um inesperado crescimento de 0,9% em termos homólogos, face a uma contracção esperada de 0,3%, após a redução de 0,6% no trimestre anterior, e o índice manufactureiro BusinessNZ a subir de 51,2 (revisto em baixo) para 51,4, superando as estimativas de 50,5.

Na Austrália, relativamente a dados económicos, as atenções foram especialmente para os dados do mercado de trabalho.
A taxa de desemprego manteve-se nos 4,3%, face a previsões de uma subida para 4,4%, mas a taxa de participação caiu de 66,9% (revista em baixo de 67%) para 66,7%, contra estimativas de uma subida para 67,1%. O número de empregos baixou em 21.300 face a previsões de um aumento de 5.000, onde durante o mês de Novembro o número de empregos em part-time subiu em 35.200 e os de tempo inteiro reduziram em 56.500.
Tivemos ainda, logo no início da semana, a divulgação do índice de confiança empresarial NAB, que caiu de 6 para 1.



Mercados accionistas



Os mercados acionistas viveram uma semana entre avanços e recuos, num ambiente marcado por oscilações de sentimento. O corte de taxas de juro nos Estados Unidos funcionou como suporte importante para os índices em geral, mas o comportamento do sector tecnológico seguiu em contraciclo, penalizado por receios crescentes em torno dos investimentos em inteligência artificial.

Ao longo da semana o tom foi tudo menos linear: as bolsas alternaram entre sessões de optimismo, alimentadas pelo alívio monetário da Reserva Federal, e momentos de correção, à medida que os investidores voltaram a focar-se nos riscos de médio prazo.
A decisão da Fed de cortar novamente as taxas reforçou a ideia de um ambiente monetário menos restritivo, o que, em teoria, beneficia activos de risco como as acções e tende a apoiar sobretudo sectores mais sensíveis aos custos de financiamento.

O gesto da Fed foi lido como um sinal de que a autoridade monetária continua empenhada em evitar um abrandamento demasiado acentuado da economia, mesmo num contexto em que a inflação ainda não está totalmente ancorada.
Esse enquadramento ajudou a sustentar os principais índices, com muitos investidores a interpretarem o corte como mais uma etapa na normalização das condições financeiras, favorecendo empresas endividadas e segmentos cíclicos mais ligados à actividade económica.

Paradoxalmente, o sector tecnológico, habitualmente um dos principais beneficiários de taxas mais baixas, acabou por destacar-se pela negativa.
A crescente preocupação com a sustentabilidade dos avultados investimentos em inteligência artificial, em particular no que toca a retornos efectivos, margens futuras e possíveis excessos de capital, levou a um movimento de realização de mais-valias e a uma reavaliação do apetite pelo risco neste segmento.

Foi uma semana de altos e baixos: por um lado, o alívio de taxas nos Estados Unidos forneceu um piso importante para o sentimento de mercado; por outro, a fraqueza do sector tecnológico, pressionado pelas interrogações em torno da IA, lembrou que o actual ciclo continua a ser marcado por elevada selectividade.

Ásia
No Japão, o índice Nikkei avançou 0,68%, enquanto o Topix liderou os ganhos na Ásia ao ganhar 1,82%. Na Austrália, o índice ASX 200 avançou 0,73% e o Kospi, na Coreia do Sul, ganhou 1,64%. Na China os principais índices recuaram, com o CSI300 a perder 0,08%, o Shanghai Composite 0,34% e o Hang Seng 0,42%. Os principais índices na Índia, Nifty 50 e Sensex, recuaram cerca de 0,50%.

Europa
Dos principais índices europeus, o DAX na Alemanha, foi o único a terminar a semana a apresentar ganhos (0,76%), enquanto os restantes realizaram perdas ligeiras. O Euro Stoxx 600 0,09% e o Euro Stoxx 50 0,14%. Em França, o CAC 40 perdeu 0,57% e o FTSE 100, no Reino Unido, 0,19%.
Por cá, por Portugal, o PSI 20 perdeu 2,40%, pressionado pelas fortes perdas da GALP.

Estados Unidos
Os principais índices de Wall Street terminaram em torno de máximos de sempre, sendo que alguns registaram novos fechos semanais recorde e outros fecharam a semana em terreno negativo.
O índice Dow Jones e o Russel 2000 (o índice de pequenas e médias empresas) terminaram a semana em fechos recorde, com valorizações semanais de 1,05% e 1,08%, respectivamente. Já o S&P 500 e o Nasdaq recuaram esta semana, mas continuam a negociar bem perto dos máximos de sempre. O S&P 500 recuou 0,63% e o Nasdaq 1,62%.

Gráfico Fonte XTB xStation 5


Mercado cambial



Uma semana em que a volatilidade registou um ligeiro aumento, no meio dos vários bancos centrais que decidiram sobre política monetária, com especial atenção dos mercados, como sempre, para a reunião da Reserva Federal dos Estados Unidos. Num modo geral, dentro das principais divisas, o dólar norte-americano e o iene japonês foram as moedas que mais perderam esta semana, enquanto o dólar canadiano e o franco suíço foram as que mais ganharam.

O dólar voltou a cair pela terceira semana consecutiva. O corte de taxas da Reserva Federal, uma comunicação menos “hawkish” do que aquela esperada pelos mercados e o anúncio de compra de bilhetes do Tesouro e de obrigações de curto prazo (abaixo de três anos), acabaram por levar as yields obrigacionistas de mais curto prazo a perdas, retirando esse suporte ao dólar.
O índice DXY, que começou a semana a negociar a 98,90 e ainda atingiu um máximo de 99,30, acabou a semana em torno de mínimos de 98,00.

O euro voltou esta semana a negociar em alta, com renovadas expectativas de que o Banco Central Europeu continue em pausa por tempo indeterminado, com os mercados a apontarem para todo o ano de 2026 e parte de 2027, e cada vez mais certos de que a próxima alteração de taxas seja uma subida. Logo no início da semana Isabel Schnabel, referiu exactamente isso, dizendo que estava confortável com o que o mercado estava a descontar e que certamente o mais certo era que o próximo movimento seja uma subida de taxas. As yields obrigacionistas europeias subiram, dando mais algum suporte ao euro. A fraqueza do dólar fez o resto, e o EUR/USD voltou a negociar em máximos de mais de dois meses.
Depois de começar a semana em torno de mínimos, a 1,1630, o EUR/USD terminou a semana do máximo de 1,1762, a 1,1740.

O iene japonês, a seguir ao dólar norte-americano, foi a moeda do G10 que mais caiu esta semana, recuando dos ganhos registados na semana anterior, e enquanto os investidores aguardam por uma última subida deste ano na reunião da próxima sexta-feira.
O USD/JPY, que começou a semana a negociar em torno de 155,00, tendo ainda registado um mínimo de 155,88, terminou a semana a negociar a 155,88, recuando de um máximo de 156,95.
O EUR/JPY registou um movimento de sentido único, em alta, começando a semana em mínimos, em torno de 180,50, para terminar em máximos recorde em torno de 183,00.

A libra , após recentes ganhos, voltou a negociar em perdas, depois de dados económicos que desiludiram os investidores, na véspera da reunião do Banco de Inglaterra. O PIB no mês de Outubro voltou a mostrar contracção na economia britânica e os números da balança comercial mostraram um défice maior do que o esperado pelos mercados.
Face ao dólar, a libra ainda conseguiu apresentar alguns ganhos. Inteiramente impulsionado pelo dólar, o “cable” subiu dos níveis de abertura da semana a 1,3315 para terminar a 1,3366, recuando ainda de um máximo de 1,3438.
Já o EUR/GBP, que começou em mínimos de 0,8715, terminou a semana a 0,8782, muito perto do máximo de 0,8792.

O franco suíço voltou esta semana a negociar em ganhos, tendo sido a segunda divisa que mais ganhos registou. O Banco Nacional da Suíça manteve inalterada a sua taxa de juro a 0% e o seu governador, Martin Schlegel, continua a recusar aceitar levar de novo as taxas de juro para terreno negativo, apesar dos riscos de a inflação continuar a deslizar ainda mais.
O franco suíço acabou a semana a ganhar tanto ao dólar como ao euro. O USD/CHF que começou a semana a negociar a 0,8030, terminou a 0,7965 e o EUR/CHF, após registar um novo máximo muito perto dos 0,9400 (0,9395), terminou a semana a 0,9346, depois de ter começado a 0,9355.

O dólar canadiano foi das divisas do G10 a que mais ganhou esta semana, um pouco acima de 1%.
O Banco do Canadá manteve inalterada a sua taxa de juro nos 2,25% e sinalizou que esta deverá manter-se nos actuais níveis durante algum tempo. Isto, após revisões em alta do PIB do terceiro trimestre e uma série de surpresas positivas no mercado laboral, com a taxa de desemprego a cair de 7,1% para 6,5% em Novembro.
O USD/CAD que ainda atingiu um máximo de 1,3870, após ter iniciado a semana a negociar a 1,3815, terminou a 1,3765, muito perto do mínimo de 1,3753.
O EUR/CAD começou a semana em torno de mínimos a 1,6080, para terminar a 1,6159, recuando de um máximo de 1,6193.

O dólar australiano continuou esta semana a negociar em ganhos, com o seu banco central a manter inalterada a sua taxa de juro nos actuais 3,60% e com a governadora Michele Bullock a surpreender os mercados ao declarar que os cortes de juros não estão "no horizonte num futuro previsível", afirmando mesmo que "a questão é se será apenas uma pausa prolongada a partir daqui ou se existe a possibilidade de uma subida de taxas."
Os ganhos ficaram mais contidos, após os dados abaixo do esperado do mercado de trabalho, no último dia da semana.
O AUD/USD começou a semana a negociar a 0,6635 para terminar a 0,6650, com o par a ficar confinado entre 0,6608 e 0,6685.
O dólar australiano perdeu face ao euro, com o EUR/AUD a subir dos níveis de abertura a 1,7520 para terminar a 1,7650.

Nos mercados emergentes a lira turca destacou-se pela negativa, enquanto o peso mexicano se destacou positivamente.

Na Turquia, o banco central surpreendeu os mercados com um corte de 150 pontos base, acima do consenso de mercado que apontava para um corte de 100 pontos.
A lira turca perdeu cerca de 1,35% face ao euro e 0,40% face ao dólar, onde o USD/TRY e o EUR/TRY registaram novos máximos de sempre a 42,71 e 50,38, respectivamente.

O peso mexicano continuou esta semana a negociar em ganhos, avançando cerca de 1% face ao dólar e de 0,1% face ao euro.
O USD/MXN terminou a semana a negociar em torno de 18,00, em mínimos de mais de dezasseis meses, e o EUR/MXN a 21,14 em mínimos dos últimos nove meses.

Gráfico Fonte XTB xStation 5


Commodities



Petróleo

Os preços do petróleo voltaram esta semana a registar fortes perdas de mais de 4%, após de um relatório da Administração de Informação Energética dos Estados Unidos (EIA) ter revelado esta semana que espera que o preço do Brent recue para perto dos 55 dólares por barril no primeiro trimestre de 2026, estabilizando depois ao longo do ano. Segundo a agência, o aumento dos inventários globais deverá pressionar os preços em baixa nos próximos meses. Ainda assim, a queda deverá ser limitada, sobretudo devido à política de produção da OPEP+ e ao contínuo reforço das reservas estratégicas da China. A EIA prevê ainda que a produção de crude nos Estados Unidos atinja uma média de 13,6 milhões de barris por dia em 2025 e 13,5 milhões em 2026.

Nem mesmo as tensões dos Estados Unidos com a Venezuela com a apreensão de um navio petroleiro e os ataques ucranianos a infraestruturas petrolíferas russas, nem o corte de taxas de juro por parte da Reserva Federal levando o dólar a perdas, conseguiu impedir esta semana as perdas do petróleo.

O barril de Brent começou a semana a negociar em torno dos 64 dólares (63,75) registando ainda um máximo de 63,95 dólares, para terminar a 61,20, perto dos mínimos de 60,80 dólares por barril.
O WTI terminou a semana a 57,50 dólares por barril, após a ter começado em torno de máximos um pouco acima dos 60 dólares, e recuperando de um mínimo de 57 dólares.

Gráfico Fonte XTB xStation 5



Ouro

O preço do ouro voltou esta semana a aproximar-se dos máximos anuais registados em Outubro, impulsionado por um dólar mais fraco e por mais um corte de taxas de juro decidido pela Reserva Federal dos Estados Unidos. A estes factores somam-se as compras contínuas de ouro por parte de vários bancos centrais e um enquadramento geopolítico que permanece instável: desde a persistência do conflito na Ucrânia à situação tensa na Venezuela, juntando-se agora o escalar das tensões entre o Japão e a China nas últimas semanas.

A onça de ouro regista um novo fecho semanal recorde ao terminar a 4.299,00 dólares, após ter começado a semana a negociar a 4.196,50 e ter atingido um máximo de 4.353,50 dólares.

Gráfico Fonte XTB xStation 5


Boas Festas!
Um Feliz Natal e um Fantástico 2026!


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